Não sabia onde estava, tudo era escuro, desde o teto até o chão, eu não conseguia ver nada além de eu mesma.
Não sabia se havia chão, mas eu pisava em algo firme. A minha volta tudo era negro e um breu, não tinha nada nem ninguém ali além de mim.
Comecei a caminhar em alguma direção, não tinha muito o que fazer. E apesar de estar sozinha eu não tinha medo de estar ali, não sentia nada além de curiosidade.
Até pensei em gritar pra ver se alguém ou algo me ouviria, mas não vi motivos pra isso já que não sentia a presença de nada.
Então segui em linha reta até que uma luz invadiu minha visão me fazendo tapar os olhos de dor.
Quando senti que a luz foi embora abri os olhos, e agora eu estava numa rua. Estava claro, o céu estava completamente azul e o sol brilhava.
Quando olhei em volta vi que estava na cidade, me virei para o lado e pude ver casas familiares a minha volta, apenas não conseguia me lembrar de onde exatamente era.
- você não vai se casar com ninguém.
Ouço uma voz familiar e me viro pra saber de quem era. Finn e gwen estavam caminhando lado a lado enquanto conversavam sobre casamento.
Mas eles estavam diferentes, mais novos. Os cabelos de finn estavam em um corte diferente que o deixava engraçado e fofo ao mesmo tempo. E gwen estava mais baixa com o cabelo trançado. E apesar de rostos mais infantis os dois ainda levavam os mesmos traços que eu já havia decorado.
- gente?- chamei por eles tentando entender o que estava acontecendo.- gente o que houve? Onde estamos indo?
Tentei falar com eles mas eles não ouviam, comecei a ficar nervosa mas se eles não me escutavam eu iria segui-los pra ver alguma coisa que me ajudasse a entender o que estava havendo.
Algo me dizia pra seguir minha intuição e não entrar em desespero, afinal o lugar em que estava me trazia calma e parecia querer mostrar respostas de algo.
Enquanto raciocinada sobre o que fazer vi finn parar de repente com gwen um pouco mais a frente, então parei também para não esbarrar nele.
- esse é novo...- o loiro mais novo diz enquanto olha um cartaz de desaparecido de um garoto asiático. - o senhor yamada deve ter distribuído novos.
Tentei identificar quem era o garoto mas eu não me lembrava dele. Acho que ele devia viver por aqui enquanto eu estava na outra cidade, como eu não vinha muito ver minha tia não tive oportunidade de conhecer ninguém antes de me mudar definitivamente.
Me concentrei no cartaz chegando mais perto e analisando o garoto. Ele era bonito, tinha um rosto meio redondo, olhos puxados, um sorriso bonito e cabelos lisos pretos.
Quando levantei meu corpo afim de prestar atenção nos irmãos Blake eu vi que eles haviam sumido. Olhei em volta de novo tentando identificar onde estava e vi que era o campo de basebol da escola.
- vai finn!!- olhei na direção da voz e me deparei com gwen sentada na arquibancada com um lenço amarelo amarrado na cabeça que escorria seus lindos cabelos longos e lisos. Donna estava ao seu lado um pouco mais afastada. Também numa versão mais nova apesar de não ter mudado muito a aparência.
Ela olhava na minha direção, então percebi que finney estava do meu lado com o uniforme no corpo relativamente menor do que eu estava costumada, e uma bola na mão esperando o jogo começar para lançar a bola.
A nossa frente o garoto do cartaz estava com um taco na mão se preparando para jogar também.
E então o apito soou dando sinal que o jogo iria começar, finn lançou a bola rapidamente não dando chance ao japonês com o taco.
Foi assim durante umas 2 jogadas, dava pra ver que o moreno estava nervoso, finn estava se saindo muito bem. Então quando a bola foi jogada pela terceira vez e o garoto finalmente rebateu e correu pelo campo ganhando o jogo.
Olhei ao meu lado e vi finn com uma cara triste, dava pra ver a decepção em seus olhos. E eu podia afirmar que se culpava pelo seu time ter perdido.
Mas quando eu e o loiro iríamos nos afastar o outro garoto vem correndo na nossa direção e dirige a palavra ao finney.
- cara! Seu braço é um canhão...quase me pegou em- ele disse sorrindo. Pude ver que finn ficou feliz pela interação e pelo elogio.
Me assustei por perceber que a voz era a mesma que sussurou em meu ouvido pela primeira vez no jogo que assisti de finney.
Tentei falar alguma coisa pra saber quem era ele e porquê aquilo havia acontecido comigo, mas minha voz não saia de jeito nenhum.
- bom jogo- eles disseram um para o outro depois de apertarem a mão e o garoto sair de lá.
Fiquei feliz por ver essa interação dos dois, afinal se eu não estiver enganada foi nessa época mais ou menos que finn sofria tanto em casa quanto na escola. Era bom ver ele sorrindo, sempre iria admirar isso.
Mas não consegui esquecer a voz que agora latejava e não saia da minha cabeça. O que aquilo queria dizer? Era algum sinal? Mas por que ? O que significava?
Quando eu ia tocar no ombro de finn para ter um apoio,afinal minha cabeça parecia girar, o ambiente mudou e voltei para a rua que estava antes com os Blake.
Fiquei confusa novamente pela troca repentina e pelas informações que borbulhavam na minha cabeça.
- é...- gwen respondeu com voz sombria, meio pensativa enquanto observava o irmão e o cartaz.
- você acha que não vão encontrá-lo não é?- finn perguntou com certa tristeza na voz.
- não do jeito que querem...
Gwen disse aquilo e fiquei horrorizada com sua fala, apesar de pensar da mesma forma. Não era muito comum acharem as pessoas vivas depois de um sequestro.
Eu ainda me sentia tonta com tudo que eu vi, mas conseguia pensar com um pouco de clareza ainda.
Procurei novamente o cartaz buscando mais alguém coisa que não sabia ao certo e li o nome estampado no cartaz. Bruce Yamada.
Quando li seu nome em voz alta eu acordei ofegante na minha cama com o despertador de acordar tocando.
Olhei em volta e vi que estava no meu quarto e sabia que estava acordada dessa vez.
Me sentei na cama tentando entender o que havia acontecido mas não conseguia, as lembranças e informações estavam bagunçadas na minha memória e eu estava confusa demais pra tentar entender alguma coisa.
O quarto girava é eu sentia que iria vomitar a qualquer instante. O que quer que tenha acontecido, não era normal e me deixou mal pra caralho.
Despertei novamente de meus pensamentos com minha tia me chamando, eu iria me atrasar se não fosse pra escola logo.
Então me arrumei o mais rápido possível prometendo pra mim mesma que tentaria entender o que era esse meu sonho.
Decidi não falar nada pra ninguém por enquanto, quando estivesse mais calma e com a mente mais organizada eu iria falar pra finn.
Terminei de me arrumar peguei uma fruta qualquer que vi na cozinha e saí de casa para ir a escola.
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A última chamada?
Fiksi PenggemarDois anos se passaram desde a morte do sequestrador, Finney finalmente está conseguindo viver sua vida tranquilamente sem os garotos o atormentando. E apesar de ficar famoso por ter sobrevivido aos horrores ocorridos em denver, ele ainda era um garo...