Capítulo 5

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Serafim

A guilda tem seu lar em um bar antigo e em ruínas, uma estrutura que, apesar de capenga e desgastada pelo tempo, ainda resiste. É um esconderijo perfeito para nós, longe dos olhos curiosos. O bar, com sua aparência decadente, abriga um porão bem organizado, onde realizamos nossas reuniões secretas. Hoje, apenas quatro dos cinco membros oficiais estão presentes — Dante, o diplomata, está ausente, como de costume.

Azeff, com seu cabelo escuro e curto, e suas cicatrizes visíveis de tanto manusear armas, está visivelmente impaciente. Seus olhos âmbar refletem uma frieza calculada. Gosth, um espião fugitivo do sul, é o mais reservado entre nós. Seus olhos e cabelos negros são a marca de um homem que sabe se manter invisível. Bloodyn, a mais forte e talentosa em combate corpo a corpo, carrega cicatrizes que falam de uma vida de lutas. Seus olhos azuis são duros e cansados, um reflexo de sua amarga experiência.

— Olha só quem está aqui! — Ace exclamou, tentando abraçar Azeff, que desviou com um olhar de desdém. O abraço desajeitado de Ace acabou caindo sobre Gosth, que apenas tolerou o gesto com um suspiro.

— Vamos direto ao ponto, Ace. Temos um trabalho a fazer. — A voz de Azeff era firme.

— Oh, vocês são tão sérios! O cara vai ser eliminado de qualquer jeito! — Ace se jogou dramaticamente em uma cadeira, quase caindo para trás.

— Não sabemos isso ainda. É por isso que estamos investigando. Se ele não é culpado, não podemos fazer nada. — A voz de Bloodyn cortou a conversa, sua presença impõe respeito.

— Mas ele é um vilão! — Ace insistiu, a frustração evidente em sua voz.

— E todos os outros também são. — Bloodyn respondeu com um tom de desdém. — Só alguns têm um pouco de bondade. Até que se prove o contrário, boatos são apenas boatos.

— E quanto aos rumores? — Ace perguntou, claramente impaciente.

— Rumores não são evidências. Devemos prosseguir com cautela. — Azeff declarou, pressionando a ponta do nariz como se isso ajudasse a pensar melhor. — O que mais você tem?

— Não encontrei nada suspeito nos arquivos da biblioteca. Mas o Esquilo nos disse que o Marques tem uma residência não listada. O problema é que não sabemos onde fica. — Eu compartilho as últimas informações que consegui.

— Talvez devêssemos invadir a residência. — Gosth sugere com uma voz grave e decidida.

As palavras de Gosth pairaram no ar, enquanto o grupo ponderava sobre a proposta. O silêncio era quase palpável.

— É só isso? — Ace interrompe o silêncio. — Você sugere uma invasão e depois fica quieto?

— Pode não ser uma ideia ruim. — Digo, olhando para cada um deles.

— Você está realmente pensando em ir até lá? — Bloodyn questiona, seu olhar crítico não disfarça a preocupação.

— É exatamente o que farei. Preciso ir ao escritório do Marques e verificar os arquivos. Se houver algo sobre essa propriedade, está lá. — Ace tenta se aproximar, colocando as mãos em meus ombros.

— Você está completamente insana! — Grito, empurrando as mãos de Ace. — Nós enfrentamos e destruímos aristocratas cruéis, e se isso é loucura, então eu serei a pior louca que já existiu. Farei o que for necessário para fazer justiça por aqueles que sofreram, por aqueles cujas vidas foram destruídas. As famílias que lamentam terão paz sabendo que a justiça foi feita.

O silêncio que se seguiu foi denso. Todos trocavam olhares, e Ace estava inquieto, mas não conseguiu encontrar palavras.

— Muito bem, irei até lá e farei a busca. Por hoje, é tudo. Vejo vocês em breve. — Saio do porão, sem que ninguém diga mais uma palavra.

O Demônio e o Crisântemo. - Uma Combinação Mortal.Onde histórias criam vida. Descubra agora