Não acordou, já que não dormiu. Não sonhou, estava assustado. Se arrumou para suas aulas e com o coração pesado abriu a porta da saída. Apesar de tudo, o dinheiro que recebeu com aquelas fotos foi a maior quantia até então, acreditava que as pessoas gastavam o dinheiro com o quê e com quem queriam, sem maior julgamentos, seu "trabalho", não permitia isso. Resolveu se afastar desse mundo por algum tempo, e se ainda fosse intimidado com as chamadas, chamaria as autoridades.
Suspirou e saiu do apartamento, fazendo o mesmo trajeto usual, que o levava até a faculdade próxima, fazia cinema, mas na verdade, queria ter feito música. Queria ser um grande produtor, mas a decisão só foi tomada quando já estava muito bem colocado na faculdade atual, decidiu terminar, ver até onde ia chegar.
Olhou os horários e viu que tinha poucas aulas, apesar do dia nublado, e dos recorrentes inoportunos, fez questão de se dedicar bastante, como sempre fez. Foram seis aulas, quando saiu, já estava chovendo, se fosse correndo e escondesse as mochila dentro da roupa, para não molhar o celular e os materiais, talvez desse certo.
- Jisung. - Uma voz masculina o impediu de dar o primeiro passo para a corrida que valeria por uma maratona.
- Professor Lee. - O reconheceu rapidamente, sempre escutava diversos elogios relacionados ao talento nato e exemplar de Lee Minho, professor que lecionava tratamento de imagens, a estética e suas técnicas. Todas suas aulas seriam produtivas se não fosse pela beleza sem igual que carregava.
- Você não ia correr nessa chuva a essa hora, ia? - Sorriu, percebendo que o mais novo iria se arriscar nesse temporal.
- Bem... - Tentou se esquivar, mas não tinha como o enganar. - Talvez se eu fosse correndo rápido.
- Está mais forte agora. - Jisung olhou e percebeu que não poderia salvar o seu celular da água. - É perigoso, está de noite.
- Nunca aconteceu nada desse tipo por essas ruas. - Minho o olhou sério, como se tivesse acabado de falar alguma besteira, ou estivesse errado dos fatos.
- Mas poderia, nunca se sabe quando se tem alguém te observando. - A palavra, maldita palavra que lhe tirou o sono, "observando". A voz...
- Impossível. - Sorriu sem humor, Minho ainda o encarava e estava se tornando algo totalmente intimidador.
- Você mora longe? Eu estava de saída, posso te levar. - Falou com uma voz suave, passaria tranquilidade e calma a qualquer um, com o manejo doce do tom de voz.
- Ah, moro há dez minutos daqui, mas eu posso esperar a chuva passar.
- Eu insisto, quanto mais tarde, mais perigoso fica, ainda mais um garoto belo como você. - Jisung não entendeu se foi um elogio, assim como não entendeu o motivo da insistência que poderia lhe ocorrer um perigo próximo.
- Se não for incômodo. - Sorriu fechado, passaram a caminhar juntos, Lee alcançou um guarda-chuva o abrindo. Com um braço ao redor da cintura de Han, aproximou os corpos de maneira repentina, Jisung encarou apenas como uma maneira de se protegerem da chuva.
E nem percebeu a mão argilosa de Minho descer e subir, da sua cintura até suas costelas, como se estivesse o acariciando ou analisando o corpo de alguma forma. Primeiro, abriu a porta para Han, depois entrou.
- Está com uma neblina forte, mal consigo enxergar. - Estreitou os olhos e o para-brisa começou a se mover, tirando o excesso de água. - Podemos esperar para ver se diminui? O asfalto deve estar escorregadio também.
- Claro, sem pressa. - Não queria tirar da boa vontade do professor, na qual se sensibilizou pela sua situação e o evitou de se molhar.
- Então, você está gostando, do curso? - Quis puxar assunto.
- Sim, estou. - Olhou para as horas do celular.
- Está com pressa? Podemos arriscar ir na chuva. - Disse.
- Ah, não, não. - Fez um sinal com as mãos, estava nervoso não sabia o motivo. - Sem pressa alguma.
- Parece que já vai parar de qualquer forma. - A chuva ainda fazia um barulho com o choque no veículo. - Essas ruas parecem ser perigosas, quando vai muito tarde.
- Sim, eu acho. - Olhou para fora e quando olhou para Minho novamente, ele o encarava, os olhos castanhos escuros, analisando de ponta a ponta o corpo de Han, antes de umedecer e morder discretamente os lábios.
- Vamos? - Se ajeitou na poltrona e ligou o carro.
Porém, Jisung percebeu algo.
Quando Minho havia o deixado, na porta de seu condomínio. Percebeu que nunca o tinha dito seu endereço.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Paparazzi •Minsung
FanfictionDe começo, Han Jisung pensou que era apenas um trote, onde seu número foi alcançado aleatoriamente, mas quando o desconhecido apresentou a palavra "observando", tudo começou a mudar.