N Á R N I A

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       Uma floresta fechada estava diante de seus olhos

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Uma floresta fechada estava diante de seus olhos. O céu escuro não permitia que Aurora visse muito além dos contornos das árvores altas, mas ela podia identificar que, qualquer que fosse aquele lugar, tinha a maior diversidade de vegetação que ela já havia visto. E definitivamente não era Londres.

Ela sentiu seus pés se arrastarem e ao desviar seus olhos para baixo viu que havia despertado em um lago pequeno, bem no meio das árvores. Aurora ainda estava incerta sobre o quão seguro era sair do lugar onde estava, mas a curiosidade aguçada que pinicava sua nuca a fez mover as pernas ligeiramente e sair daquele lago.

Para a sua surpresa, ela estava completamente seca. Nenhuma gota de água havia encharcado suas roupas ou seus cabelos e isso a intrigou mais do que assustou. De repente, Aurora estava olhando para todos os lados com curiosidade, forçando os olhos para tentar enxergar o mais nitidamente possível no escuro.

Poderia isso tudo ser um sonho? Será que eu dormi enquanto observava a rua e não percebi? Será que eu estou apenas cansada e cai em um sono profundo?

Enquanto essas perguntas rodavam a cabeça da garota, quase que instantaneamente, uma brisa fria cortou o ar com força e bagunçou seus cabelos loiros. Foi então que ela notou o ambiente úmido da floresta, a grama macia entre seus dedos do pé e com uma lufada profunda, sentiu seus pulmões se encherem do ar mais puro.

Nem em seus dias mais agitados, Aurora sentiu tamanha vivacidade e energia como agora. Como se tudo estivesse exatamente onde deveria estar. Ela se sentiu em casa. E estranhamente, até mesmo as árvores pareciam estar lhe dando boas-vindas.

Aurora correu entre as árvores, por trás dos arbustos, em volta de flores, subindo, descendo pequenos levantes de terra e deixando o lago de onde veio cada vez mais para trás.

- Por favor, se isso aqui for um sonho, me traga para cá todas as noites. – Aurora disse alto, soltando uma risada logo após.

Foi quando um som diferente atingiu seus ouvidos, vindo da direita e aumentando à medida que o tempo passava. Aurora identificou o som do galopar de um cavalo e girou a cabeça, vendo o animal passar por ela em disparada.

Imaginando o motivo do cavalo passar tão apressadamente pela floresta, ainda vislumbrando o vulto marrom na escuridão. Aurora franziu o cenho escutando galhos quebrando com passos pesados na direção oposta e virou a cabeça novamente, sentindo seu coração disparar.

Um garoto corria em sua direção. Desajeitado e desesperado. Sem cavalo e com vários objetos pendurados na vestimenta.

Antes que Aurora pudesse reagir ou que o garoto pudesse notar a presença dela ali, ele caiu. Bem na frente da garota. Ela até riria da maneira como o rosto dele foi de encontro ao chão, mas a adrenalina acumulada de todos os últimos acontecimentos a paralisaram. Assim que o garoto levantou, também percebeu que não estava sozinho na floresta.

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