Caminhos Opostos

Como as coisas podem mudar do nada

🌿 Olivia Pinheiro

Simplesmente eu escorrego no tapete e caio em cima dele, no meio da sala e na frente de Lance e Amanda !! O mais estranho era que eu poderia parar aquele momento e ficar em cima dele, ali no chão da aquela sala, porquê simplesmente nossos corpos juntos aparecia o certo. E eu estava com aqueles olhos bem próximos aos meus, sua respiração quente e sua boca perto da minha. Aquilo tudo era demais para mim, simplesmente eu não conseguia me levantar.

Nem se passava pela minha cabeça o eles vão pensar. Eu estava paralisada, com muita dificuldade retornei á realidade e me levantei.
O ajudei a levantar e nós rimos muito. Mas depois me veio a mente e se ele se machucou?
E se eu quebrei algum osso dele ? Imagina eu ser a responsável por tirar ele de alguma corrida!! Todas essas questões tomam minha mente e começo a examina-lo buscando algum machucado ou osso quebrado.

— Eu estou bem! Sua louca – ele me responde rindo. E tentando me tranquilizar enquanto segurava meus ombros e olhava em meus olhos.

Depois de toda as risadas Lance e Amanda dizem que vão dormir e nos deixam sozinhos lá na sala. Eu sabia o que Lance estava fazendo e Carolina só ia na onda do primo, eles eram péssimos!
Fomos até a cozinha onde esquentei o jantar para Esteban, abrimos mais uma garrafa de vinho e ficamos conversando enquanto ele jantava.

Depois fomos para a varanda terminar a garrafa de vinho, mas não me lembro quem deu essa ideia, isso pouco importa porque foi uma ótima ideia. A noite estava linda, o céu limpo e cheio de estrelas. Um vento fresco em uma noite quente de verão e um papo que fluía com tanta facilidade, era simplesmente fácil estar com ele. Era fácil aproveitar qualquer momento ao lado dele, as risadas, era como se na minha vida toda tivéssemos feito isso todos os dias, que coisa louca. Tudo exatamente incrível como a noite que nos conhecemos.

Me levanto e vou até a cozinha, abro outra garrafa de vinho. Volto para a varanda onde ele estava deitado olhando para o céu e com um sorriso largo no rosto, mas eu estava com o mesmo sorriso bobo, não podia nem rir dele.
Conversamos quase a madrugada toda, sobre todos os assuntos possíveis, rimos das situações desastrosas das nossas vidas, bebemos 2 garrafas de vinho juntos.

Eu não sei bem o que aconteceu, mas acordei e o dia estava quase amanhecendo, não pude me mover. Vi o cobertor e pensei em que momento ele apareceu aqui e eu percebo que estou deitada nos seus braços. Nesse momento tive certeza que não poderia mesmo me mover, era o melhor lugar, onde eu queria ficar para sempre.

Eu sentia sua respiração, sentia seu peito subir e descer com a respiração leve. Ele dormia tranquilamente. E eu voltei a dormir.
Acordo com Lance gritando e ele parecia estar dentro da minha cabeça, acho que bebi muito vinho, só acho mesmo.

— Meu Deus! Vocês estão vestidos né? – Lance pergunta enquanto colocava uma das mãos sob os olhos querendo evitar ver alguma coisa.

— Fala baixo Lance!!! – Esteban sussurra bravo com Lance e olha para mim.

— Vamos tomar café gente!!! – Lance disse saindo e indo até a cozinha nos deixando sozinhos novamente.

— Meu Deus Esteban! Nós dormimos aqui fora ? – continuava deitada ao lado dele e ele me olhando.

— Pelo jeito bebemos muito vinho para ir até uma cama. – ele diz rindo.

— Seu braço deve estar sem circulação sanguínea depois dessa noite. – falo rindo.

— Que nada, é só amputar! – ele responde rindo.

Nos levantamos e digo que vou tomar um banho para acordar, ele assente e vou até meu quarto. Passando pela sala vejo a mala de Esteban no mesmo lugar e um sorriso me escapa ao me lembrar da noite passada, como tudo começou. Tentando dar um susto nele mas quem se assustou fui eu.