Paparazzi •Minsung

Começou com a tela brilhando.

Atenção! Está fanfic conterá diversos tipos de gatilhos, pare de ler se sentir desconfortável.

We are the crowd
We're c-coming out
Got my flash on, it's true
Need that picture of you

O flash da câmera cobria boa parte do seu rosto quando a foto de corpo todo era tirada. O grande espelho, colocado do lado do guarda-roupa e de cor preta, refletia todo seu corpo na qual trajava uma roupa extremamente sensual, para não dizer obscena. A saia não poderia nem ser considerada mini, visto que não cobria nem o começo da sua bunda, a calcinha era quase que transparente, o sutiã sem bojo e de tamanho pequeno, detinha das mesmas características da calcinha, formando um conjunto, igualmente quase transparente, de renda e ambos da cor preta. Não sabia dizer quando a cor preta virou símbolo de suas fotos eróticas, mas eram sempre era a mesma cor.

Não sabia quem seria o próximo a receber essas fotos, eram compradas em anônimo, mas o valor recebido com certeza pagaria sua faculdade, além de garantir seu aluguel, nos próximos três meses, então, caprichou nas poses e na roupa. Se lhe fosse perguntado, garantiria que não seria por esse rumo que tomaria sua vida, mas por falta de opção, decidiu pegar um atalho. Quando o trabalho de atendente de livraria, pegou seu tempo, e pior, não satisfez o bolso da proprietária do condomínio, que estava à dois passos de despeja-lo, recorreu a um site escondido, privado. Se cadastrou por curiosidade, e as boladas de dinheiro que ganhou apenas com fotos do próprio corpo seminu, seria de longe um investimento a ser seguido.

Após terminar e carregar as fotos para ser enviada, o celular tocou a música padrão de iphone e uma chamada desconhecida, brilhou na sua tela. Atendeu, poderia ser importante, mas poderia ser trote, pelo menos, pagaria para ver, por descargo de consciência.

- Alô? - Apoiou a cabeça entre o celular e o ombro, enquanto enviava as fotos compradas. - Quem é?

- Han Jisung... - A voz saiu soprada, como se estivesse ofegante.

- Sim, ele mesmo, quem é você? - Perguntou com uma súbita raiva pela demora de um diálogo concreto.

- Por quê quer saber meu nome? - Han se perguntou se era trote, pegou com a mão o celular e suspirou.

- Seu número não está na minha lista de contatos.

- Você não me conhece. - Sorriu soprado, e Jisung jurou ter ouvido vividamente ao seu lado.

- E como você me conhece? - Rodou a cabeça, observando o quarto com uma camada de nervosismo surpreendente.

- Eu deveria conhecer a pessoa que estou observando agora. - A palavra ''observando'' reverberou na sua mente, como se tivesse ecoado diversas e enfáticas vezes.

Desligou a chamada e se jogou para trás na cadeira, olhando para o teto e sentindo um frio repentino atingir sua espinha e sua pele, que na maioria estava descoberta. Olhou para o lado, a janela estava aberta, morava no primeiro andar do prédio, onde apenas ele e mais três pessoas viviam, e nunca os viu na vida, nenhum momento dos seus três anos de estadia. Fechou a janela e a cortina. Tentava esquecer o assunto, com certeza deveria ser um daqueles idiotas da sua faculdade, que o importunavam sempre.

Mais uma vez, o celular tocou, o mesmo número desconhecido apareceu na tela, causando uma sensação de terror em Jisung, que não entendia o que estava acontecendo. Mostrou-se corajoso, quando atendeu novamente.

- Olha, se for um dos alunos da faculdade, pare com isso, não tem graça. - Disse rápido, assim que atendeu.

- Você cobriu minha vista, fechando as cortinas dessa forma. - Jisung tremeu, realmente estava sendo observado? - Mas pelo menos, pude visualizar a roupa e a pessoa das fotos, pessoalmente.

Desligou a chamada novamente, seria essa a última pessoa que enviou as fotos? Como seu número, seu nome e pior, seu endereço foram descobertos? A gravidade da situação em se sentir exposto, se sentia em uma corda bamba na qual, se balançasse demais, poderia ser facilmente derrubado. Fechou todas as portas e as janelas, o coração estava disparado, quando sentou na cadeira giratória que ficava numa mesa de estudos e seu computador ligado no site e na conversa, observou com atenção todos os detalhes do último comprador.

Nome: Lmin, a foto de perfil era um boneco anônimo e não informava idade, nem informações a mais. Suspirou, era realmente impossível descobrir algo desse site. Pela segunda vez, se certificou que havia trancado tudo e trocou de roupa, mas, mesmo após se deitar na cama, não conseguiu dormir.

O vento, o estralo dos móveis, um gato miando na rua, buzina de carros, tudo lhe assustava, poderia chamar a polícia, mas tinha medo de ser mal interpretado, um stalker na qual mandou fotos sensuais, em um site no mínimo ilegal, estava rondando sua casa, poderia ser facilmente levado a outros patamares, e não queria isso, não podia. Mas, por que a voz pareceu tão familiar? Sentia como se já estivesse escutado em algum lugar. Não mentiu que pensou que fosse a voz de seu professor da faculdade; Lee Minho.