Capítulo 14

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POV CAROLYNA

Amanda: É mais do que patético uma mulher da sua idade trapacear jogando xadrez.

Priscila: Eu não preciso trapacear. E o que você está insinuando com esse da sua idade? - Lauren ergueu as sobrancelhas, desafiando Taylor a falar.

Adriana: Crianças, não briguem! - Adriana deu uma palmadinha carinhosa no ombro de Pri e sentou-se ao meu lado, entregando-me uma xícara quente de café.

Amanda: Então diga a sua filha mais velha para não roubar nos jogos e aceitar o fato de que é praticamente uma senhora idosa. - Implicou. Minha sogra suspirou longamente e rolou os olhos, ignorando as trocas de farpas amigáveis entre suas filhas.

Priscila: Se você reclamasse menos e prestasse mais atenção no jogo não estaria perdendo e.... ah! Não, retiro o que disse. Você estaria perdendo sim. Nunca vi alguém jogar xadrez tão mal.

Amanda: Vá a merda com esse jogo. - Levantou-se. - Não tenho paciência para ficar cinco minutos pensando onde enfiar o cavalo.

Desviei a atenção da cena para concentrá-la em Adriana que tinha um olhar... nostálgico? Sim, certamente havia um pouco de nostalgia ali. E algo mais, emoção talvez. E amor, com certeza amor.

Adriana: Ah, querida, você deve estar me achando uma boba por me emocionar com tão pouco... - fungou, quando notou que estava sendo observada. - Mas ter meus filhos em casa, todos eles, é como se eu pudesse voltar ao passado... um dia, quando Luke crescer, você irá entender isso. - Sorriu. - Criamos nossos filhos para a vida, mas nem por isso é fácil deixá-los partir.

Relanceei o olhar para meu filho, que ria de alguma brincadeira que Bia estava fazendo com ele e com Arthur. Senti uma admiração ainda maior por Adriana.

- Você criou-os absolutamente bem. Espero poder ser para Luke metade da mãe que você é para Priscila, Amanda e Pedro. - ela segurou minha mão e apertou-a delicadamente, antes de me dar um carinhoso tapinha no braço e levantar.

~*~

Fechei os olhos por um instante e pude sentir o peso dos últimos dias no cansaço inegável. Pri e Amanda haviam recomeçado o jogo de xadrez, enquanto Bia, que até pouco brincava com as crianças, ligou a televisão para acompanhar o jornal. O noticiário relatava o intenso frio em L.A. que ocasionou a ocorrência de neve, para o total delírio dos turistas. Impossível julgá-los, vivo aqui há anos e acho que nunca vou deixar de me encantar com essa façanha da natureza logo em Los Angeles.

Ao fundo, uma voz repleta de animação fez coro ao repórter:

Luke: Los Angeles!! - Repetiu.

Mecanicamente girei o corpo na direção de Luke, que batia palmas animado e pronunciava com uma clareza incrível o nome da cidade. Pronunciava a sua primeira palavra.

Uma corrente de emoção fez meus olhos se encherem de lágrimas e sequer percebi que o silêncio na sala era total. Todo mundo parou o que fazia, em choque. E Luke? Bem... ele estava alheio a importância desse momento, seguia brincando distraído.

Amanda: Ah meu Deus! - Amanda foi a primeira a se pronunciar. - Onde está a câmera? Precisamos registrar esse momento... - disse eufórica.

Priscila: Ele falou, se você quer registrar algo desse momento pegue um gravador e não uma câmera fotográfica!

Ergui o olhar, ao notar a voz de Pri próxima, e sorri para ela, que também estava claramente emocionada, apesar de não ter perdido a oportunidade de implicar com sua irmã.

Trêmula, me levantei e caminhei até meu filho, ajoelhando-me ao seu lado. Ele me olhou e sorriu, esticando os bracinhos para mostrar um brinquedo.

- Oh meu amor, você falou! - Exclamei, quando consegui encontrar minha voz. Luke fez pouco caso do que eu dizia e dos vários beijos que distribui por seu rosto rosado. Um tempo depois ele riu, deleitado com a situação, e ficou ainda mais feliz quando Pri se juntou a nós, claramente orgulhosa.

O Intercâmbio - CAPRI - Edição EspecialOnde histórias criam vida. Descubra agora