Capítulo 6

2.6K 142 15
                                    

POV PRISCILA

Fechei os olhos e senti o cansaço de uma sexta-feira agitada. Da cama consegui ouvir Carol movendo-se pelo banheiro, da última vez que chequei estava tirando a maquiagem que colocou para irmos na festa. O silêncio é extremamente gostoso, se levar em conta o nível de dor de cabeça que as conversas altas e risadas exageradas me causaram. Foi o paraíso chegar em casa.

Chutei as cobertas para longe de meu corpo, amaldiçoando o calor intenso da noite. Estava quase pegando no sono quando senti a cama afundar levemente, seus lábios quentes e macios encostarem em minha barriga, deixando um rastro úmido de beijos até meu pescoço. Abri os olhos e me choquei com os brilhantes de Carolyna. Ela sorria, enquanto inclinava a cabeça para baixo, roçando sua boca contra a minha, antes de morder delicadamente meu lábio inferior. Meia grogue de sono, levei um tempo para notar que ela estava sobre mim. Sorri com a constatação e afaguei os cabelos. Ela encostou a cabeça em meu pescoço e ficou quietinha, subindo e descendo o nariz pela região.

- Posso saber o que foi tudo isso? - Perguntei, ainda afagando os cabelos.

Carol: Somente não resistir aos teus encantos. - Ri baixinho, ela ergueu a cabeça, dando um beijinho em meu queixo. - Você estava tão linda quando eu entrei aqui que não aguentei.

- Você não existe, Carolyna. - Gargalhei, passando minha outra mão em volta de seu corpo, puxando-a para mais perto e abraçando-a junto a mim. Ela sorriu, visivelmente feliz e correspondeu ao abraço, ainda com o rosto enterrado em meu pescoço.

Carol: Não ria! - Ralhou. - Não tenho culpa se não consigo manter minhas mãos longe de você por muito tempo. - Disse com uma falsa frustração.

- Que coincidência! O mesmo ocorre comigo em relação a você. - Sorrimos, cúmplices, e ficamos em silêncio até o sono chegar, somente sentindo uma a outra.

Como estava previsto sábado amanheceu quente e ensolarado, logo cedo Amanda ligou nos convidando para ir caminhar no parque e aproveitar o dia, convite esse que prontamente aceitamos. Sentei na grama com Bia, enquanto Carol e minha irmã corriam de um lado para o outro com Arthur.

Bia: Como a vida é engraçada... - comentou, fazendo-me piscar algumas vezes e tirar os olhos da brincadeira de meu sobrinho com as mulheres. - .... Há uns anos atrás eu nunca imaginaria isso. Nós estamos casados. - Nesse momento estava passando uma senhora que nos olhou de forma carinhosa e sorrindo. Rolei os olhos e dei um tapa na cabeça de Bia.

- Escolha direito tuas palavras, meu rainha. - Brinquei, fazendo-o rir.

Bia: Essa gente não tem nada que ouvir conversa alheia. Qualquer coisa nós somos casadas mesmo. - Deu de ombros.

- Sabe, você eu imaginei casada. - Olhei de relance. - Desde que começou a sair com minha irmã ficou irritantemente responsável e madura. - Ela sorriu.

Bia: Ah! Agora vai me dizer que era melhor a vida que você levava antigamente? - Cruzou os braços. - Às vezes um pouco de maturidade não faz mal a ninguém.

- Hoje eu sei o que estava perdendo. - Sorri, esticando as pernas e cruzando-as na altura dos tornozelos.

Carol: Pensa rápido! - Sua voz soou de algum lado.

Quando olhei para a frente, procurando-a, somente vi seus cabelos castanhos refletir no ar e minhas costas encostarem na grama quando seu peso me derrubou. Ela ria, como uma criança, uma gargalhada alta e gostosa, por alguns segundos tive a sensação que o mundo todo havia parado para vê-la sorrir, porque ao menos ao meu redor não havia mais nada. Seus braços estavam presos em meu pescoço e sua cabeça estava jogada para trás, o sol brilhava em sua pele, deixando-a mais encantadora que nunca.

O Intercâmbio - CAPRI - Edição EspecialOnde histórias criam vida. Descubra agora