Caso Arquivado ( Oliver)

16 7 5
                                    

- onde o senhor estava no dia 07 de setembro de 1998? - às vezes me pergunto com "inocente" uma pessoa pode ser. Digo "inocente" pois é o tenho mais leve que consigo encontrar para classificar aquela autoridade naquele momento.

- Como já deve saber, estava na casa de Kate. - Respondi.

- Se não fosse incomodá-lo eu gostaria de pedir que pare de me machucar esse chiclete, senhor.

— Não. Pelo que vi isso não interfere em nada. Então, por favor, continue com as perguntas.

— Vamos começar então. - Ele não esperava pela resposta que eu havia lhe dado, certamente estava furioso.

Depois de onze... anos que loucura voltar ali novamente em meio a uma depoimento, para mim, era bem nostálgico.

— Pois bem, no dia do acidente por onde estava k senhor? - Posicionou sua mão direita no queixo enquanto me observava.

— Cara, eu lembro muitíssimo pouco das coisas naquela época. Me recordo vagamente de ver Madison e Evellyn brincando enquanto eu mostrava Victor o carrinho novo de brinquedo que meu pai ia me comprado no dia anterior.

— Peço que tenha mais respeito. Ao invés de "cara" me chame de senhor ou delegado. — Acentuou.

— Tá. — Dei de ombros como um “ tanto faz”.

— Por acaso algo lhe vem com clareza na memória no dia do acidente? Os detalhes ou qualquer coisa relacionada? — O delegado parecia realmente muito ficado nessa investigação.

— Com clareza é um tanto difícil de afirmar, senhor. Até porque já se passaram onze anos. — Expliquei.

— Hm, compreendo. Mas eu gostaria que o senhor compartilhasse qualquer coisa, qualquer mínimo detalhe. São essas coisas que na maioria das vezes, fazem a diferença.

— Está certo então. — Me ajeitei na cadeira. — Então, eu me lembro que no dia 07 eu estava brincando com a Evelyn e a Madson. Eu lembro que depois eu fui falar com Victor, mas foi na hora do acidente. — Continuei a gesticular com as mãos enquanto explicava o ocorrido. — Eu lembro que conversava com Victor e parei pra observar Evellyn e Madson, eu lembro que Kate chamou a mais velha pra dentro de casa, inclusive, Evellyn tentou impedir que sua irmã entrasse segurando em seu braço, mas Madison disse que não demoraria e entrou. — Fiz uma pausa. — Foi a última vez que vi Evellyn com vida...

— O senhor poderia me dizer o que aconteceu depois?

— Fumaça. Muita fumaça. Um incêndio começou na casa de Kate misteriosamente. Eu lembro de escutar os gritos de Kate pedindo por ajuda. Lembro que chamei Victor que como era maior e mais velho, teve mais força pra me ajudar a pegar uma escada que estava na varando de trás da casa.

— Prossiga.

— Eu lembro de tentar chamar o vizinho mais próximo, mas não havia ninguém em casa. Eu também lembro que Victor com apenas 13 anos tentou ligar o carro da família de Kate, mas não obteve sucesso algum.
Eu também lembro de ver o corpo de Madison desacordado...

— Deve ter sido muito marcante tudo isso. Meus pêsames.

— Obrigado. Não se preocupe. Se passaram onze anos.

— Se lembra de mais alguma coisa?

— Não, senhor. Posso ir?

— Mas é claro que pode. Brevemente o senhor poderá ser chamado novamente, então eu sugiro que não saia da cidade. Por favor. — Alertou.

— Ok.

Me levantei da cadeira acertando a minha Jaqueta preta. Apertei a mão do delegado como um gesto pacífico de despedida, sorri e me dirigi a um ponto de ônibus mais próximo.
Enquanto caminhava eu fiquei pensando no porque esse caso estava sendo reaberto depois de tanto tempo, algo grave poderia estar acontecendo e estava. Eu preciso tentar descobrir o que é...
E eu vou!

[...]

O Terrível Caso De Evellyn Jones [ Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora