Capítulo 4

2.6K 145 15
                                    

POV CAROLYNA

- Ela já deveria ter voltado, não devia?! - Olhei o relógio e coloquei a ponta de minha unha nos lábios, mordendo-a, acusando meu nervosismo enquanto equilibrava o celular entre meu ombro e minha orelha.

Amanda: Acalme-se, menina! - Repreendeu-me, entretanto, ria. - Logo ela chagará, essas coisas demoram. Arthur - gritou, mas logo riu. - Tire essa chave da boca. - Gargalhei, encostando-me mais relaxada no sofá. - Céus, teu afilhado está terrível. Foi-se os dias em que ficava dormindo.

- Arthur, ele tem somente um mês, deixe de drama.

Amanda: Imagine quando entrar na adolescência. - Rimos. - Tenho que desligar, meu gordo está com fome.

- Qual dos gordos? - Ela riu.

Amanda: O único que está em casa no momento. - Respondeu-me, rindo. - Fique tranquila e me telefone quando Priscila chegar.

- Tudo bem. Dê um beijo em Arthur por mim.

O tempo seguiu passando, após encerrar meu telefonema com minha cunhada, mas nada de Priscila chegar. Para não enlouquecer com a ansiedade puxei uma escada para o que será a sala do computador - o único cômodo da casa inacabado - e me pus a pintar a parede.

- Oh, droga! - Rosnei, ao deixar mais um pouco de tinta pingar em meu macacão. Soltei o pincel e apertei o rabo de cavalo em minha cabeça, antes que meus cabelos também ficassem pintados. Então o som de algo estourando atrás de mim me fez gritar e me desequilibrar. Fechei os olhos, esperando o baque com o chão, porém isso não aconteceu, Priscila por um milagre conseguiu me segurar antes que eu caísse totalmente.

- Priscila, quer me matar?! - Tomei um susto, coloquei a mão sobre o coração antes de abrir os olhos para fitá-la, seu rosto estava corado pela evidente alegria, com uma mão ela me segurava enquanto na outra havia um champanhe aberta e derramando em seu braço. - Você conseguiu?

Priscila: Sim!!! O emprego é meu! - Disse animada, gritei novamente, dessa vez de felicidade e a abracei antes de unir seus lábios aos meus em um prolongado beijo.

Naquela noite comemoramos esse novo início, com direito a champanhe e um jantar especial, tendo a certeza que, aos poucos, estamos escrevendo nossa história. Ou simplesmente continuando de escrevê-la.

5 meses depois...

Os dias foram passando e aos poucos eu e Pri retornamos para nossas rotinas. Ela ocupada com o novo trabalho e eu engajada em minha próxima palestra com a ONG. Nossas cabeças estavam a milhão e não foram poucas as vezes que fomos buscar um pouco de paz e conforto uma na outra e talvez isso seja o mais mágico de nossa relação: Somos, sobre tudo, cúmplices.

De forma alguma nossa relação se baseia em sexo ou palavras curtas, dividimos absolutamente tudo uma com a outra, desde os casos engraçados de nosso dia até os problemas, por menor que sejam, que nos incomodaram. Há dias que simplesmente ficamos abraçadas em um canto qualquer na sala, com a televisão ligada em um filme que nenhuma das duas está prestando atenção e aquela certeza que aquelas horas que ficamos juntas são as melhores e mais esperadas do nosso dia.

Duas batidas na porta seguidas pela voz de Gabriel chamando meu nome me fizeram erguer a cabeça dos papéis que lia.

Gabriel: Chegou um novo paciente essa manhã, já te informaram?

- Oh, sim, fiquei sabendo, mas ainda não tive a oportunidade de conhece-lo. - Encostei-me na cadeira, exausta. - O dia hoje foi cheio.

Gabriel: Bom, irei deixar a ficha dele aqui, caso queira dar uma olhada?

O Intercâmbio - CAPRI - Edição EspecialOnde histórias criam vida. Descubra agora