Bosque da Solidão

Para o meu amor passar

Att de hoje dedicada para Madu! Obrigada pelo carinho no tt, vida!

Boa leitura!

4 —Para o meu amor passar

Little Hangleton não parecia a mesma desde que Draco foi viajar.

Harry não sabia explicar o que tinha acontecido, mas era como se o loiro houvesse levado toda a parte boa da cidade com ele.

Tudo era estranhamente cinza. Havia chovido a semana toda, e Harry estava no castigo auto-designado, então ficava o tempo todo dentro da casa, dormindo na maior parte do tempo.

Não sabia a razão, mas de noite era pego por uma insônia terrível. Não se lembrava de sonhar, mas acordava o tempo todo muito assustado. Então repunha o sono perdido e isso o fazia se sentir um lixo, por dormir o dia todo.

Havia outro detalhe:

Harry não parava de pensar no beijo. Na promessa de fazerem aquilo outra vez.

Era um segredo muito bom de guardar. Algo que pertencia apenas a ele, e que lhe fazia sentir o coração bater depressa em pensar que ninguém mais conhecia aquela história que tinham juntos.

O grande problema... é que apenas pensar não pareceu ser bom o bastante.

Então, com a desculpa de ir ao mercado para a tia, Harry montou na bicicleta na manhã de sexta feira e pedalou em direção ao bosque. Tudo estava lamacento e úmido pela chuva da noite anterior, mas não se importou muito.

Apenas queria voltar ao lugar, relembrar exatamente onde e como foi.

Não foi difícil encontrar o ponto certo, e não porque Harry tinha boa memória.

E sim porque estava completamente cercado. Havia muitos carros na beira da estrada rodeando aquele lugar específico, cones de transito e placas para indicar que deviam ficar longe.

Foi estranho para Harry ir se aproximando daquele ponto, com uma sensação horrível ficando cada vez maior dentro do coração, como se um peso invisível esmagasse-lhe por dentro.

Desceu da bicicleta, deixando-a escorada no acostamento e se aproximou de um dos carros, curioso.

— O que houve? — Questionou para a primeira pessoa que viu pela frente, que por acaso era o novo xerife, que tinha uma expressão preocupada enquanto passava as mãos pelos cabelos.

— Nada, garoto. Apenas continue — Respondeu sem paciência, voltando a se afastar para o aglomerado de policiais perto das arvores.

Foi idiota achar que Harry obedeceria, porque ele era intrometido. Então esperou o xerife virar as costas e passou por baixo da faixa de contenção, espionando de perto o que estava acontecendo, a tempo de ver de relance alguns fios de cabelo loiros, mas no tom errado.

Harry não enxergou muita coisa antes de ser notado pelos policiais, e um deles o empurrar para longe da faixa de contenção com um olhar atravessado.

Havia um corpo. Parecia jovem, pelo formato. Mas não houve como ver ou reconhecer a pessoa, pois assim que o notaram, foram cobrir e cercar. Policiais ao redor estavam no telefone, e havia um carro da perícia do hospital da cidade vizinha.

— Eu só quero saber quem é! — Resmungou quando o xerife se aproximou dele ao notá-lo ainda ali — Tenho amigos nessa cidade, sabia? Foi um acidente? — Questionou com a insolência de um adolescente respondão.

— Ainda não temos informações do que aconteceu. Parece ter sido apenas um atropelamento, durante a noite. Assim que descobrirmos as causas, será noticiado. Não se preocupe — Garantiu com um sorriso bondoso.