Sentei Antônio em cima da mala para que eu conseguisse fechá-la com o zíper. Ele estava ansioso para conhecer Portland, e eu estava nervosa, mas Nathan tem sido o melhor pai do mundo para o Toninho e seria injusto da minha parte se eu não cumprisse o que havia prometido.

Bethany vai ficar no Brasil, disse que quer tomar conta do Rota e também porque conheceu um louco que a pediu em casamento depois de três encontros e agora ela precisava cuidar de seu casamento no Rota. Também me prometeu que vai cuidar de meu avô.

- Mamãe você não está feliz?

- Estou sim, vamos morar com o papai. Não era o que queria?

- Mas você não quer. – Ele se entristeceu.

- Quem te disse isso meu amor? Estou nervosa, mas eu quero sim morar em Portland.

Nathan terminava de colocar as malas no táxi enquanto eu me despedia dos meus amigos e familiares, meus olhos já estavam doloridos de tanto secar lágrimas, senti as mãos de Nat em meus ombros tentando me acalmar e dizer que já estávamos atrasados para pegar o voo.

Entrei no carro senti seus braços se enroscarem no meu corpo e seus lábios tocarem o topo da minha cabeça.

Antônio nunca havia andando de avião e estava ansioso, porém a viagem foi um inferno, ele não dormiu um momento sequer e ficava perguntando a todo o momento se já havíamos chego ou porque demorava tanto. Então só dormiu ao aterrissarmos em Dallas para pegarmos o próximo avião.

- Se quiser dormir, fique tranquila eu tomo conta dele. – Me ajeitava no banco. – Está com olheiras.

- Obrigada. – Sussurrei.

- Escuta, sei que não queria vir para Portland, mas você vai gostar e se não quiser morar na mesma casa tudo bem, eu compro uma para vocês.

- Nathan eu estou bem. – Apertei sua mão. – Só estou preocupada com a adaptação dele e temos um problema maior para resolver também.

- Esquece isso, por favor. Estamos em outra cidade, ele não vai vir atrás. – Ele cobriu Antônio e voltou a me encarar. – E se vier eu não vou deixa-lo encostar um dedo em vocês.

- Preciso ir ao banheiro. – Levantei-me ignorando suas palavras.

Ele já havia me prometido isto há muito tempo, e deixou que eu fosse machucada. Passei três meses tomando coquetéis para que eu não pegasse nenhuma doença sexualmente transmissível daqueles idiotas, tive risco de perder meu filho e sofro de pesadelos ainda.

Entrei no banheiro lavando o rosto, tentei ter imaginações positivas de um futuro próximo. A porta do banheiro se abriu e eu me assustei.

- Eu não aguento mais Alessandra Ayeska. – Nathan trancou a porta.

- O que está fazendo?

- Não vão nos jogar daqui de cima.

Suas mãos agarram meu rosto e ele me empurrou até a parede, seus olhos se esverdearam e ganharam mais brilho e os meus estavam vidrados nos seus. Como eu era apaixonada por estes olhos. Não me movi, apenas fechei os olhos e inalei seu perfume. Senti a textura dos seus lábios gelados por conta do ar condicionado nos meus, não permiti que ele invadisse minha boca, pois eu já tinha invadido a sua.

Duas batidas na porta fizeram com que acordássemos e percebesse a burrada que fizemos em deixar Antônio sozinho.

- Finge que está enjoada que eu cuido do resto. – Olhei-o sem entender.

- Senhores vocês não podem ficar aqui dentro. – Uma aeromoça loira começou a dizer. – Há outras pessoas querendo usar e banheiro não é lugar para transar.

- Desculpe, é que minha mulher está gravida e acabou passando mal e eu vim ver se estava tudo bem. Não estávamos transando, peço desculpas se mostramos isso.

- Perdão não sabia da situação, temos remédio se a senhora quiser.

- Eu sou médico, já dei remédio. Obrigada pela a ajuda, vem querida.

Nathan apoiou sua mão em meu quadril e me acompanhou até nossos acentos onde Antônio ainda dormia feito um anjo. A aeromoça me entregou um comprimido e após dez minutos eu já estava sonolenta e tentando raciocinar o acontecimento no banheiro.

Por um momento eu achei que todo o meu sentimento por Nathan Carter havia morrido há cinco anos trás, quando o deixei e mantive um segredo longe dele. Mas após a forma que ele vem cuidando de Antônio e a forma que nos beijamos no banheiro fez com que minha cabeça ficasse confusa.

.ღ.

- Mamãe, mamãe está nevando!

Antônio desceu as escadas correndo com o seu pijama de caubói e correu até a janela da sala. Era e primeira vez em duas semanas que nevava, ele nunca havia visto, seus olhos chegam brilhar.

- Posso ir lá fora brincar?

- Nathan pode agasalha-lo estou preparando o café da manhã.

- Tá bom, pegue o jornal, por favor. – Nat gritou do segundo andar.

Fechei o meu roupão e fui até a varanda de nossa casa batendo os dentes. Abri o jornal procurando a coluna da fama, única parte do jornal que eu leio.

- Vem mamãe fazer um boneco de neve. – Antônio pulo num monte de neve.

- Antônio isso é gelo, vai se machucar.

- O que foi? – Nathan apareceu de social na minha frente. – Obrigado, acho que suas panquecas estão queimando.

Sai correndo desligando o fogão.

- Alê você viu a noticia que saiu? – Neguei e o mesmo me entregou o jornal.

- Herdeira de Empire reaparece após cinco anos. – Li em voz alta. – Sou eu, como...

- Eu não sei, mas termina de ler. – Nathan me interrompeu.

- Alessandra Ayeska desapareceu há cinco anos por conta de traumas que viveu com o seu namorado. Na ultima quarta feira ela foi reconhecida em um supermercado, aparentemente está casada com Nathan Carter e juntos tem um filho. Não sabemos o que houve nos últimos anos, afinal Nathan estava sozinho na cidade. – Encarei-o. – Quem me reconheceu? – Ele deu de ombros. – Nathan isso pode colocar o Antônio em risco, Andrew esta solto por ai e era por isso que eu não queria ter voltado para os Estados Unidos.

- Eu sei, mas eu fiz uma promessa lembra?

- Assim como fez há seis anos e eu fui violentada.

- Papai! – Antônio gritou e eu corri para frente da casa. – Me machuquei. – Ele chorava.

- O que houve?

- Eu estava fazendo o boneco e fui até a calçada pegar pedrinhas e tinha um moço me olhando e eu fiquei com medo e tropecei quando eu fui correr.

- Que moço te olhava? – Seu pai perguntou. – Vamos entrar, seu joelho está sangrando.

- Tá doendo muito.

- Antônio que moço estava te olhando?

- Eu não sei, nunca o vi. Ele era bem alto e tinha um cabelo amarelo. – Coloquei-o no balcão da cozinha.

- Andrew. – Dissemos juntos.

--

E então, o que acharam desse capítulo? Comentem o que acharam e o que acham que vai acontecer nos próximos capítulos, a imaginação de vocês me ajudam e muito. 

Desta vez vou pedir 40 votos para postar o próximo, pois foi um capítulo curto.

Meu Segredo (não revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora