Se eu roubei teu coração

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Boa leitura!

9 — Se eu roubei teu coração

Tudo já estava confuso demais, quando ouviu por um a primeira palavra não cantada vinda do monstro.

— Moony?

Harry viu o jeito que o xerife assentiu cuidadoso, dando um último passo, estendendo a mão na direção do monstro.

— Padfoot — Murmurou, e o garoto no chão apenas piscou várias vezes enquanto levava uma das mãos até os cabelos, jogando-os para trás.

Se encolheu contra a árvore, assustado, quando o Monstro simplesmente se desintegrou diante de seus olhos, e desapareceu. Deixou os dois sozinhos ali, completamente chocados.

Nem meio segundo depois, o xerife correu até Harry e se ajoelhou diante dele com preocupação.

— Você está bem? Consegue me ouvir?

— Sim — Disse em um fio de voz, torcendo o nariz pela forma que a garganta doeu por tanto ser sufocado — Você... conhece? O Monstro? Porque me deixou sozinho? Onde estava? Você sabe onde Draco está? — Perguntou, se apoiando na árvore para ficar em pé de forma precária, e o homem diante dele soltou um suspiro cansado — Você disse que eram só histórias, então... então como...?

— Todos sabem, Harry. A cidade inteira está acostumada com as histórias sobre o bosque, com coisas estranhas acontecendo. Só... escolhem não tocar no assunto. É por isso que eles tem facilidade em descobrir quando estão mentindo ou escondendo coisas. Porque eles sabem o que é real e o que é você fingir que não pode ver algo — Disse pausadamente, enquanto erguia os olhos para o topo das árvores.

— Eu preciso achar Draco — Tornou a repetir, embora quisesse fazer mais perguntas e Remus mordeu o lábio inferior.

— Você tem certeza que ele está aqui?

— Tenho. Tenho certeza que ele está aqui e que... que está vivo — Repetiu com firmeza, se apoiando nas árvores para andar de forma precária, e o homem se adiantou para cercar a cintura do garoto e ajudá-lo nisso.

— Você o viu?

— Eu senti — Disse, com os olhos correndo ao redor em busca de Draco.

— Você... sentiu?

— Eu consigo sentir Draco, se estiver prestando atenção. Ele tem essa... essa coisa ao redor dele, que me faz sentir seguro e feliz. Como... um eclipse. Quanto mais perto dele, maior é o sentimento. E... enquanto corria do monstro, eu senti.

Remus o encarou sem entender, com certo nível de preocupação no rosto.

— Eu achei que ele estaria no lugar onde senti o monstro pela primeira vez — Harry continuou, e por estar sendo segurado pelo mais velho, sentiu o jeito que ele se contraiu com a palavra usada pelo menino — Quando você saiu correndo, eu decidi voltar. Mas... mas o monstro me pegou primeiro.

— Todas as vezes que ele se aproximou... disse algo? Fez algo?

— Eu só escuto essa canção. Ele repete cada vez mais irritado, como se estivesse esperando algo de mim. Eu não entendo.

— Eu acho que... sei onde Draco pode estar, se Padfoot foi quem o levou — Disse cuidadoso, e Harry ergueu os olhos verdes para ele — Vamos até esse lugar primeiro.

— O que... significa Moony? — Harry não pôde deixar de perguntar, enquanto se esforçava para não ceder para o próprio peso e cair no chão.

— É meu apelido. Quando mais novo, eu tinha esse... — Ele fez uma pausa, enquanto negava suavemente com a cabeça — Esse melhor amigo. Éramos... inseparáveis. Todos na cidade sabiam que nós nunca nos largávamos, desde pirralhos. Éramos... Moony e Padfoot — Sibilou e havia algo cobrindo sua voz.

Bosque da SolidãoOnde histórias criam vida. Descubra agora