𝚁𝚎𝚜𝚝𝚊𝚛𝚝 - 𝙳𝚛𝚊𝚛𝚛𝚢 -

Elas me disseram pra continuar, e eu já superei

Quando Draco voltou pra casa, viu o carro de Harry ainda parado na calçada e suspirou fundo antes de cruzar os portões, Nott queria ter o acompanhado até em casa e Draco não fazia ideia de como seria se ele encontrasse com Harry e por isso ele precisou usar todas as suas forças pra impedi-lo naquele momento. Não sabia como agir, o que ele tinha dito ao seu filho, ou mesmo se falasse consigo, Draco bufou irritado e parou em meio ao caminho de pedras.

Ele devia mesmo lutar por Harry? Devia perguntar o que aquele beijo repentino significava? E se ele apenas tivesse feito por impulso? Se nada daquilo tivesse tido importância pro moreno, como ele reagiria?!

Melhor ficar quieto, Draco. Ele disse pra si mesmo e afirmou com a cabeça.

— Onde estava, Dray?

Luna que assistia TV, levantou indo ao encontro do primo assim que ele chegou na sala, sua cara não era uma das melhores, e pelo cheiro que exalava de suas roupas, só indicava uma coisa.

— Encontrou o Nott, não foi? - ele concordou sorrindo. — Conversaram?

—Sim. E ele quis vir aqui matar o Harry. - eles riram por alguns segundos e olhando ao redor, Draco franziu o cenho. — Onde ele está?

— O Adam fez questão de mostrar como estava o quarto dele. - retrucou com a voz baixa. — O Rony esta na cozinha fazendo um lanche e seus pais, saíram.

—Okay... Vou falar com o Rony, então. - ela assentiu voltando a sua atenção a TV.

A relação entre ela e seu primo era algo que ia muito além de só laços familiares, não envolvia nada relacionado a tesão, porém, era como se eles tivessem nascido pra estarem juntos, ela sentia em Draco um amor de irmão muito maior do que pudesse explicar, talvez fosse pelo fato de ela não ter mais os seus pais, ou talvez era algo que ela não conseguiria explicar jamais.

Assim que o loiro entrou na cozinha, viu Rony o encarar como se pedisse desculpas pelas atitudes do melhor amigo e o loiro apenas deu um tapinha em seu ombro, sorrindo sem muito ânimo. Mesmo que não fossem irmãos de verdade, Draco considerava o ruivo como seu cunhado e adorava o modo como ele tratava Adam e todos os cuidados que tinha com o pequenino.

Ele sempre seria grato por tudo que o ruivo já tinha feito até agora.

— Eu não vou deixá-lo ficar. – comentou enquanto o loiro pegava uma maçã. — E também só insisti de falar com você naquela hora porque ele me implorou muito pra vir aqui.

— Parece que o Haz não teve um bom dia. – Luna completou, entrando na cozinha pra beber água.

— Tá tudo bem, gente. Não precisam se desculpar por ele ou coisas do tipo, o Adam também é filho dele, e separados ou não, ele tem o direito de vê-lo.

Por algum motivo que nem ele próprio sabia, sua paciência e calma estavam de alguma forma fora do normal, Draco sempre fora o explosivo da família e em outras circunstâncias ele já teria ido até o jornal onde Harry trabalhava e com certeza, teria armado uma enorme confusão.

Porém, agora não fazia sentido, ele e Harry não estavam mais casados.

Não mais.

— Papai, papai! O papai Haz, pode dormir aqui?

Draco engoliu seco e olhou para baixo, vendo seu filho na entrada da cozinha com um olhar pidão e em seguida fitou a prima e seu cunhado, ele não sabia o que fazer e antes que pudesse dar alguma resposta Harry se adiantou colocando as mãos sob o ombro do filho.

— Eu tô pedindo, espela um pouco papai. - o garoto disse inocente e Harry sentiu os olhos lacrimejarem e apenas sorriu para o pequenino.

— Amor, vem aqui com o tio, vem. - Rony o chamou e prontamente o garoto correu até ele sentando-se em seu colo. — Presta atenção no que o tio vai falar, ta bem?