''Pode parar de nadar agora Lily, finalmente chegamos a costa''O final de ''É assim que acaba'' me fez ter vontade de me jogar pela janela de casa.
Agora, encarava a parede sentada em meu puff com o rosto molhado. Enxuguei as lágrimas e fui no banheiro lavar o rosto, ainda era a madrugada de sexta feira, eu estava sozinha em casa, já que Claire foi a tal festa. Resolvi assistir a um filme qualquer que passava na TV.
Passeava pelos canais quando uma reportagem me chamou atenção. Um prédio caiu em Anglewood, bombeiros passavam por trás da repórter que noticiava o ocorrido, ela entrevistava um homem mais velho, que pelo pouco que escutei era um sargento. Atrás dele, o detetive que tinha comprado os livros nessa semana. Eu não me esquecia de um rosto quando via. Pelo menos não o dele.
Passei o canal e O diabo Veste Prada começava, fiz uma pipoca rapidinho e corri para assistir o filme.
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- Liz, Liz - Senti meu corpo sendo chacoalhado. - Acorda.
- Hm, o que é ? – Resmunguei apertando os olhos. Claire estava com uma maquiagem escura, e um cheiro muito forte de bebida. –Meu Deus. Parece que você acabou de sair de um folheto dos desaparecidos. – Disse encarando a figura.
- Engraçadinha você né ? – Ironizou – Vai deitar na cama, são 5 da manhã.
- Não acredito que daqui a pouco eu tenho que levantar. – Me espreguicei, levantando e indo pro meu quarto.
- Ainda bem que eu não trabalho hoje. – Claire passou por mim e foi pro banheiro.
- Como assim hoje você não trabalha, é sábado. – Parei na porta do banheiro enquanto via ela tirar aquela maquiagem.
- Pedi folga para senhora Simpson, aliás, quantos dias fazem que você não tira folga ? – Respondeu me encarando.
- Usa a toalha escura. – Apontei o dedo pra ela que revirou os olhos mas pegou a toalha preta. – Sei lá, um mês ?! Provavelmente a última vez que fui visitar minha mãe – Dei ombros.
- Então pronto. – Disse apagando a luz e caminhando pro quarto. – Boa Noite Lili.
Revirei os olhos e caminhei pra minha cama quentinha antes de ter que pensar que eu acordaria as 8h daquele mesmo dia.
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- Oi, bom dia. – Ouvi uma voz no balcão da loja. Hoje estava tranquilo até, o que me deixava relativamente tranquilo. Tinha algumas pessoas nas mesas lendo e a floricultura, onde eu estava, não tinha ninguém. A senhora Simpson ficou no caixa da livraria, o que deixava tudo mais simples.
- Sim ? – Limpei as mãos no avental e segui a voz. – Ah, te achei, bom dia! – Sorri para o homem na minha frente. Ele era relativamente magro, usava uma jaqueta e uma camisa de flanela, com óculos aviadores na ponta da cabeça.
- Me procurando ? – Perguntou engraçadinho.
- Isso – Ri fraco. – Estava arrumando as flores ali embaixo. – Apontei as tulipas que tinha colocadas em vasos menores.
- Entendi, bem.. – Apertou as mãos. – Eu gostaria de comprar algumas flores.
- Ah, que bom. Qual é a ocasião? – Perguntei me apoiando na mesa de madeira da floricultura.
- Posso ser sincero?
- Claro.
- É pra reconquistar minha ex-noiva. – Suspirou – Ela gosta muito de girassóis, rosas também.
- É o amor, não vou te julgar. – Dei ombros. – Vamos, vou te mostrar onde ficam.
Levei ele pra estufa, onde ficavam nossas rosas, girassóis e algumas outras flores mais delicadas.
- Nossa! Esse lugar é gelado. – Disse – Como você aguenta?
- Eu trabalho aqui a um tempo, já me acostumei. – Sorri me abaixando para pegar uma dúzia de rosas e alguns girassóis. – Você gosta dessas ?
- Sim, são lindas – Concordou e apertou os olhos para meu crachá. – Adorei mesmo, Liz.
Comecei a montar as rosas, intercalando os girassóis e algumas pequenas flores brancas.
- Qual o seu nome?
- Adam, Adam Ruzek. – Me olhou – E o seu eu sei que é Liz.
- Isso, Liz Johnson – Sorri pra ele quase terminando de montar o buquê.
Eu realmente adorava fazer aquilo, me desligava quando mexia com as flores e os livros, e com certeza, aquilo era o que eu mais amava.
- Vocês ficaram muito tempo juntos? Desculpe pela pergunta.
- Não, tudo bem – Respondeu. –Trabalhamos juntos. Acho que é por isso que acabou.
- Ah, que triste, mas eu espero que dê certo, realmente.
- Obrigado pela gentileza, Liz. – Suspirou.
- Como conheceu a loja ? – Perguntei amarrando as flores com uma corda fininha de sisal.
Adam pigarreou antes de responder. – Meu colega de trabalho, Halstead me falou que conheceu um lugar legal, aí decidi vir.
- Ah, o policial, não é ? – Ri fraco me lembrando dos comentários de Claire sobre ele nessa semana. – Espero que tenha gostado da loja.
- Gostei sim. – Concordou olhando ao redor. – Uau, ficou lindo, Liz e não chama de policial não, é detetive – Fez uma careta e eu ri alto.
- Desculpe, pra mim é a mesma coisa. – Dei ombros ainda rindo e peguei algumas opções de cartão. – Você quer escrever algo? – Levantei a caneta pra ele e um cartão
- Quero. – Assentiu rápido. Dei um tempo para ele escrever e aproveitei para dar baixa do estoque nos produtos que eu tinha pegado. – Prontinho. – Devolveu a caneta colocando o cartão entre as flores. – Quanto eu te devo ?
- Fica 43 dólares e 50 cents. – Parei do lado da caixa registradora. Adam deu uma nota de 50 pratas e eu devolvi seu troco.
- Pode deixar que vou indicar a loja – Deu uma piscada antes de se despedir. – Até mais Liz, me deseja boa sorte!
- Boa sorte com sua amada, Adam. – Acenei fraco vendo ele sair da loja e a senhora Simpson vir em minha direção.
- Bonitão ein, Lili – Senhora Simpson de apoiou no balcão a minha frente. – É solteiro ?
- Meu Deus – Gargalhei – Não senhora, ele pediu um buquê para viagem, era pra conquistar uma mulher.
- Hmm, e o outro que veio aqui essa semana, a Claire me contou o clima entre vocês dois.
- A Claire tem uma língua enorme, não rolou clima nenhum, ok?! – Neguei lembrando do Detetive Halstead falando comigo. – Sem chance.
- Certeza, minha filha ? Cuidado pra não sonhar com ele com esse sorrisinho no rosto.
Ignorei as falas da senhora e continuei meu trabalho até o final do expediente.
E foi assim que sonhei com o detetive naquela noite...
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Oi gente! Espero que vocês gostem desse capítulo lindinho!
Todo amor do mundo a vocês!
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Entre flores, livros e amores.
Literatura KobiecaLiz é radiante. Ninguém sabe explicar o motivo. Talvez pela flores, ou pelos livros que ela ama ler. A cada pessoa que aparece na vida de Liz, ela costuma nomear uma flor para ela. A sua mãe, Liz a definiu como uma Lavanda. Tinha o dom de acalmar os...