Capítulo 1

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Depois dos seus chutes na minha barriga sinto o sangue começar a escorrer entre minhas pernas me fazendo entrar em desespero. Ainda deitada abraçando minhas pernas, passo minha mão de leve por baixo do meu vestido, trago a mesma de volta ao meu campo de visão e vejo que realmente estava sangrando.

— Não, por favor. — falo baixinho. — Por favor, Deus, não faça isso comigo. — Não consigo controlar as lágrimas que insistiam em cair sobre meu rosto.

Me levanto devagar, me apoiando na cama, na nossa cama. Sinto mais lágrimas escorrerem pelo meu rosto, vou até à sala onde estava meu celular e ligo imediatamente para a central da polícia.

— Boa noite, qual é a ocorrência?

— Eu gostaria de pedir uma pizza, por favor. — falo em meio aos choros.

— Senhora, se for caso de violência doméstica, diga que quer uma pizza de calabresa, se for caso de... — antes que a atendente continuasse interrompo a mesma.

— Calabresa, por favor. — meus soluços começam a surgir devido ao choro.

— Não precisa nos dizer seu endereço, senhora, estamos rastreando essa ligação. — ela faz uma pausa. — Fique o mais longe possível do seu agressor, já tem uma viatura a caminho.

— Por favor, moça não... não me deixe sozinha. — digo quase num sussurro, encosto minhas costas na parede e escorrego pela mesma até cair no chão. — Por favor. — suplico.

— Tudo bem, não deixarei. — sua voz continua calma.

— Acho que estou perdendo meu bebe. — falo colocando a mão novamente por baixo do meu vestido, sentindo mais sangue descer.

— Você está grávida? — sua voz se sobressalta.

— Quase cinco semanas. — minhas lágrimas se intensificam.

— Vai ficar tudo bem, seu bebe vai ficar bem.

— Com quem você está falando (Seu nome)? — Bruce aparece de repente me fazendo assustar.

— Só estou pedindo uma pizza . — digo mas ele parece não acreditar, Bruce me puxa pelo braço me fazendo levantar rapidamente, meu celular cai no chão, então ele presume que está desligado.

— Vagabunda, você está mentindo, não está? — sinto uma ardência no meu rosto... ele me bateu.

— Bruce, pare por favor. — digo em meio aos prantos. — Eu estou gravida, porra! — sua mão que estava pronta para me dar outro tapa para no ar, ele me olha assustado.

— Quê? — seus olhos me encaram, vejo arrependimento em seu olhar.

— Eu ia te contar hoje... — digo baixinho. — Mas você matou nosso filho Bruce. Você matou meu bebe! — com as poucas forças que tinha, começo a dar vários socos no peito do mesmo.

— Você está mentindo, está mentindo. — ele segura minha mão com força e me empurra me fazendo cair e bater a cabeça na quina da parede.

Minha visão fica turva, e lentamente ela vai escurecendo. Vejo Bruce andar desesperado de um lado a outro, ele me olhava e passava a mão sobre seus cabelos. Culpa! Ele estava se sentindo culpado

A porta da frente e bruscamente arrombada, fazendo Bruce se assustar, alguns homens de preto entram na sala com armas apontadas para ele, o mesmo me olha com aquele olhar de desespero, mas não me comove, me lembro apenas de ver ele sendo algemado e levado para fora do apartamento.

Um policial chega próximo de mim, ele me encara nos olhos. O homem passa uma de suas mãos pelas minhas pernas e a outra segura minha costa, ele se levanta comigo em seus braços, o mesmo me carrega até a saída rumo às escadas, lembro de ouvir alguém repreendendo a atitude do rapaz.

TARDE DE MAISOnde histórias criam vida. Descubra agora