Inacreditável

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( Essa realmente foi a última imagem da minha filha viva, foi tirada no hospital Hugo, 17/04/2015).

Saí daquela sala de emergência, completamente arrasada. Levando minha filha naquela cadeira de rodas, fomos de volta para a portaria onde sentamos e enviei uma mensagem para o namorado dela, para que fossem nos buscar. Minha cabeça parecia que ia explodir de tanta dor, não pude nem pegar o resultado dos exames, nem deram atenção ao que eu explicava, ainda só sei o nome do cirurgião bucoxilofacial, dr° Gustavo por causa da receita do Tilex 30 mg, caso contrário nem o nome saberia dizer. Caramba, tive que implorar pelo remédio para ela.
Ninguém ali, deu a devida atenção, que a situação pedia, poxa existia um encaminhamento e o que os médicos do Cais Jardim América falaram ao analisar o que levei, a palavra "grave" não significa nada para essa gente? O que estava acontecendo? Nessa desgraça de hospital, só permanece internado, quem esta multilado, em coma ou como? Traumatismo crâniano encefálico, não é nada? Precisava ela estar em coma? Se o paciente estiver consciente, que se dane a pessoa, significa que ela está bem?
Depois que enviei a mensagem, até que não demorou para os dois chegarem de carro, expliquei tudo que aconteceu, o Macedo pai perguntou se passou medicação, pegou a receita e passou na Drogasil e comprou o remédio, sempre tendo o cuidado de guardar a nota dos remédios com ele, e sempre comprando na mesma farmácia. Expliquei que deveria tomar essa medicação em horários diferentes do Tegretol, segundo o que o médico disse. Fomos em direção da minha casa, não me recordo o que o pai do namorado dela precisava fazer, que deixou seu filho em casa. Pedi ao rapaz, para que cuidasse dela, apenas o tempo de ir buscar meus outros filhos, na casa de minha mãe. Fui o mais rápido possível, chegando lá expliquei o que houve no hospital, ainda descordamos pois ela queria passar na minha filha, gel de arnica e não concordei e ela se irritou, mas caramba, arde e não faria efeito, só mais incômodo à ela. Depois desse momento irritação, chamei aa crianças e vim embora, inclusive minha mãe veio junto.
Chegamos em casa, e o namorado da minha princesa, a pedido dela, à ajudou a tomar um banho e ele estava levando ela para o quarto dela e do irmào e deitaram juntos na cama de solteiro e adormeceram. Na verdade, não me importei com essa atitude deles, mas provocou a irá da minha mãe, mas para quê, provocar briga, o que adiantaria, só a deixaria nervosa, e com mais dor.
Eu havia feito um lanche antes de sair para os dois, peguei os pratos e copos que ficaram em meu quarto e levei para a cozinha, e como minha filha não havia almoçado, resolvi preparar um purê de batatas para ela, além dela gostar, seria mais fácil dela comer.
A hora que o Macedo pai, nos deixou em casa, foi por volta de quatro e pouco da tarde, foi mais ou menos quando liguei para meu marido e contei o que aconteceu. Minha mãe estava com tanta raiva, que foi logo embora, acho que era quase seis da tarde, quando ouvi uma buzina de carro, verifiquei e era o Macedo pai, vindo buscar seu filho. Nos despedimos e entrei, ela estava adormecida quando olhei no quarto.
Depois de um tempinho, acordou, dei a medicação do horário, não demorou muito, e meu marido chegou do trabalho. Preparei a janta para todos e fiz mais uma sopa para minha filha, que inclusive pediu do jeito que queria.
Por volta de nove horas, mais ou menos, deitei no sofá, só um pouco para descansar, já tinha alguns dias quase sem dormir, então senti meu corpo muito pesado, e acabei dormindo.

Relato de um desesperoOnde histórias criam vida. Descubra agora