T H E K I N G S A N D Q U E E N S

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O clima fresco cobria a floresta inteira em uma brisa leve e refrescante

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O clima fresco cobria a floresta inteira em uma brisa leve e refrescante. Os primeiros raios de sol tocavam a grama, as árvores estáticas, os restos de fogueiras e o exército recém formado com as mais diversas criaturas.

Tudo estava quieto e todos permaneciam em um sono profundo – exceto Aurora. Ela abriu seus olhos devagar, acostumando-se com o ambiente e se levantou silenciosamente observando a calmaria.

Aurora se espreguiçou, sentiu suas costas estralarem e bocejou preguiçosamente. Príncipe Caspian dormia virado para o lado que Aurora ocupava, com o cabelo comprido cobrindo boa parte do rosto e as mãos servindo como travesseiro. Aurora sorriu ao ver Caça-Trufas dormindo de barriga para baixo e boca aberta logo a frente.

No meio das observações, Aurora notou as árvores que ficavam há alguns passos do grupo, fora do círculo rebaixado de terra onde haviam passado a noite. Os troncos tinham um padrão engraçado e a maneira como os galhos estavam entrelaçados não era estranho para a garota. Ela olhou as folhas verdes vivas, depois olhou o tom acinzentado da madeira, as ranhuras feitas na casca, o balançar das flores rosadas e até o espaçamento perfeitamente simétrico que uma tinha da outra – como se as árvores estivessem formando uma passarela.

Aurora sentiu-se tentada a ir até lá e, esquecendo-se de qualquer outra coisa, ela seguiu por longos minutos a passarela, sempre alternando o olhar encantado de uma árvore para a outra. Uma corrente de ar um pouco mais forte soprou e bagunçou seus fios loiros, ela aproveitou para respirar fundo e se encher com uma alegria imediata.

Tudo naquele trajeto parecia estranhamente familiar.

Após algumas horas, quando ela achou que a trilha havia acabado, virou para o outro lado e encontrou uma nova passarela, tão alinhada quanto a primeira, e assim seguiu, não se sentindo cansada em momento algum – apenas curiosa e interminavelmente feliz.

O sol, agora mais forte, deixava a vegetação com um tom mais dourado e as correntes de ar batiam levemente contra o rosto de Aurora em um menor intervalo de tempo. As frutas e flores exalavam um cheiro tão doce que era quase possível sentir o gosto do açúcar e tudo parecia natural, como se Aurora estivesse ali durante toda a sua vida.

Algumas pétalas rosas e brancas caiam das flores altas e Aurora podia jurar que elas tomavam formas quase humanas – que riram e acenavam para a garota alegremente, antes de atingirem o chão e antes de Aurora corresponder ao aceno e ao sorriso.
Houve um momento em que ela podia ouvir um leve e baixo rugido perto do ouvido direito, exatamente igual ao que ela ouviu ao tocar a borboleta no lado. Sem que ela pudesse investigar a origem, Aurora escutou um galho ser partido e isso a despertou imediatamente.

Naquele momento, não haviam mais correntes de ar, pétalas humanoides, árvores alinhadas ou rugidos. Apenas a floresta verde viva pela qual Aurora havia caminhado tanto nos últimos dias. E um Minotauro.

E dois garotos travando uma disputa com espadas.

Ela se assustou, abaixando atrás de um arbusto por reflexo e fixando os olhos na pequena batalha. O som do bater de lâminas era alto e os dois corpos giravam entre os golpes. Um garoto loiro, de pele clara, olhos escuros, vestes azuis e marrons. O outro fora mais fácil de reconhecer, graças ao cabelo escuro e as ridículas mangas bufantes.

Em um piscar de olhos, Caspian perdeu sua espada, o garoto loiro cravou a sua em um tronco acidentalmente e primeiro o chutou para longe. Aurora levantou-se rapidamente, saindo do seu esconderijo e dando alguns passos na direção dos dois humanos, assim que ela viu que enquanto Caspian alcançava a arma, o loiro se preparava para atacar com uma pedra.

- Não, parem! – Aurora gritou, logo percebendo que sua voz não havia sido a única a dizer tais palavras.

Uma garota, ligeiramente mais baixa e com os traços mais novos do que Aurora, gritou há alguns passos de distância. E assim, eles pararam, congelados, exceto pelos os olhos que intercalavam entre os presentes. A garota encarava o outro garoto. Aurora a encarava. Caspian encarava Aurora e o garoto encarava Caspian.

Antes que qualquer um pudesse dizer algo, o grande exército de narnianos apareceu gradualmente entre as árvores e Aurora pode respirar com um certo alívio.

- Aurora! Ah, nós estávamos te procurando há horas! – Caça-Trufas correu acompanhado de Ripchip – Por Aslam, já esperávamos o pior.

- Pior? – Aurora pendeu a cabeça para observar o amigo – Eu só sai para caminhar, não fui longe.

- Ha! Está enganada, doce senhorita. – Ripchip fez uma breve reverência a ela – Estamos há uma manhã de distância das clareiras.

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