Capítulo 8.

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– Então, é Natal... – Gerard começou a cantar durante a enorme festa de natal feita pela família Addams.

– E o que você fez? – Enid completou. Eles cantavam no karaokê da festa enquanto todos ao redor tinham crises de riso pela brincadeira idiota feita pelos amigos, já que faziam vozes engraçadas e a letra da dita música era em português.

– O ano termina e nasce outra vez – Mikey gritou na plateia.

Enquanto todos se divertiam, riam e cantavam, Tom estava pensativo no cemitério do lado de fora da casa Addams. Ele queria saber se um dia poderia ter uma família, se poderia amar e ser amado, mas foi interrompido por Arietes.

– Tom? Sente-se desconfortável lá dentro?

– Oh, olá, Alteza. – Tom sorriu e se retirou seu casaco, estendendo-o ao seu lado para que Arietes não sujasse sua calça bege ao sentar no chão.

– Tom, não vou mais pedir para parar de me chamar assim. – Ele sentou ao lado do outro moreno.

– Eu gosto. Estava pensando em mudar meu cabelo.

– Eu gosto dele assim... Eu também gostaria de mudar o meu.

– Você fica perfeito de qualquer maneira.

– As vezes eu duvido que você note quando diz coisas embaraçosas. – Ele riu balançando a cabeça.

– "Duvida que o sol seja a claridade, Duvida que as estrelas sejam chama, Suspeita da mentira na verdade, Mas não duvida deste que te ama.," – Tom disse olhando para o céu lotado por olhos luminosos. Arietes então começou a olhar para o céu também, eventualmente ficando desconfortável e deitando na grama, em seguida Tom deitando ao seu lado.

– Onde ouviu isso?

– O poema?

– Sim.

– Shakespeare. Hamlet.

– É muito bonito.... Você me ama?

– Amarei-te até depois da morte, mas quero conhecer-lhe como ninguém. Quero saber seus segredos mais obscuros, teus medos e tuas alegrias. Quero compartilhar cada um dos momentos com você, tanto bons, quanto ruins. Na saúde e na doença. – Tom pega a mão de Harry.

– Até que a morte nos separe? – Arietes perguntou cuidadosamente. Tom engoliu em seco, estremecendo por pensar na morte.

– Que assim seja. – Entrelaçam as mãos olhando nos olhos um do outro. Um silêncio confortável se estabelece ali enquanto navegam nas imensidades oculares uns dos outros até que Arietes quebra a concentração. 

– Adoro quando você fala bonito, é tão chique!

– Eu não falo "bonito", eu falo normal.

– As vezes parece que você saiu dos anos trinta. – Tom riu nervosamente e balançou a cabeça.

– Nossa época é mais interessante, mas tenho curiosidade de como seria nascer no futuro e viajar para o passado, impedir que coisas aconteçam e quem sabe mudar o mundo...

– "Todos querem mudar o mundo, mas ninguém quer morrer"

– Depois eu falo bonito. Onde ouviu isso?

– Não sei, me veio a cabeça.

Continuaram ali, conversando e observando as estrelas, até que cochilaram ao relento, agarrados como o casal que nasceram pra ser.

Mas naquela noite, Gerard, que dormia tranquilo em seu quarto, acordou em um sobressalto. Ele sabia exatamente onde a família de Arietes estava e iria devolve-la para seu protegido.


– Tem certeza que não quer que eu vá? – Frank perguntou enquanto ajudava Gerard a pular o muro da mansão. – Eu serei útil.

– Não quero te fazer correr riscos. – Gerard disse, mas estava tão inseguro e assustado com a ideia de estar completamente sozinho enfrentando tantas coisas.

– Foda-se, eu correrei riscos de qualquer maneira. E outra coisa, eu te amo. Mais que eu amei ontem, menos que amarei amanhã, mas amo. Então, sim, você não pode me impedir. – Ajudou Gerard a subir no muro e então estendeu a mão para que o moreno agarrasse.

– Você é impossível. – Puxou e quando Frank estava ao seu lado, ele voltou a falar. – Eu também te amo, idiota. Agora, vem.

O casal desceu do muro e seguiu caminho rumo ao bosque que tinha ali, descendo a colina. Seria uma longa caminhada até o portal e eles não podiam perder um segundo.

Gerard foi cantarolando uma música que ele compôs. Frank sempre se admirava com a voz de Gerard, mesmo que já tivesse ouvido ela mil vezes.

– Uh, uh, uh, uh uh, uh, uh... – Gerard gemeu baixinho de repente. Era rápido e ofegante, então Frank arregalou os olhos corando até a alma até que o Way voltou a cantar. – You don't belive in god, i don't belive in luck...

Por volta de depois de uma hora de caminhada, Gerard e Frank pararam para descansar. Armaram uma pequena barraca e dormiram um pouco, mas o descanso não durou muito antes que seguissem caminho.

Já na casa dos Addams, Mikey acordou e percebeu que algo estava errado quando não sentiu a magia de Gerard na casa. Ele correu para o quarto do irmão e encontrou dois bilhetes. Um com seu nome e o outro com o nome de Arietes. Mikey abriu o seu.

"Fui atrás da família do Arietes, tive uma visão, depois explico melhor, não se preocupe.

Gee :)"

Filha da puta desgraçado, pensou Mikey, vai se divertir e não me chama?

Ele voltou a dormir eventualmente.

Mas bem, quando Arietes encontrou o bilhete, a situação foi diferente. Ele sentia uma dor infernal na coluna, estava irritadiço por ter acordado com uma chuva e Gomez e Mortiça pareciam divertidos com o filho e o genro ensopados. Depois de tornar um banho, ele foi ao quartos de Gerard ver se estava tudo bem, mas só encontrou um bilhete.

"Quando eu e Frank voltarmos, vai nos agradecer.

Gerard"

– Que educado, ele foi embora e não se despediu. – Queimou o bilhete e saiu do quarto.


N/A: Eu sei, curto, mas gente eu não tenho tempo MESMO de estar escrevendo

Príncipe Addams (Livro I)Onde histórias criam vida. Descubra agora