Que Matou Meu Coração

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BOA NOITE! O Brasil já está feliz de novo?!

No capítulo anterior, espero que tenham entendido que o final dele nos leva para o primeiro capítulo dessa história. Harry gritando e correndo no bosque. Lembrados?

O cap de hoje é incrivelmente curto, e no final dele vocês vão entender o motivo!

Att de hoje para minha Malu!

Boa leitura!

8 — Que matou meu coração

"Se essa rua, se essa rua fosse minha..."

Essa canção...

Era a última coisa que Harry se lembrava.

Em um segundo ele estava paralisado em um parque que jamais soube existir dentro do bosque, e no instante posterior aquela música havia retornado para assombrá-lo, com a voz agourenta ecoando.

Tudo havia avançado rápido demais em torno do caos. Era como se algo chamasse a confusão diretamente para Harry, e sugasse todo seu ar diante disso. Não havia como fugir;

Ele fechou os olhos, completamente aterrorizado ao pensar que era seu fim... E aconteceu outra vez.

O que deveria ser apenas um piscar breve... fez com que horas se passassem. Quando Harry abriu os olhos, tudo o que fez foi gritar.

Gritar, porque não enxergou nada. Era como se houvesse um véu negro cobrindo sua visão, deixando-o desorientado ao sentir o mundo inteiro girar. Ele não estava mais de pé. Estava deitado no chão, e era arrastado pela grama.

Algo muito pesado segurava seu tornozelo, e o puxava de forma afobada pela floresta, enquanto todo tipo de coisa batia contra o corpo do menino. Ele instantaneamente se tornou consciente dos galhos, bichos, terra e grama que arranhavam seu corpo, e sentia diversos ferimentos rasgando por sua pele enquanto era levado muito rápido.

Ainda gritando, se debateu para livrar o corpo daquela abominação, sentindo o choro engasgar na garganta, e seu corpo começar a reagir com desespero. Batia braços, pernas e tentava chutar para longe, mas o agarre era firme e incansável.

Harry ouvia a própria voz ecoando ardida pelos gritos de horror, mas nada além disso. Nenhum som da floresta. Nem mesmo o de seu corpo se chocando em galhos e pedras. Tudo era silencioso além do eco de seus choro e de um respiração acelerada, como em todas as vezes antes de ouvir a maldita canção.

Ele não conseguia livrar as pernas, mas usou toda a força que havia dentro de si para tentar agarrar qualquer coisa que pudesse apoiar. Seus dedos se feriram no processo, enquanto ele jogava os braços ao redor, afundando as unhas contra terra, grama e o que estivesse pela frente.

Ele não desistiu.

Pensou nos pais, que tanto amava. Pensou em como eram as pessoas mais incríveis do mundo, e o criaram para sempre lutar por si. Harry pensou em tudo o que precisou enfrentar desde que os perdera. Se afastar de onde morava, perder seus amigos, sua casa. Precisar se mudar pra longe, e então...

E então Harry pensou em Draco.

Ele pensou em Draco com tanta força e tanto amor, que a escuridão que embalava seus olhos tremulou, e ele jurou poder ouvir a voz do loiro. Baixinho, perdido entre seus gritos. Mas estava lá.

Harry não poderia se entregar. Não antes de lutar para salvar Draco.

Dessa vez, quando bateu o rosto no tronco de uma árvore, ele foi rápido em jogar os braços para cima e agarrar. Sentiu seus dedos se machucarem pela maneira como algumas partes ásperas afundaram em sua pele, mas não se importou.

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