XII

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Nathan prometeu ficar com Antônio hoje no hospital enquanto eu resolvesse algumas coisas do ateliê. Resolvi passar toda a responsabilidade para Lucy e Hugo, e também contraria mais três funcionários para ajudar na confecção dos vestidos.

Já havia conversado com os dois que aceitaram a proposta, e já havia ido ao cartório também para mudar toda a papelada da microempresa.

- Estou tão nervoso para o novo cargo. - Hugo bateu palmas.

- Vai continuar a mesma coisa querido, só vamos ter mais responsabilidade e três funcionários para administrar. - Lucy o respondeu.

- Então não será a mesma coisa né gata.

Arranquei o envelope de minha bolsa e dei uma caneta para cada um, nos sentamos na mesa de orçamento de vestido para que eles lessem o contrato e assinassem.

Tudo o que eu estava fazendo era para ficar mais próxima de meu filho nesse momento. Todos os problemas da Empire seriam resolvidos em casa, caso fosse algo de muita urgência pego o helicóptero e vou até a empresa, como já combinado com todos. Contratei também uma secretária executiva para que me ajudasse com tudo.

- Que gato! - Hugo olhou para fora da loja.

Peguei um papel e escrevi a senha do meu cofre.

- Pega todo o dinheiro do caixa e vão para a minha sala. Atrás do quadro tem um cofre, coloque no cofre. - Sussurrei. - Agora! E liguem para o Nathan e Harry. - Eles me encararam mas logo se levantaram e fizeram o que eu pedi.

Levantei-me respirando fundo e fui até a porta da loja de braços cruzados encarando o traficante mais procurado de Portland. Ele tirou o óculos escuro e sorriu.

- Alessandra Ayeska, não vai cumprimentar um velho amigo? - Ele me abraçou e eu continuei de braços cruzados. - Está bem modificada e mais encorpada não é? - Ele mordeu o lábio. - Fiquei sabendo que agora é mamãe, como é mesmo o nome dele? - Respirei fundo e cerrei os punhos. - Antônio Ayeska, um garoto lindo, puxou a mamãe. - Sorri falsamente.

- O que você quer Andrew?

- Conversar. Não vai me convidar para conhecer sua loja? - Dei espaço para que o mesmo entrasse. - Com licença. É uma linda loja, está de parabéns.

- Chega Andrew, o que você quer?

- Sempre afrontosa não? Temos algumas contas para acertar não acha?

- Não, você tem contas para acertar com a policia, comigo não. - Ele riu.

- Exatamente garota, graças a você estou sendo caçado. - Ele chegou perto. - Então nós vamos fazer o seguinte, te darei duas opções e você escolhe qual vai querer ok? Ou você casa comigo e eu te dou conforto e juro proteção para o seu filho, porém vai fazer tudo o que eu mando. Ou vai na policia retirar a queixa para o bem de seus familiares e amigos. - Abri a boca para responder.

- A conta que você tem que acertar é comigo, não com ela. - Nathan e Harry apareceram na porta e eu suspirei aliviada. - Casar com você? Que ideia ridícula.

- Chamou o príncipe encantado para te proteger? Não vão me dizer que estão casados e vivem felizes para sempre.

- Não cara, ela está comigo. - Harry veio até mim.

- Um triângulo amoroso, sempre quis participar de um! E olhe eu aqui. - Ele gargalhava. - Então vamos lá, você paga tudo o que me deve. - Andrew apontou para Nat. - Você casa comigo ou retirar a queixa. - Me encarou. - E o novo integrante do grupo fica bem fora dessa e não ouse chamar a policia.

Andrew levantou a blusa mostrando a arma que carregava na cintura. Coloquei a mão na boca assustada, o mesmo arrancou a arma e começou a esfregar a ponta da mesma por todo o meu rosto.

- Eu dou um mês para vocês ok?

Ele guardou a arma e saiu do meu atelie. Procurei um lixo mais próximo e comecei a vomitar, senti Harry segurar meu cabelo enquanto eu limpava minhas lagrimas.

- Alessandra você disse que estava pronta. - Nathan se agachou e me encarou.

- Calma cara, deixa ela se acalmar.

- Ela disse que estava pronta, isso pra mim não parece estar pronta.

- Eu acabei de ter uma arma dançando no meu rosto. - Gritei. - Como consegue não sentir nada?

- Eu vou ver como eles estão. - Harry saiu.

- Alê, ele não pode ver que isso te afeta. - Assenti. - Eu estou indo para o hospital, quer carona?

- Não eu vou mostrar algo para ela antes.

Nat assentiu e saiu. Olhei-o sem entender, fechamos a loja e pedi para Hugo e Lucy remarcarem essa nossa reunião para outro dia. Entrei no carro do meu namorado e fomos até o meu apartamento.

- O que estamos fazendo aqui? - Percebi que a porta estava entreaberta. - Amor, a porta está aberta, entra na frente. - O empurrei.

Ele entrou normalmente ligando a luz, dei de cara com uma garota assustada com uma colher de cereal na boca paralisada.

- Bethany? É a Bethany! - O encarei. - O que ela está fazendo aqui? - Senti um tapa em minha cabeça. - Ai!

- Por que eu sou sua melhor amiga e sou a unica que não sei de nada ainda. - Ela cruzou os braços. - E não fale de mim como se eu não estivesse aqui.

- Por que ela está aqui?

- Eu estou aqui! - Ela me segurou. - Olha pra mim Alessandra, porque está fingindo que eu não estou aqui.

- Por que não era para você estar aqui.

- E por que não?

- Esse problema não é seu Beth, esse problema é só meu. Harry já está envolvido e eu não te quero envolvida.

- Eu não perguntei se você quer, eu fui embora pro Brasil contigo para esconder esse menino, e eu estou contigo agora. - Ela sorriu. - Fiquei chateada por não saber que ele está com câncer? Fiquei, mas está tudo bem. Eu estou aqui.

A abracei deixando minhas lagrimas rolarem. Como eu sentia a falta dela, como eu queria ter contado tudo isso para ela antes, mas preferi privá-la do Andrew. Ter ela por perto era como me sentir completa, ter um reforço e um porto seguro do meu lado.

A levei no hospital para ver Antônio que dormia feito um anjinho. Nathan redobrou a segurança de nosso filho no hospital e Harry estudava como iriamos sobreviver com Andrew na nossa cola e eu contava tudo o que havia acontecido nos últimos meses para minha melhor amiga. Havíamos acabado de criar um grupo contra o tráfico, Bethany tem amigos do clube de luta que toparam nos ensinar alguns golpes, Nathan ensinaria a todos como usar as armas.

Não, nosso grupo não teria um nome, nem um líder, mas cada um teria sua função. O maio objetivo? Proteger Antônio, o segundo objetivo colocar Andrew atrás das grades. Todos estão dispostos a salvar a vida de meu filho, meus pais ficaram com ele no hospital enquanto nós daremos conta do resto. Uma nova fase acabava de começar. 

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Capitulo novo chuchus! Não esqueçam de comentar o que estão achando e quando chegar a 20 votos eu continuo <3

Meu Segredo (não revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora