Post-Mortem

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"/post mortem/

locução adjetivo

1.posterior à morte; póstumo.

2.relativo ou pertencente a um corpo morto.

'os exames post mortem do Instituto Médico Legal'"

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 Uma das civilizações que mais acreditava na vida após a morte eram os egípcios. Segundo a visão egípcia os seres humanos eram compostos por três partes: Corpo, sombra, alma, força vital e nome. O coração, ao invés do cérebro, era considerado a sede de todos os pensamentos e emoções.
 Faz todo sentido o porquê o morto quando julgado por Osíris tinha o coração pesado ao lado de uma pena de avestruz. Para a passagem da alma e ser digno de permanecer como espírito na terra.

"O coração era o mais importante órgão humano, para aquele povo, por ser a fonte das emoções e da memória, logo o indicador, no Além, da vida do defunto e, logo da sua pureza ou perfeição para a sua osirificação, ou acesso à vida eterna, entre os deuses."

 Eu tomei a liberdade de pesquisar muitas coisas, desde o memento mori e o post-mortem, havia algo ali que me intrigava, que minha curiosidade precisava ser saciada, como sempre. E cheguei até o "Livro dos Mortos".

 "Livro dos Mortos (cujo nome original, em egípcio antigo, era Livro de Sair Para a Luz ou Saída para a Luz do Dia) é a designação dada a uma coletânea de feitiços, fórmulas mágicas, orações, hinos e litanias do Antigo Egito, escritos em rolos de papiro... O objetivo destes textos era ajudar o morto em sua viagem para o outro mundo, afastando eventuais perigos que este poderia encontrar na viagem para o Além. O livro era posto sob a cabeça da múmia ou junto dela, ou então copiavam-se trechos dele na tumba.

 A ideia central do Livro dos Mortos é o respeito à verdade e à justiça, mostrando o elevado ideal da sociedade egípcia. Era crença geral que diante da deusa Maat de nada valeriam as riquezas, nem a posição social do falecido, mas que apenas os atos seriam levados em conta. Foi justamente no Egito que esse enfoque de que a sorte dos mortos dependia do valor da conduta moral enquanto vivo..."

 E isso me levou a outra pessoa, cujo nome já foi mencionado. O ceifeiro, Osíris.

 O nome verdadeiro dele era Matthew. Tinha 19 anos e estudava para ser policial, pelo que entendi, teve a má sorte de ser apanhado pela quadrilha que perseguiam nas primeiras semanas de trabalho. Seus companheiros o procuraram por meses, mas nunca o encontraram, acreditaram na sua morte e que era um recado para ninguém mais tentar persegui-los. Mas, ele me contou a verdade.

 Matthew além de torturado foi enterrado vivo, por isso nunca o encontraram, entretanto, ele saiu sozinho. Comentou que não foi fácil, nada heroico, mas a força do seu ódio e vontade de viver eram tanta que se quebrou por inteiro para até sair da terra. Ficou desmaiado durante horas na floresta até conseguir ficar em pé e vagar a procura dos seus torturadores.

 Matt os encontrou, disse que não sabe como pode matá-los, foi bem sincero ao dizer que não existiria possibilidade de sobreviver, mas, mesmo que morresse depois de tudo, precisava se vingar. Lembra-se de abrir cada um deles, arrancar seus corações colocando-os sobre a mesa.

 "— Foi quando ele chegou, o ceifeiro..."
 
 Disse ele.

"— Eu estava no chão, exausto, sangrando e sujo com o sangue dos outros, ainda segurava o punhal na mão. Lembro-me bem dele e de suas palavras."

"— 'Morto' e enterrado, você volta dos mortos para julgar as pessoas pesando seus corações. Nada mais justo depois do que fizeram contigo... Eu o vi rapaz e acho que está na hora da sua nova vida."

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