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DIANA

Falta 2 minutos, para Alessandra vir me buscar. Acordei cedo e aproveitei para arrumar tudo ou o essencial.

Estou vestindo um conjunto de moletom bege e um tênis branco com listras preta. Ao olhar para essa casa, me traz tantas lembranças. Boas e ruins. Boas, porque aqui eu tinha uma razão de viver com momentos bons ao lado dela. Ruins, por ela não estar aqui.

Ninguém tem a noção do quanto dói viver sozinha sem alguém por perto. Estou sozinha nessa merda. Não sabem, só julgam. Minha mãe me ensinou a ser forte com ela, mas não sem ela. Dói, dói muito! Isso me cansa, me frustra e me desestabiliza. Sou forte quando eles pensam que sou. Mostro-lhes que não sou fraca, não tolero que me critiquem, ou queiram me humilhar. Posso não ser forte o tempo todo, mas não aceito que me diminuam. Não sabem dessa porcaria que eu passei e passo. Mesmo que doa, não os mostro. Nunca mostro...

Caramba! Como essa droga me cansa, penso tantas vezes desistir, mas apenas tento ignorar e focar. Se eu não tinha uma razão de viver, vou viver até procurar o assassino e outras coisas mais. Quero tanto, mas tanto ter paz. Sem esse caos, sem erros e principalmente, sem dores. Todas elas e mais.

— Merda. Por quê! Toda vez isso?
— digo em meio algumas lágrimas em meu rosto. — Porquê?

Seco minhas lágrimas e respiro fundo contando.

— 1... 2... 3... — respiro e me acalmo um pouco. E só de pensar, me causa a merda de ansiedade.

E a campainha toca e respiro mais uma vez tentando não demonstrar minha fraqueza. Ninguém nunca viu por eu ser durona e agir como se não se importasse. Com os próximos que eu tinha, eu sou um tanto tranquila. Só isso.

Ando até a porta e a abro me deparando com a Alessandra e
... Kira?

— Oi, tudo bem? — diz Kira sorridente.

— É, oi. — digo a olhando e sorrindo de leve.

—Bem, ela insistiu e a trouxe.
— diz Alessandra dando de ombros.

— Ah! Claro. Podem me ajudar com as malas? — digo.

— Podemos, licença — diz Kira já entrando.

E Alessandra revira os olhos entrando também.

— Ela é doida, não liga muito. Apenas ...
— Alessandra dá uma pausa e continua. — Se acostume. — balanço a cabeça em confirmação.

Após pegarmos tudo, Kira anda na frente pegando minhas malas para colocar atrás do porta malas do carro. Lindo até. Uma Mercedes Benz CLA 250 prata. Enquanto isso, olho novamente para a casa. E Alessandra aparece do meu lado dizendo:

— Você pode vir quando quiser aqui, não é necessário se afastar da onde viveu. — diz calma.

Vejo que ela não é muito de mostrar os sentimentos, talvez, para mim. Mas agora ela parece tentar.

Concordo com a cabeça travando o maxilar e dou meia volta para ir até o carro. E Alessandra é quem vai dirigir. Entro me sentando no banco de trás, para não ter nenhuma das duas me olhando é óbvio. Apenas olho para a vista de fora da janela ficando em silêncio. Gosto de calmaria quando preciso ter. As companhias aqui não são desagradáveis, mas parece que elas entenderam que quero ficar na minha. E assim, ficou o trajeto todo até chegarmos na tal torre que Colen mencionou.

Chegamos ao destino e vejo que estamos em Columbus Circle que é um bairro e uma rotatória da cidade de Nova Iorque próxima ao Central Park onde moro. Sem dúvidas, considerada a praça mais visitada de Manhattan.

RED AND BLACK - Vinnie Hacker Onde histórias criam vida. Descubra agora