AVISO
Este capitulo contem violência e tentativa de suicídio.
Se você é sensível a este tipo de conteúdo, não leia.
BEAR
Muitas pessoas consideram "nascer" uma dádiva divina e sempre dizem que você deve ser grato por ter sido agraciado com tamanho presente e jamais deve reclamar de absolutamente nada só pelo simples fato de estar respirando, mas nem sempre as coisas são como as pessoas querem que você acredite que sejam.
Nascer é a pequena ponta do iceberg que a sua vida pode se tornar principalmente se você está do lado errado da moeda jogada pelo destino.
Desde o meu nascimento os deuses ou o quer que seja não colocaram em mim a dádiva de ser concebido do lado privilegiado, afinal crescer predestinado a ser sempre subordinado a alguém não é um destino muito agradável.
Eu imaginava que nada estava ao meu favor. Ser filho único de pais empregados em uma mansão de um grande empresário no ramo da tecnologia e ter que crescer até certa idade sem a presença dos meus pais pelo simples fato de que eles estavam mais ocupados com os filhos do patrão não era algo que fazia bem para a mente de um garoto de 5 anos.
Não era como se eles me tratassem mal ou fossem pais ruins, mas a grande distância entre nós me fazia sentir solitário e completamente deslocado do mundo.
Durante a adolescência eu frequentei a mesma escola que os filhos das pessoas que mantinham a minha casa de pé, mas é óbvio que eles nunca souberam exatamente que eu era filho da empregada que cuidava deles muito mais do que de mim. Nós nos dávamos bem, mas era como se uma barreira me impedisse sempre de avançar e essa barreira tinha um motivo para existir.
Meus pais sempre deixaram claro que nós não deveríamos nos aproximar muito da família e nem criar laços profundos com eles já que na mente da minha mãe aquele era um lar vazio e isso poderia recair sobre nós como uma espécie de maldição, afinal, quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo também olha para você.
Nossas vidas foram pacatas e tranquilas até o filho da imponente família completar 16 anos e subitamente sair de casa deixando a tudo e a todos como um fantasma.
Eu não me importava muito na época afinal fazia algum tempo que estávamos distantes então não era como se eu devesse me interessar por assuntos que não me diziam respeito, mas como o destino ama pregar peças e literalmente cuspir na nossa cara nesse mesmo período meu pai ficou doente devido às incessantes tentativas de trazer o seu mini mestre para casa e tentar fazer com que a cabeça dele funcionasse direito.
Com meu pai longe da função, não restava outra escolha a não ser o único filho assumir o lugar do seu progenitor para que nós não perdêssemos o rendimento que a profissão dele trazia e assim eu me via dentro da enorme mansão cumprindo um destino que eu já havia aceitado mas não queria.
O meu local de trabalho era algo extraordinário, uma mansão enorme e imponente com cada detalhe pensado para fazer o lugar ser grandioso. Cada vitral, escultura e quadro era milimetricamente colocado e arrumado fazendo com que só funcionários mais antigos conseguissem seguir o ritmo quase doentio de perfeccionismo dos residentes que moravam ali.
No primeiro dia eu já fui apresentado e devidamente instruído sobre minhas funções. De manhã prepararia o carro para levar a filha única da família na escola, de tarde ajudaria a servir o almoço da família e cuidaria da manutenção dos automóveis e na parte da noite auxiliaria o chefe da casa a organizar as papeladas da empresa.
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𝐘𝐨𝐮𝐫 𝐓𝐚𝐭𝐭𝐨𝐨𝐬 𝐎𝐧 𝐌𝐲 𝐒𝐤𝐢𝐧 | KingMacau
FanfictionMacau Theerapanyakul depois de sua primeira desilusão amorosa busca refúgio no único lugar onde ele imaginava ser seu porto seguro mas é surpreendido quando se vê dentro de um pequeno banheiro apertado transando com um estranho que salva o seu númer...