7 - (Gaara) O tamanho do meu amor

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Imagine...

Sinto as areias fazerem cócegas na minha pele,o ar seco deixando minha garganta ardendo e sedenta por um pouco de água.

Lambo os lábios, gemendo quando sinto as rachaduras arderem com o contato. Ajeito o capuz e levanto o olhar,avistando a grande vila se aproximar pouco a pouco. Suspiro e continuo a caminhada,ajeitando a capa para esconder mais do meu corpo junto da bolsa pendurada lateralmente.

Ser uma fugitiva nunca esteve em meus planos,mas foi inevitável a partir do momento em que uma escolha foi tomada de mim. Escolha essa que apesar de ter sido benéfica para a população da vila,eles nunca entenderam de fato que foi por uma boa causa. Acreditam apenas em um lado da história, completamente cegos sobre a realidade dos fatos.

Meu objetivo neste lugar não era ser aceita de volta,mas apenas passar um recado importante para a pessoa que tentei proteger a todo custo: Gaara.

Ouvi dizer que agora ele é o novo kamikaze,e isso me chocou absurdamente. Todos odiavam ele,e saber que agora o respeitavam deixava meu peito cheio de orgulho pelo ruivo. Ele merecia o que havia conquistado,nunca duvidei um dia sequer da sua bondade.

Paro em frente à um grande pilar de pedras,bem longe da entrada principal. Havia um caminho secreto que descobri há muito tempo atrás. Aquele caminho foi feito para que pessoas importantes pudessem fugir caso aja uma guerra ou algo do tipo.

Retiro um monte de pedras,levando cerca de uma hora até finalmente encontrar o túnel estreito que me levaria até a rede de esgoto da vila. Passo pelo canal,sentindo teias de aranhas tocarem meus braços enquanto protejo meu rosto. Sinto um cheiro ruim e sei que estou próxima. A falta de claridade me faz resmungar baixinho,com medo de peçonhentos ou ratos aparecerem derrepente.

Sinto um degrau e caio,meus joelhos e palmas da mão tocando a água suja no chão. Me levanto com rapidez,praguejando baixinho e tentando me limpar na capa.

Estreito os olhos em ambas as direções, direita e esquerda,conseguindo ver fechos de luzes por conta das tampas dos bueiros. Me esguio para a direita, começando a ouvir barulho de civis transitando pelas ruas. Quando chego mais perto da tampa,espio pelo buraco para ter alguma pista de onde eu estava neste exato momento. Apenas consigo ver o céu e sapatos de pessoas andando.

- Por favor, mamãe! - Escuto uma criança choramingar.

- Eu já disse que sorvete é só nos fins de semana! - Uma mulher responde,a voz soando dura e sem paciência. A criança aumenta o choro. - Quando chegarmos em casa,farei pudim. Sua sobremesa preferida,o que acha? - Pergunta sugestiva.

O choro do menino lentamente é controlado,e então ele responde:

- Tá bom... - Soa convencido,mas pelo tom de voz é claro que preferiria o sorvete.

A vila contém 3 sorveterias populares,e cada uma era um pouco afastada da outra. Isso pode ter me dado alguma pista mas não foi o suficiente.

- Muito bem. Vamos passar na joalheria do vovô Natsu e então iremos para a casa.

Finalmente consigo ter uma visão de onde estou, reconhecendo a tal joalheria. Então a filha do velho Natsu teve um filho... fiquei feliz com a notícia. O velho sempre citava seu desejo de ter um neto.

Continuo o meu caminho e viro à esquerda,indo em direção a um beco próximo dali. Levo cerca de 10 minutos até achar outra tampa de boeiro e não ouvir nenhuma voz do lado de fora. Sei que cheguei ao meu destino então forço a tampa para cima,tendo certa dificuldade com o peso da mesma.

Quando removo o enorme metal,jogo meu corpo em um impulso para cima e saio daquele lugar nojento,olhando para os lado atenta caso alguém me veja ali. Coloco a tampa de volta e ajeito o capuz da capa,tendo certeza que meus cabelos ruivos estão bem escondidos.

PERVERT FAN (Animes +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora