Dentro Dele Mora Um Monstro

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Boa leitura rs

7 — Dentro dele mora um monstro

Draco e Harry não sabiam muito o que fazer ao terminarem a conversa com o senhor Lovegood. Ficaram perambulando pela cidade, tentando pensar e organizar a mente.

Mas não havia nada que lhes fizesse ver uma luz ou solução.

Harry, para ser sincero, já estava começando a aceitar que em breve seria dominado pela coisa perversa que lhe seguida. Não existia salvação.

Ele preferia simplesmente se deixar levar por isso, porque tinha entendido as entrelinhas da história contada.

Quanto mais o senhor tentou fugir, mais a fundo o monstro foi e mais perverso se tornou. Poderia apenas lhe atormentar e o matar, mas preferiu deixar que carregasse para o resto da vida a culpa pela vida de quem mais amava.

Harry não precisava ser um gênio para saber que havia apenas uma única pessoa no mundo com poder de fazê-lo sofrer.

— Está tudo bem, Draco. Vamos voltar para casa, ok? Sabemos que não é o lugar, é... apenas eu. Não adianta fugirmos.

— Tudo bem? Harry, nada esta bem! — Ele reclamou exasperado, e o outro apenas suspirou cansado.

— Eu sei, ok? Mas não adianta ficar irritado agora. Olha, esse desenho já ajuda bastante. Posso dormir em paz — Deu uma batida no bolso, sobre o desenho simbólico que representava a prisão onde as almas do bosque se reconheciam.

Não era difícil de imitar. Eram apenas linhas cruzadas em um grande X, interceptadas por um risco.

— Mas você só pode estar louco se acha que vou te deixar dormir em paz! Você vai ficar comigo, o tempo todo! Vamos fugir um para casa do outro e... vamos dar um jeito. Se eu te mantenho seguro, então não vou desgrudar de você, nunca — Alertou com aquele olhar insano, e Harry riu ao assentir.

— Não é um castigo ter você o tempo todo por perto, sabe. E você deveria pensar pelo lado bom.

— Lado bom?! — Exclamou exagerado, fechando a expressão.

— Ao menos não é um monstro homofóbico — Harry brincou, vendo o loiro desmanchar a expressão para rir espontaneamente, revirando os olhos na sequencia.

— Idiota!

— O que? Pense que fosse essa sua teoria.

— Cala a boca, Harry — Reclamou, empurrando ele com o ombro.

— E... Você não pode mais me dar um fora. Agora o velho suspeito da cidade sabe sobre nós. Somos oficiais — Não pôde evitar dizer, vendo um sorrisinho de lado no rosto do loiro.

— Ah, é! Era meu sonho que ele descobrisse sobre nós — Resmungou de má vontade — Quando ele disse que não somos discretos... acha que mais alguém notou?

— Se aquele maluco notou, e nos vê apenas uma vez na semana... Isso só pode significar que Hermione notou também — Harry se permitiu ser sincero.

— E se ela notou, contou para Ronald.

— E se contou para ele...

— Blaise também sabe — Draco assentiu, soltando um suspiro — Nós deveríamos ter contado para eles. Quero dizer... são nossos amigos. Não acho que reclamariam.

— Algumas piadas, talvez — Harry concordou, enquanto seguiam para a rua deles, um pouco cansados. Estavam tentando amenizar o clima assustador, e talvez pudesse dar certo distrair a mente por alguns instantes.

— Então... o plano é esse. Não vamos nos afastar. Não existe nada nesse mundo com poder de nos afastar um do outro! — Bradou, cedo demais.

— Até que enfim! — Se viraram ao ver a mãe de Draco no portão, esperando com uma carranca e braços cruzados — Ande, Draco. Venha para dentro me ajudar!

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