𝐘𝐨𝐮𝐫 𝐓𝐚𝐭𝐭𝐨𝐨𝐬 𝐎𝐧 𝐌𝐲 𝐒𝐤𝐢𝐧 | KingMacau

One More Chance

MACAU

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-Você e seu irmão são a vergonha dessa família. Por culpa de vocês ela foi embora.

-Papai, me desculpe. Eu amo você, me perdoe.

-Amor? Você não sabe o que é isso e nunca vai saber. Ninguém nunca vai amar você, Macau.

Desperto de um pesadelo profundo sentindo meu coração palpitar. Todo meu corpo suava em excesso enquanto minhas mãos tremiam sem parar. Fazia algum tempo desde a última vez que eu havia tido pesadelos com memórias da minha vida, eu nunca conseguia lembrar dos momentos felizes por que eles raramente existiam e os poucos que tinham estavam sendo bloqueados pelas memórias ruins. Geralmente eu sempre bebo bastante antes de dormir, mas como na noite anterior fiquei cuidando de King e voltei para casa sóbrio, minha parte lúcida trouxe à tona as coisas ruins que meu subconsciente tentava sufocar.

Após algum tempo tentando me acalmar ouço batidas na porta e rapidamente autorizo a pessoa presente ali a entrar.

-Bom dia, Macau. Trouxe seu café da manhã.- Pete entra em meu quarto com um belo sorriso e uma bandeja de café da manhã em suas mãos.

-Pete, você não precisa fazer isso, eu posso ir até a cozinha e comer.- reclamo, já que ele sempre dava um jeito de fazer o que queria mesmo contra nossa vontade.

-Não reclame, eu senti que você estava um pouco distante ontem e quis trazer o seu café para saber como você está.- ele me questiona enquanto analisa minha expressão.

-Eu estou bem.

-Você está suado e com os lábios pálidos, isso não me parece características de alguém que está bem.- Pete me confronta enquanto encara os meus olhos buscando uma resposta verdadeira.

-Eu só tive um pesadelo e acordei assustado.- falo cabisbaixo já que o pesadelo não era algo inventado pela minha mente.

-Contar os pesadelos ajudam sua mente a se superar, sobre o que foi o seu pesadelo?.

-Eu imaginei o Tankhun invadindo minha festa de aniversário, foi bastante assustador.- menti, torcendo para que Pete acreditasse em mim.

-Você acha que engana quem com essa mentira?.- ele aperta minhas bochechas fazendo com que marcas fiquem ali.- Se você não quer falar sobre isso, eu não vou te forçar, mas tente conversar com alguém, vai te fazer melhorar. Não guarde tudo pra si, uma hora todas essas coisas saem do controle e você pode se perder.

-Obrigado, Pete.

-Tome seu café da manhã e me ajude com o seu irmão.

-Ele desceu as escadas de novo?.

-Sim, não sei lidar com a rebeldia dele, acho que qualquer dia vou enlouquecer.

-Você consegue.

Pete sai do quarto com uma expressão de cansaço e derrota. Era engraçado observar a relação dos dois, qualquer pessoa que não os conhecesse diria que era improvável que os dois ficassem juntos, mas como o destino gosta de jogar com a vida dos seres humanos, de alguma forma a combinação dos dois era como um mecanismo perfeito, como dois pesos e duas medidas. Essa situação me fazia questionar sobre a lógica do amor, um sentimento que deveria ter sentido mas era uma total loucura.

Após tomar o meu café da manhã desço para ver o caos em que a cozinha estava. Depois de alguma discussão e pedidos manhosos de "desculpas" do meu irmão, subimos Vegas pelas escadas até o quarto e o deixamos descansando já que o seu corpo precisava de repouso para cicatrizar os ferimentos de bala.