Caso Arquivado

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12 de Julho de 2009

- Onde a senhorita estava no dia 07 de setembro de 1998? - A voz firme e prepotente do homem a minha frente não me intimidava.

- Estava com a Evellyn. - Me limitei a responder apenas isso.

Só Deus sabe quantas vezes eu já respondi essa mesma pergunta em todos esses anos...

- Onde vocês estavam exatamente? - Dessa vez ele se aproximou mais pra observar minha expressão abatida e cansada.

- Senhor delegado...eu tinha 9 anos na época. E a minha irmã era um ano mais nova. Eu estava com ela na casa da nossa prima, Kate.

Houve um silêncio na sala.

- Hm, havia mais alguém naquela casa? Além de você três? - Posicionou sua mão direita contra o queixo.

Há onze anos a minha irmã mais nova desapareceu. A polícia foi acionada de imediato. Amigos da família e parentes próximos tentaram nos ajudar nas buscas enquanto a polícia se mantinha mais focada nas investigações.

Os investidores inclusive, tentaram fazer um ligação entre outros dois casos de desaparecimentos que haviam ocorrido naquele mesmo dia. Em todos eles eram meninas entre oito e nove anos, de cabelo longo, olhos escuros e pele extremamente clara.
Todas foram vistas pela última vez dentro da sua própria residência.

Coincidência ou não. Ninguém ninguém nunca soube do paradeiro de Evellyn. O caso dela, se tornou um verdeiro mistério incontestável.

Passaram-se algumas semanas, meses, e nada. Nenhuma notícia se quer sobre Evellyn.
Um caixão vazio foi enterrado em seu nome, e o caso foi arquivado.

- Kate estava na varanda da frente, o Victor que conversava com Sophia, ele ensinava uma brincadeira nova à ela.
O Oliver que estava conosco, a Caroline que não parava de falar de sobre um desenho infantil que era muito famoso na época, e que a mesma era muito fã. A Weenny que se encontrava junto a Kate que e...a Evellyn e sorria livremente como uma criança feliz, que ela era na época.
Evellyn, Oliver, Caroline e eu, estávamos no quintal da casa...

Eu já havia dito isso em mais de um bilhão de vezes. Não custava nada repetir. Afinal, não iria mudar a realidade da minha irmã mesmo.

- Senhorita Madison Jones. Sabe o motivo de...

- Ter me chamado aqui? - O cortei antes que terminasse aquela frase tão clichê, e ridícula.
- Pelo motivo do bilhete? Pra mim, foi alguém querendo trazer de volta algo sem nexo. Nem pra respeitarem a morte da minha irmã! Isso é algo inadmissível! - Minha voz alterou-se novamente.

- Senhorita...eu preciso saber se você ou sua mãe que foi quem fez a denuncia, tem alguma idéia de quem poderia ser a pessoa que lhe escreveu esse bilhete. - Ele se levantou e ficou de pé.
Sua expressão era neutra o tempo todo.

- Com todo respeito, se eu soubesse, já teria lhe dito faz tempo. Não? Essa pergunta não tem muito cabimento. - Retruquei com o cenho franzido.

- Na verdade, não. Quer ver o bilhete novamente para ter certeza se não reconhece a letra ou a forma de escrever? Eu tenho foto. - Disse se sentando novamente com a postura dessa vez, ereta.

- Na verdade, eu gostaria de ver sim. - Respondi. - O senhor poderia me mostra novamente? - Pedi.

- Ok. Me aguarde por um instante.

O homem de meia idade e aparência exausta saiu pela porta deixando uma mulher sozinha para trás.
Observei aquele " lugar " com um pouco mais de calma. Reconheci umas teias de aranha um pouco antigas, algumas manchas de tinta nas paredes. O cheiro forte de mofo e a poeira, eram a identidade daquele lugar. Realmente, em onze anos, as coisas não haviam mudado muito...

[...]

O Terrível Caso De Evellyn Jones [ Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora