𝗢𝘀 𝗾𝘂𝗮𝗱𝗿𝗼𝘀 𝗻𝗮𝗼 𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲𝗺

506 47 51
                                    


- Odeio barcos, odeio de verdade - Revirou os olhos, olhando para cima.

- Já enjoada, Gi? - A azulada deu tapinhas na costa da amiga.

- Eu vou te amarrar com uma corda, Mia - Disse a francesa com sua face em direção ao céu - Falta muito para chegarmos?

- Acho que não - Forçou um pouco a vista olhando para o horizonte, buscando uma forma clara de se localizar em meio aquele mar, até que avistou algo mínimo - Olha, parece que sim!

Giselle se distanciou um pouco da beirada do barco, descendo as escadas para pegar sua mala. Sempre teve uma certa aversão a viagens de barco, odiava o balanço que os mesmos faziam, a deixava tonta, consequentemente fazendo a garota sentir-se enjoada. Após pegar a mala, subiu de volta para a parte de cima, reclamando sobre a qualidade duvidosa do meio de transporte.

- Tantos outros barcos para conseguir e tivemos que vir justo nessa espelunca - Resmungou para si mesma, nem ao menos percebendo a presença da amiga.

- O moço já falou que a gente tava chegando - A azulada comentou, andando até a amiga com pulinhos - Desculpa moço, qual o seu nome mesmo?

- Adrian - O homem se pronunciou, concentrado no que fazia - Vieram os três juntos?

Foi nesse momento que a francesa percebeu a presença do homem, presumiu que seria o tal Wanderley que o Senhor Veríssimo havia mencionado. Enquanto escaneava o homem, com o seu olhar julgador, não percebeu que haviam chegado na tal ilha de Típora.

- Ótimo, sem sinal - Giselle olhou para o celular, que por sinal, estava com apenas 45% de bateria - Me pergunto por que me submeto a essas coisas. Em uma ilha e sem internet. Bem que os crentes disseram que era o fim dos tempos.

- Deixe de drama - Mia riu, olhando ao redor - Veja bem, Wanderley já está tomando de conta do trabalho

Viu o careca conversar com um homem, teriam que fingir ser uma equipe de imobiliária. Claro, a boa e velha Fachada. Viu o homem do barco falar com duas pessoas, uma menina de cabelos dourados e um garoto de cabelos cacheados.

- Giselle, sem chamar ninguém de pobre! - Mia a advertiu - Você vai ser mal interpretada aqui se fizer isso.

A francesa murmurou algo, se aproximando do colega de trabalho, vendo as duas pessoas supracitadas se aproximarem lentamente.

- Quem que chegou aí? - Perguntou a garota.

- Ah é, chegou os...como que é o nome de vocês? - Olhou para a equipe com dúvida em seu olhar - Walder...Gia e Mia?

- Wanderley pai - Falou com o sotaque baiano, que a fez lembrar do seu colega Adônis.

- É Giselle - Ia continuar a falar mas foi interrompida pela amiga.

- E Mia! Wanderley, Giselle e Mia!

- Wanderley Pai? - A loira perguntou, parecendo incrédula.

- Não, só wanderley mesmo - Se explicou - Pros íntimos Wandebas

Revirou os olhos. A Laurent só queria um lugar para descansar, estava exausta, e ainda enjoada, da viagem de barco. Mia percebeu o desconforto da amiga. Esses seriam longos dias. Giselle não gostava muito de interações sociais, sentia-se ansiosa demais para isso, e lhe faltava paciência para lidar com pessoas. Era ela do tipo de pessoa que tinha a fala e o pensamento acelerado, mas buscava controlar isso ficando quieta.

As apresentações duraram bastante tempo. Percebeu que Mia já estava se enturmando com os dois que apareceram, enquanto Giselle estava mais para o canto, buscando passar despercebida. Mas claro, era meio impossível, principalmente com o cabelo loiro rosé chamativo e as roupas, com a paleta de cor branca e bege, que não deveriam ser usadas em um tempi quente. Por sorte, pensou ela, tinha trazido outras roupas que condiziam com o clima da ilha.

𝐀𝐅𝐄𝐓𝐑𝐎𝐏𝐈𝐀 - Agatha Volkomenn Onde histórias criam vida. Descubra agora