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Aprenda a pronunciar

verbo

1.

fazer a partilha de.

2.

dividir em partes; repartir, distribuir.

Harry acordou aturdido com piados e bicadas em sua janela.

Demorou bons minutos para que ele entendesse a diferença entre sonho e realidade, se sentia completamente alheio a tudo, como se ainda estivesse dormindo, podia reviver vividamente a cena do seu eu mais novo jogando quadribol. Jogavam contra sonserina em seu primeiro ano, seus amigos estavam na arquibancada e Malfoy competia consigo para a vitória em busca do pomo. No sonho ele conseguia por milésimos a bolinha dourada, e quando Potter virava para ele, não era mais o garotinho de onze anos ali, era Draco Malfoy de hoje em dia, o sorriso dele era convencido como só ele poderia ter, mas tinha algo alegre que o fez rir.

Então foi realmente muito difícil acordar, era seu dia de folga e ele estava finalmente dormindo decentemente em semanas, até mesmo sonhando com algo bom, leve, nada de guerra muito menos conflitos. Um sonho simples, sem significado.

Mesmo assim o som lhe lembrou que existia um mundo lá fora, e pelo fato de pouco usar sua coruja, preferindo mil vezes o celular, sabia que seria importante, por isso mesmo descabelado e irritado tateou sua cabeceira em busca do óculos, e com ele no rosto foi até o pequeno poleiro acoplado à janela, se arrependendo amargamente por não buscar chinelos ao ter o corpo inteiro arrepiado pelo chão frio. A pobre coruja parou de bicar quando o viu, e o moreno apenas agradeceu que o bicho não podia falar, só pelas sobrancelhas grossas franzidas era claro o desgosto dela.

A ave já irritada pela demora bicou a mão de Potter quando ele buscou a carta, ele apenas esbravejou dando petiscos a mais para ela. Deixou sua janela aberta, indo pelo quarto e abrindo as cortinas, a luz incomodou seus olhos. Não estava com verdadeira pressa de abrir e ler o conteúdo do papel, mas resolveu não alongar o processo mais do que o necessário. Abriu a carta já sabendo de quem era apenas pelo selo de cera, a cor era de um rosa fechado e havia um "G" no centro, se puxasse o ar com força sentiria ainda vívido o perfume floral da amiga, dando maior identidade para aquela folha. Além da própria coruja irritada em sua janela.

O recado escrito era simples e objetivo, Potter ouvira o som da voz em sua mente:

"Harry,

Estou em Londres, sei que é sua folga.

Hoje, final de tarde, meu apartamento.

Com amor, Hermione G."

O moreno soltou um riso anasalado pelo disparate, às vezes era surreal como Hermione agia sobre as coisas, ou até mesmo descobria sobre elas, nem ele sabia suas folgas decoradas, recebia de seu assistente um aviso prévio na semana delas, mas estava acostumado com aquilo. Granger sempre esteve a alguns passos de si e aquilo dificilmente mudaria em vários aspectos de sua vida, então pouco se importou, estava com saudade da amiga mesmo, toda a conversa com Malfoy sobre eles tinha intensificado isso, seria bom vê-la.

De forma lenta e preguiçosa seguiu pela casa, conforme se alongava os estalos podiam ser ouvidos pelo local, e mesmo fazendo uma careta Harry gostava de dormir um pouco a mais e ter a casa para si, aproveitou muito pouco de coisas como privacidade, intimidade e até mesmo silêncio com paz. Saindo de Hogwarts, passava mais tempo na toca que na própria casa, e muitas vezes quando estava nela, Gina vinha consigo, depois James, e quando as coisas iam se normalizar veio Albus, não existe privacidade em uma casa com suas crianças. Então quando James foi para escola, tudo ao redor começou a ruir, seu casamento, suas amizades, Harry começou a ruir lentamente.

Vital ☆ DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora