Rosas

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Uma vez conversando com um amigo chegou ao Rol da conversa um assunto, uma frase. Mas isso teve seu início muito antes de meu encontro, aconteceu numa manhã de sexta feira, era frio e chovia.
Mas o que aconteceu previamente a isto? Começo agora por partes ou fases, se assim preferir dizer.
Acordei logo cedo, umas sete horas, era relativamente cedo para quem costuma a estar de pé às oito, mas prossigamos o enredo. Acordei logo triste pois o constante e caloroso sol que batia todos os dias na janela e consequentemente no meu rosto devido à falta de cortinas não veio me ver, esqueceu se de mim. Estava frio e minhas pernas doíam tanto quanto meu coração e menos do que a fina garoa da manhã nos meus ouvidos. Uma observação que fiz no momento é que no chão da casa havia um rio quase tão fundo e frio quanto à ponto de se solidificar e a verdade que mais questionei é que não sabia se o rio existia de fato ou só na minha mente e ainda qual dos dois teria me impedido de seguir rumo ao cafe da manhã (o princípio de minha vida) o real ou o da tela abstrata e azul de meu coração.
Fiquei enrolada no cobertor esperando se meu amigo viria até minha janela,mas não veio e já tardava muito,não poderia mas dormir ou fingir estar,então levantei. A água era extremamente fria e lodosa, dando uma impressão de que iria engolir qualquer um que decidisse explorar suas profundezas, mas ela não fez isso, apenas conduziu me silenciosamente como um barco a vela por suas margens onde em uma desci na cozinha, "hum!cafezinho!"(disse num tom risonho),
pelo menos isto me trouxe um pouco de alegria.
Debrucei-me sobre uma janela e uma mesa, não ao mesmo tempo, porém  sabe-se que como disse Einstein, o tempo não é absoluto e mente e corpo não ocupam um mesmo espaço ao mesmo tempo,pois visto isso já é possível compreenderes como eu estava.
"Dias nublados são terríveis, chove muito e pouco e já não se vê o sol", " Mas talvez haja vida" disse me o ruído de algum pássaro escondido no rio ou nos céus de águas escuras, "Você acha?" Perguntei, e por alguns instantes quis dizer adeus ao pássaro mentiroso, mas meu rosto virou se para a janela a sua procura e o que vi foram rosas exuberantes (como gosto de chamar surpresas encantadoras), uma planta verde e espinhosa que antes estivera tão morta quanto eu via se ressuscitada por todas e cada uma das gotas da chuva triste e minguante,suas lágrimas pendentes das folhas regaram meu coração do qual brotou um doce sentimento de conforto e sublime emoção ao qual meus lábios fizeram questão de pronunciar: " Até os dias nublados tem sua porção de felicidade ".

Contos 16: histórias de CeciOnde histórias criam vida. Descubra agora