Prólogo Pt. 2

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Wandinha era a nova melhor amiga de Arietes. Eles amavam brincar de assustar as crianças do colégio sem sal e normal e sempre tinham algum plano maligno.

Sempre que alguém os irritava acabava algum osso quebrado - e viviam em seu mundinho maquiavélico divertido que apenas os dois entendiam. Wandinha descobriu que Arietes era um meio Elfo quando tentou mata-lo pela primeira vez. O vírus mortal em sua bebida apenas causou-lhe uma careta que foi disfarçada facilmente.

Wandinha ao descobrir que o amigo era como sua família - caótico, maquiavélico, psicótico, estranho, sadomasoquista e imortal - pensou que ele era uma espécie de irmão perdido ou sua outra metade - todos os Addams tinham uma metade -, mas descobriu que o via apenas como um irmão.

Seus pais também disseram que nunca tiveram outro filho então a garota perdeu as esperanças de ter alguma relação familiar com ele.

A dupla certo dia andava até a casa de Arietes, Wandinha na esperança de conhecer seus parentes, mas a menina logo percebeu que o garoto de olhos verdes continuou parado na porta esperando que a garota fosse embora.

- Desculpe, Harry, eu vou entrar. - Afirmou não esperando uma resposta, para desespero de Arietes.

- Wandinha, não. Eu sei que você sempre faz o que quer e sempre se diverte tentando matar as pessoas, mas dessa vez não pode entrar aí e agir da maneira que age perto... Deles... - Engoliu em seco tentando parar a menina.

- Não me importo. Não vou morrer de qualquer maneira.

- Wandinha, eu não estou falando de você. Estou falando de mim mesmo. Eu não morro com bactérias, vírus ou doenças, mas eu posso morrer com ferimentos fatais.

- Como sabe disso? - A menina finalmente parou.

- Por que eles já me mataram. - Disse e Wandinha finalmente esboçou seu horror.

- Espere, eles não sabiam que você era imortal e te mataram?

- Sim...

- Posso mata-los?

- Eu já tentei, morri.

- Ah. - A garota suspirou e olhou para a casa. Ela pensou um pouco e pegou a mão do amigo. - Vem, vamos pra minha casa. Mamãe e papai adoram você e podemos torturar Pugsley. Também podemos brincar de 'Deus Existe?' juntos.

- Ah... Não sei. Tenho coisas para fazer pelos imprestáveis. Venha mais tarde, podemos escapar.

- Que horas?

- Qual a melhor hora para cometer assassinatos?

- Quando todos estiverem dormindo - Wandinha acenou com a cabeça. - Depois da meia noite eu chego aqui.

A garota se foi e Arietes entrou na casa. Ele foi recebido com os xingamentos habituais e foi começar a fazer a faxina diária. Varreu a casa, lustrou os móveis, lavou os banheiros, lavou as roupas e guardou, arrumou os quartos e guardou os brinquedos espalhados pela casa. Quando finalmente pode parar para respirar, seu tio chegou com uma carta na mão.

- ESTA ABERRAÇÃO NÃO CONSEGUE NEM TER UMA NOTA MENOR QUE A DE DUDA! MERECE PUNIÇÃO! - Gritava já batendo na criança.

Depois de tapas, chutes, socos, cintadas e até mesmo chicotadas, tio Vernon se dirigiu até a lareira.

Ele pegou o atiçador e pôs no fogo até que a ponta estivesse vermelha fervente. Arietes agora odiava a cor mais vibrante do vermelho, pois o faria lembrar eternamente do ferro em brasas passando por sua pele. Lembraria para sempre seus gritos de dor. Lembraria da sensação horripilante de haver um atiçados de lareira muito quente rasgando sua pele, fazendo querer por um momento não ser imortal e morrer.

Príncipe Addams (Livro I)Onde histórias criam vida. Descubra agora