relembrando o passado

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Finn segurou minha mão e se sentou de frente pro campo, evitando me olhar. Ele ficou em silêncio por um tempo, acho que tomando coragem para me dizer.

- se não quiser falar tá tudo bem finn, eu não preciso saber...

Eu podia ver em seu olhar que lembrar daquilo era difícil pra ele. Meu coração estava acelerado com a ansiedade que batia no peito, e tive que respirar fundo algumas vezes pra conseguir me acalmar, apesar de ele ser o mais nervoso aqui.

- mas eu quero contar, vai ser bom desabafar com alguém depois de tanto tempo. E você é minha melhor amiga, merece saber minha história.

Sorri contente por suas palavras e senti minhas bochechas repucharem pelas lágrimas já secas sobre elas. O loiro me olhava com carinho após dizer aquilo, e suas bochechas estavam coradas também. Eu amava ver finney corado, era uma visão indescritível de tão boa.

- então prometo contar a minha história pra você também. Embora saiba que nossas histórias não vão se cruzar.- disse para ele que assentiu com a cabeça.

- quando eu tinha 13 anos, eu não tinha uma vida muito boa. A maior parte do tempo em que estive vivo foi apenas eu gwen e meu pai. E posso dizer que não foi a melhor experiência que já tivemos.

Olhei compreensiva para ele, afinal disso eu entendia muito bem.

- depois da morte da minha mãe, ele ficou depressivo, e recorria a bebida que o deixava agressivo. E na maior parte do tempo ele estava bêbado, ou de recassaca. O que também não era agradável.

" Gwen e eu passamos boa parte de nossa infância protegendo um ao outro, tanto contra meu pai, quanto das pessoas que gostavam de infernizar minha vida. Ela sempre brigava comigo por nunca revidar, afinal pra ela já era horrível ter que apanhar em casa, então pra que apanhar na escola também?"

Ele riu sombrio enquanto eu franzia o rosto em desagrado ao que ouvia, eu já esperava que ele sofresse na escola, mas não tanto assim.

- as coisas já não era muito boas aí, mas tudo piorou quando algumas crianças começaram a desaparecer. Acho que o primeiro foi Billy, ele entregava jornal na cidade com seu cachorro. Todos ficaram arrasados quando ele desapareceu sem nem deixar rastros, a única coisa que deixou pra trás foi seu cachorro, sua bicicleta cheia de jornais e balões preto no último lugar que foi visto...

Me assustei com a informação, eu não imaginaria que uma cidade como essa teve desaparecimentos. Achei que coisas assim só aconteciam em cidades grandes, mas aparentemente cidadezinhas eram apenas um lugar que se passa de perfeito e calmo do qual escondia suas atrocidades.

- o segundo foi griffin, o mais novo de todas as vítimas. Ninguém o conhecia muito bem, ele era praticamente invisível, não tinha ninguém que se importasse com ele. Até hoje me sinto mal por não lembrar de o ver nem sequer uma vez.

" Depois foi vance hopper, um cara mais velho que adorava encrenca. Era muito estressado e vivia brigando por coisas idiotas, ele era conhecido como vance do pinbolim, porque brigou com dois garotos que esbarraram em seu jogo no fliperama fazendo ele perder. Ele foi preso depois disso, e logo depois desapareceu.

Em seguida foi um garoto chamado Bruce Yamada, ele era muito gente boa. Popular, bonito, gentil, todos adoravam ele. Ele foi uma das únicas vítimas que tive mais contato, Bruce era arremessador no lugar de George."

Arregalei os olhos em surpresa, aquilo era pior do que eu jamais imaginaria. Desaparecimentos de crianças, vítimas inocentes e sem culpa de nada. E ainda uma delas era praticamente amigo de finney,
como ele conseguia jogar mesmo depois de um amigo desaparecer?

A última chamada?Onde histórias criam vida. Descubra agora