POV CAROLYNA
Amanda: É mais do que patético uma mulher da sua idade trapacear jogando xadrez.
Priscila: Eu não preciso trapacear. E o que você está insinuando com esse da sua idade? - Lauren ergueu as sobrancelhas, desafiando Taylor a falar.
Adriana: Crianças, não briguem! - Adriana deu uma palmadinha carinhosa no ombro de Pri e sentou-se ao meu lado, entregando-me uma xícara quente de café.
Amanda: Então diga a sua filha mais velha para não roubar nos jogos e aceitar o fato de que é praticamente uma senhora idosa. - Implicou. Minha sogra suspirou longamente e rolou os olhos, ignorando as trocas de farpas amigáveis entre suas filhas.
Priscila: Se você reclamasse menos e prestasse mais atenção no jogo não estaria perdendo e.... ah! Não, retiro o que disse. Você estaria perdendo sim. Nunca vi alguém jogar xadrez tão mal.
Amanda: Vá a merda com esse jogo. - Levantou-se. - Não tenho paciência para ficar cinco minutos pensando onde enfiar o cavalo.
Desviei a atenção da cena para concentrá-la em Adriana que tinha um olhar... nostálgico? Sim, certamente havia um pouco de nostalgia ali. E algo mais, emoção talvez. E amor, com certeza amor.
Adriana: Ah, querida, você deve estar me achando uma boba por me emocionar com tão pouco... - fungou, quando notou que estava sendo observada. - Mas ter meus filhos em casa, todos eles, é como se eu pudesse voltar ao passado... um dia, quando Luke crescer, você irá entender isso. - Sorriu. - Criamos nossos filhos para a vida, mas nem por isso é fácil deixá-los partir.
Relanceei o olhar para meu filho, que ria de alguma brincadeira que Bia estava fazendo com ele e com Arthur. Senti uma admiração ainda maior por Adriana.
- Você criou-os absolutamente bem. Espero poder ser para Luke metade da mãe que você é para Priscila, Amanda e Pedro. - ela segurou minha mão e apertou-a delicadamente, antes de me dar um carinhoso tapinha no braço e levantar.
~*~
Fechei os olhos por um instante e pude sentir o peso dos últimos dias no cansaço inegável. Pri e Amanda haviam recomeçado o jogo de xadrez, enquanto Bia, que até pouco brincava com as crianças, ligou a televisão para acompanhar o jornal. O noticiário relatava o intenso frio em L.A. que ocasionou a ocorrência de neve, para o total delírio dos turistas. Impossível julgá-los, vivo aqui há anos e acho que nunca vou deixar de me encantar com essa façanha da natureza logo em Los Angeles.
Ao fundo, uma voz repleta de animação fez coro ao repórter:
Luke: Los Angeles!! - Repetiu.
Mecanicamente girei o corpo na direção de Luke, que batia palmas animado e pronunciava com uma clareza incrível o nome da cidade. Pronunciava a sua primeira palavra.
Uma corrente de emoção fez meus olhos se encherem de lágrimas e sequer percebi que o silêncio na sala era total. Todo mundo parou o que fazia, em choque. E Luke? Bem... ele estava alheio a importância desse momento, seguia brincando distraído.
Amanda: Ah meu Deus! - Amanda foi a primeira a se pronunciar. - Onde está a câmera? Precisamos registrar esse momento... - disse eufórica.
Priscila: Ele falou, se você quer registrar algo desse momento pegue um gravador e não uma câmera fotográfica!
Ergui o olhar, ao notar a voz de Pri próxima, e sorri para ela, que também estava claramente emocionada, apesar de não ter perdido a oportunidade de implicar com sua irmã.
Trêmula, me levantei e caminhei até meu filho, ajoelhando-me ao seu lado. Ele me olhou e sorriu, esticando os bracinhos para mostrar um brinquedo.
- Oh meu amor, você falou! - Exclamei, quando consegui encontrar minha voz. Luke fez pouco caso do que eu dizia e dos vários beijos que distribui por seu rosto rosado. Um tempo depois ele riu, deleitado com a situação, e ficou ainda mais feliz quando Pri se juntou a nós, claramente orgulhosa.
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O Intercâmbio - CAPRI - Edição Especial
Fanfiction"Eu te amo agora, depois, amanhã, mais tarde, daqui a pouco, daqui a uma hora, eu te amo mais que ontem, hoje te amo menos que amanhã. Eu te amo quando grita comigo, te amo mesmo quando diz que não me ama. Eu te amo até te odiando. Eu te amo quando...