Bosque da Solidão

Com Pedrinhas De Brilhantes

Att de hoje para Clara, que gosta tando do que escrevo!

Boa leitura!

3 — Com pedrinhas de brilhantes

Little Hangleton continuava sendo uma cidade absurdamente sem graça e tediosa, mesmo algum tempo após Harry ter se mudado para ela.

De início, ele odiou precisar ir para lá. Odiou, porque o fazia lembrar da morte se deus pais.

Mas, depois da primeira semana... pareceu ficar fácil. De um jeito completamente estranho, que Harry nunca soube explicar.

Ele gostava dali, nos momentos bons e ruins.

Gostava da caminhada que fazia todas as manhãs até a escola, na ida e na volta. Gostava de andar no parque, e ver os jogos de futebol nos sábados e apostar sobre o resultado deles. Gostava de ir na lanchonete no estacionamento do supermercado comer lanches e até mesmo das missas chatas de domingo.

Ele não sabia mencionar porque gostava dessas coisas, mas já fazia algum tempo que desconfiava ter relação não exatamente com o que, mas com quem.

Harry caminhava todos os dias para a escola com Draco, seu vizinho rabugento. Também andava no parque com ele, e seguiam juntos para ver os jogos. Sempre que ia até a lanchonete, Draco estava ao seu lado, e também era quem cochilava todos os domingos de manhã no meio da missa após Harry passar minutos tentando não rir das piadas totalmente anti cristãs que ele contava.

Não havia muito a se fazer para divertir, no entanto.

Quando chegou, Harry foi apresentado para os amigos de Draco, que logo também se tornaram seus amigos.

Havia Ronald, que no momento estava sentado no chão, muito concentrado na história que estavam ouvindo. Ele era um garoto muito alto e muito magro, cheio de sardas no rosto e cabelos extremamente ruivos.

Ronald estava constantemente antagonizando Draco. Os dois discutiam o tempo inteiro, sobre qualquer coisa. Brigavam com frequência, e às vezes até mesmo aconteciam alguns chutes e puxões de cabelo.

Ainda assim, ele estava constantemente com o loiro, o máximo que podia. Era o garoto de família mais simples no grupo, então trabalhava na padaria dos pais depois da aula, e sempre cuidava dos irmãos.

Ele namorava Hermione, que estava sentada ao seu lado, a garota inteligente do grupo que também tinha algum costume de contrariar Draco. Eles brigavam bastante sobre quem era mais esperta e quem lia mais livros.

Às vezes, quando Draco ficava irritado com ela, chutava a canela de Ronald para protestar por ter trazido a garota para o grupo.

Harry se lembrava do dia engraçado que o loiro se atreveu a dizer isso na frente dela... E a menina não deixou barato. Agarrou-lhe pelos cabelos como ele costumava fazer com seu namorado e lhe disse poucas e boas.

O outro era Blaise, que mastigava um lanche gigantesco, os olhos também vidrados no que estavam ouvindo. Ele era alheio a tudo e todos, e não gostava muito de conversar. Só ficava quieto o tempo todo, e na maior parte do tempo estava comendo algo.

Harry continuava sendo um garoto observador, e curioso.

Ele simplesmente adorava quando, nas sextas de noite, iam comer na lanchonete do estacionamento, e ficavam até tarde ali, por não ter aula no dia seguinte.

O dono do estabelecimento era um senhor muito grisalho, que andava manco com uma bengala, e tinha olhos esbugalhados e um ar completamente pirado.

Ele sempre contava histórias para os garotos, que se ofereciam para organizar o lugar e limpar as mesas, em troca de lanches e batatas fritas gratuitas, uma vez que ele não tinha funcionários para ajudar.