confusão

179 24 0
                                    

Quero só lembrar que talvez vocês achem essa fanfic um pouco apressada. Isso é bom. Ela foi feita para isso. Queria passar o sentimento de uma pessoa desesperada para amar e ser amada. Espero que eu tenha conseguido.

♤♤♤

Andrew acordou. Ele se sentiu errado por alguns minutos, até finalmente voltar ao normal. Esse sentimento não era incomum. Incomum de verdade era o calor de outro corpo próximo ao seu. Ele se assustou, se levantou muito rápido e quase caiu. A pessoa ao seu lado estava coberta por lençóis mas algumas mechas de cabelo escapavam.

Vermelho, foi tudo em que Andrew prestou atenção. Ele passou uma lista de pessoas com que ele conhecia com o cabelo dessa cor, mas não conseguia pensar. O desespero estava sufocando seus pensamentos, sua respiração se tornou pesada, o medo de ter feito alguma besteira travou completamente seu corpo.

Então, ele lembrou de Neil, seu desespero aumentou. Ele havia desmaiado, e depois acordou em uma cama de um lugar completamente desconhecido. As coisas que Neil poderia ter feito com Andrew inconsciente era demais para o estômago dele aguentar. Ele se inclinou, não deu tempo de fazer mais nada, ele vomitou.

Seus olhos começaram a arder e sua visão começou a ficar embaçada. Ele queria chorar e gritar e quebrar quantas coisas ele pudesse quebrar. Ele se descuidou, se permitiu ficar naquele estado vulnerável. Ele queria surtar com a simples ideia de Neil sendo um completo babaca; por algum motivo ele achou que não suportaria ver a imagem de alguém tão angelical sendo despedaçada e se transformando em algo demoníaco. Mas, acima de tudo, ele queria surtar porque não suportaria saber que isso aconteceu de novo. Ele não suportaria que, mais uma vez, ele não soube como se proteger.

Andrew não viu isso acontecer, mas Neil  se levantou e pegou uma caixa de lenços. Quando Andrew terminou, Neil segurou o queixo de Andrew e começou a limpar os cantos de sua boca.

Aquele sentimento de que poderia destruir mundos e mesmo assim não seria o suficiente para acabar com sua raiva estava de volta. Sempre esteve lá, mas agora era pior. Andrew deveria fugir das mãos de Neil, mas ele não conseguiu. Como alguém com toques tão calmantes poderia ter feito aquilo com ele? Bom, Drake fez. Ele conseguiu a confiança de Andrew e depois tirou a única coisa que ele tinha. Sua dignidade.

Ele se livrou das mãos de Neil e pegou um dos travesseiros. Ele tinha que gritar ou morreria sufocado.

Ele gritou, tão alto quanto podia, e o travesseiro abafou esse grito. Ele continuou até sua garganta implorar por uma pausa. Neil deixou isso acontecer. Ele ficou parado, observando, como se isso não fosse sua culpa.

—– Eu te odeio. — Foi tudo o que Andrew falou.

—– Oh, meu deus. — Pela voz de Neil, parecia que mistérios obscuros foram resolvidos. Como se ele tivesse acabado de montar o quebra-cabeças mais monstruoso do século. — Você realmente... você acha que eu me aproveitei disso?

Andrew nem mesmo olhou para ele. Ele não sabia o que poderia fazer quando olhasse para seus olhos. Neil continuou falando.

—– Escuta, eu entendo. Eu deveria ter pensando que isso poderia acontecer. Mas, olha, eu nem gosto desse tipo de coisa. Não 'tô falando de homens, 'tô falando de sexo. Você não vai acreditar em mim, claro que não, mas pensa bem. Você 'tá exatamente como ontem. A maquiagem, as roupas, e você sente dor em algum lugar? — Andrew mal conseguia acompanhar de tão rápido que ele falava. Era puro desespero para se explicar, soava mentira, mas Andrew percebeu que qualquer coisa nessa situação soaria mentira. Faria sentido para alguém racional. Mas, para alguém que estava em surto, não fazia.

Do nada, Andrew se levantou, evitando pisar na sujeira que ele mesmo fez. Ele simplesmente saiu andando para onde quer que aquele corredor o levaria. Ele foi de volta para a sorveteria. Oh, então Neil morava ali. Era pequeno demais. Era deserto demais a noite, era perfeito para fazer qualquer coisa errada. Depois desse pensamento, Andrew começou a correr para fora, para logo dali, para qualquer lugar que sua mente mandasse. Estava disposto a esquecer os olhos azuis, os cabelos fim de tarde, o sorriso de estrelas e a voz calmante. Estava disposto a esquecer todos os quadros e os sentimentos esquisitos que ele conseguiu reconhecer.

Estava disposto a esquecer quem era Neil Josten.

Cores e arteOnde histórias criam vida. Descubra agora