32. Uma batida por minuto

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O pincel rosa contornou as maçãs do rosto de Sina, onde uma boa quantidade de blush era posto. Meses atrás ela não se importaria em sair feia demais ou bonita demais para visitar uma amiga, no entanto, aquele específico momento já era o bastante para passar uma boa maquiagem em seu rosto. Após semanas em casa de puro repouso, a alemã resolveu que seria a hora de respirar ar puro de verdade, e não ficar apenas sentada em um sofá rodada de guloseimas.

Obviamente, Noah não ficava satisfeito com suas saídas. Ele a queria em casa, onde para ele, era perfeitamente seguro, principalmente estando tão perto do bebê vir ao mundo.

Sina se retirou do banheiro após vestir sua roupa. Ela ficou genuinamente feliz em saber que sua calça legging ainda servia perfeitamente em seu corpo, ou o seu número de sutiã que permaneceu estagnado no mesmo tamanho.

— Que horas você vai sair?

Noah questionou ao passar pela porta do quarto, onde tentava a todo custo arrumar a gravata em seu pescoço, quanto ao mesmo tempo tentava equilibrar o paletó de seu terno em uma de suas mãos.

— Daqui a pouco — Sina respondeu, sentando-se na ponta da cama — Julie disse que comprou um presente para o bebê, e vamos aproveitar para passar o restante da tarde juntas.

— Ela não poderia vir até aqui entregar? — ele perguntou, parando em frente ao espelho.

Subitamente, Sina revirou os olhos.

— Noah...— ela o repreendeu com apenas um olhar — Não sou uma boneca de porcelana. Não irei quebrar apenas por colocar os pés fora de casa. E estar em repouso é tão cansativo quando estar trabalhando... é sério, sinto que se eu ficar mais um segundo aqui irei surtar de vez.

— Eu sei, mas...— ele inspirou fundo, virando-se para ela — Repouso absoluto, lembra?

— Eu prometo que quando voltar você pode me amarrar a cama até o bebê nascer...— ela zombou, o fazendo rir.

— Tudo bem. Se divirta.

— Obrigada — Sina sorriu, se colocando de pé — Agora deixe-me arrumar isso pra você...— ela puxou a gravata de sua mão — Podem se passar anos. Milhões de anos. Mas meu marido ainda não aprendeu arrumar a própria gravata.

— Por que aprender se eu tenho você? — ele arqueou as sobrancelhas, pousando as mãos em seus quadris.

— Um dia posso não estar mais aqui...— ela disse, fazendo um perfeito nó se formar — E daí, você irá fazer o quê? Procurar uma bela jovem que possa lhe  fazer um lindo nó em sua gravata?

— Vou pedir encarecidamente que não diga asneiras...— Noah rebateu, a fazendo rir — E se um dia você não estiver mais aí, as gravatas não terão mais importância. Além do mais, você sabe fazer um nó como ninguém...

— Espero que esteja falando da gravata...— Deinert repuxou os lábios em um sorriso malicioso, o fazendo gargalhar.

— Talvez.

Ambos riram, quando o moreno a puxou pela cintura, depositando um longo beijo em seus lábios. A proximidade de ambos era limitada pela barriga de quase nove meses entre os dois, que era o divisor de águas que os separavam.

— Agora que eu já lhe fiz um favor, você me deve um...— Sina recuou, voltando a se sentar na cama — Coloca pra mim? — ela sorriu, erguendo o seu tênis.

Noah riu, entendendo a dificuldade da mesma em dobrar a coluna por conta da barriga. Aquele era um dos milhares de movimentos que o seu corpo a impedia de executar normalmente.

— Pelo visto a dificuldade de calçar o sapato está na lista das outras mil coisas que você não consegue fazer...— ele zombou, se ajoelhando em sua frente.

𝐒𝐄𝐗𝐘 𝐂𝐀𝐒𝐔𝐀𝐋 (𝐒𝐄𝐆𝐔𝐍𝐃𝐀 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎𝐑𝐀𝐃𝐀)Onde histórias criam vida. Descubra agora