Te peço pra que ouça dos céus que eu não

284 33 1
                                    




A barriga de Harry estava crescendo mais rápido do Harry queria, ele estava esperando outro filho, Scorpius Potter-Malfoy. O caçula mais esperado e agora em seu quarto mês, Harry mal podia conter a ansiedade em finalmente ver o rostinho de seu filho.

Apesar de sair contra vontade para trabalhar, Draco ia, resmungando e ligando a cada cinco minutos para casa, procurando saber como Harry, o bebê e Adam estavam. Snape levava Adam pra sua casa e vez ou outra, os amigos de Harry e Draco, além de Luna, também ficavam com o sobrinho. Pansy passou a frequentar a casa dos amigos mais vezes agora que chegado de viagem, já tinha comprado inúmeras peças de roupas e brinquedos e estava ajudando na decoração do novo quarto provisório, mesmo que quando crescesse ele fosse ficar com o irmão mais velho.

Harry estava fazendo sua caminhada matinal, ouvindo música no seu mp3 favorito e olhando tudo ao redor, o clima parecia ter mudado de repente e mesmo que não pudesse adivinhar nada, ele sabia que iria chover mais cedo ou mais tarde naquele dia.

Caminhadas sempre faziam o moreno relaxar e pensar sobre tudo, era uma terapia incrível por mais bobo que parecesse ser, seu médico tinha indicado aquilo e Harry não podia agradecer mais por isso. O bairro era calmo demais e pelo horário, ele encontrava poucas pessoas fazendo o mesmo que ele, alguns com seus cachorros, outros, com bebês em seus carrinhos.

Em breve ele estaria fazendo o mesmo.

— Harry?! Minha nossa, quanto tempo. – o tom de surpresa e repentino pegou Harry desprevenido, primeiro, por ele não imaginar que a veria naquele local, segundo porque fazia muito tempo desde que vira Gina. — Como você mudou... vem outro bebê por aí..– a ruiva continuou falando sem parar enquanto olhava-o de cima a baixo e novamente Harry não pode deixar de sorrir. — Harry, que coisa maravilhosa! E você está lindo desse jeito, sua barriga está majestosa.

Gina era sempre agitada demais.

— Tão surreal te ver de novo. – voltou a falar depois de abraçar e beijar o rosto do amigo. — Você simplesmente sumiu sem deixar notícias, e como você nunca me deu seu telefone...

— Desculpe por isso, mas eu precisava me desligar de tudo um pouco. Foi uma fase bem difícil da minha vida. – admitiu por fim, vendo a ruiva concordar — Mas o que faz por aqui? Se me lembro bem, você mora do outro lado da cidade... – Gina sorriu sem graça e deu de ombros. Harry sabia o que aquilo significava, embora nunca tivesse conversado muito sobre sua vida pessoal com a garota, ela não o poupava de seus assuntos, pedir conselhos ou ajuda com escolha de roupas para encontro, então ele conhecia seus olhares e sorrisos. E aquele, era um sinal que ele jamais esqueceria.

Ela estava saindo com alguém.

— Quem é a garota? – o moreno perguntou cruzando os braços acima da barriga e a viu sorrir de modo envergonhado.

— Ainda não posso te dizer muita coisa porque não conversamos direito, apenas trocamos uns olhares e cordialidades básicas, infelizmente. – Harry concordou — Eu a conheci na escolinha onde levei o filho do meu primo um dia desses, você deve conhecer, claro, a Gryffindor High School. – Harry arregalou os olhos.

— Não me zoa! Meu filho estuda lá. – Gina riu.

— Sério?

— Claro! É a melhor da região. – ambos riram.

— Não posso discordar. – ela completou.

—Mas me diz, quem é seu primo? Talvez o conheça, ou pelo menos, me diz o nome da garota que está interessada..

— Bom, meu primo é o Neville, mas o filho dele é Peter... – Harry negou com a cabeça antes de cair na gargalhada, deixando a ruiva confusa.

— Não pode ser, Gina. – ele continuou rindo — Não pode ser!

— O quê Harry, o quê?

— Há uns três meses atrás, mais o menos, meu filho chegou em casa dizendo que fez um novo amigo, Peter e que o pai dele tinha chamado o Draco pra sairmos juntos. – foi a vez de Gina rir — Eu fiquei puto de ciúmes antes dele me esclarecer tudo.

— Que porra de mundo pequeno! – a ruiva exasperou e ambos riram de novo. — Parece coisa de livro, Harry. – ele concordou — Só falta você me dizer que conhece a garota que estou interessada... O nome dela é Luna. – Harry pôs a mão na cabeça como se sentisse dor ou tontura, Gina ficou desesperada e se aproximou segurando o amigo pelo braço enquanto procurava um lugar pra ele sentar. — Harry? Harry, você tá bem? – ele riu por fim. — Seu gay safado. Achei que iria parir agora.

— Não seja tão dramática. – comentou por fim e riu de novo — Eu só acho ridiculamente patético que tenhamos nos envolvido nesse círculo quase surreal. – ela franziu o cenho — Gina, não pode ser normal que você seja parente do amigo do meu filho e que agora esteja flertando com minha prima. – foi a vez de Gina arregalar os olhos enquanto parecia não entender a frase recém dita. — Bom, na verdade, a Luna, é prima do Draco. – voltou a explicar — E a babá do Adam.

— Eu nunca podia imaginar! As poucas vezes que a vi, era sempre quando ela descia do carro, ou quando eu já estava saindo com o Peter e ela tinha acabado de chegar na escola, e como você já tinha me mostrado foto do seu filho, obviamente se eu o visse com ela, podia associar alguma coisa, ou não, já que eu sou desligada demais pra algumas coisas, mas, nossa... Que Caralho! – voltou a falar ainda surpresa e Harry concordou rindo.

— Caralho mesmo. – eles riram — Eu não tenho muito o que te dizer agora porque tudo está girando na minha cabeça. – Harry disse voltando a rir — Mas você com certeza, tem que ir à nossa casa. E sugiro que faça isso ainda hoje. – Gina riu.

— E o Draco?

— Ele vai adorar te conhecer, bom, espero, já que ele cuida da Luna como uma irmã.. – Harry fingiu uma careta — Vai ter que ouvir uns sermões dele, primeiro. Nós moramos há uma quadra daqui, não tem como errar, a entrada da casa possui roseiras vermelhas, as favoritas do Draco.

— Tem bom gosto. Mas isso eu já sabia, porque ele casou com você. – concluiu sorrindo. — Agora tenho que ir, vou passar numa loja antes de ir buscar o Peter. – Harry assentiu — A Luna quem vai buscar o Adam? – o moreno sorriu malicioso.

— Hoje é dia do Rony, mas eu cancelo e peço pra ela ir.

— Você não contar nada, vai?

— Claro que não. Vamos deixar a surpresa acontecer mais tarde. – ela concordou. — Nos vemos mais tarde.

— Até mais, Harry. – Gina beijou seu rosto — Obrigada por tudo. – Harry deu de ombros e sorriu.

Quando voltou pra casa, Snape estava na varanda aparentemente falando ao celular e assim que viu Harry, ele desceu os degraus da escada, correndo até o moreno que estava de cenho franzido.

— Pai? – perguntou confuso e Snape bufou.

— Tá louco, moleque? Por que essa demora? Onde você estava?

— Caminhando. – rebateu ainda confuso — Eu te disse que ia dar uma volta...

— "Uma Volta", Harry. Já faz mais de uma hora que saiu de casa, ainda nem levou o celular. Estava ligando pra sua mãe. – Harry revirou os olhos.

Desde a descoberta da gravidez, seus sogros, amigos e principalmente, seus pais, estavam mais pegajosos com ele, tentando controlar todos os passos que ele dava e apesar de entender toda a preocupação, era cansativo as vezes.

— Eu estou bem. – disse com a voz calma, colocando a mão em cima do ombro do mais velho. — Desculpe, não sabia que tinha demorado tanto, eu encontrei uma amiga do trabalho e ficamos conversando. – Snape suspirou — Desculpa mesmo, pai.

— Tudo bem, filho. Desculpe pelo surto também. – Harry sorriu — Vem, vamos entrar, e já que encontrou uma amiga, que tal me contar sobre ela?! Não conheço ninguém além da Pansy e a Luna.

— Em breve você irá conhecê-la também... Teremos um jantar aqui em casa, hoje. – Snape franziu o cenho pela sorriso dado pelo filho.

Alguma coisa Harry estava aprontando.

𝚁𝚎𝚜𝚝𝚊𝚛𝚝 - 𝙳𝚛𝚊𝚛𝚛𝚢 -Onde histórias criam vida. Descubra agora