Capítulo 10 - Ana

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                           Narrador:

Ana desde cedo teve que se submeter a muitas coisas para criar Lucas, pois ficou grávida na adolescência. O pai de Lucas sumiu assim que soube que ela estava grávida. Seu pai a colocou para fora de casa assim que soube da gravidez.

Todo mundo erra, e ela só foi mais uma vítima da inocência e do amor que sentia pelo traste que dizia amá-la. No fim de tudo, só queria a levar para a cama.

Com muita dificuldade, ela arrumou um emprego. Quem daria emprego a uma adolescente grávida? Mas os seres humanos podem nos surpreender às vezes, tanto do jeito ruim quanto do jeito bom. Alguns ainda têm salvação, mas eles se conta nos dedos.

Lucas não sabe dos sofrimentos da mãe quando jovem. Ele pode parecer duro, mas até o aço mais resistente acaba cedendo um dia. Se ele soubesse o que ela já passou, não a trataria do jeito que trata e pararia de birra.

Ele cresceu rebelde e irracional, um verdadeiro idiota, por não ter a presença da mãe como um filho deve. Ela saía para trabalhar e ele estava dormindo, voltava e ele estava dormindo. Tiveram pouco contato de mãe e filho. Ela sempre contou com a ajuda da sua amiga Elena, que ajudava sempre que podia.

Depois que Ana colocou Lucas em um colégio particular, ela teve que trabalhar o dobro do que já trabalhava para poder pagar, e não era pouco. Agora, ela trabalha numa empresa onde se vendem ações, na parte da limpeza. Com o colégio de Lucas para pagar, ela faz hora extra e cobre os turnos das colegas. Quase não tem tempo para almoçar, somente durante a noite.

- Bom, já tá dando meu horário, vou bater o ponto e já vou indo.- diz uma das colegas de trabalho de Ana.

Elas estão sentadas na cantina dos funcionários.

- Me espera, vou só trocar de roupa e a gente já vai.- diz outra colega.

Elas se levantam e Ana permanece sentada.

- Você não vai agora, Ana?

- Não, eu vou fazer o turno da noite.- responde.

- Mulher, para que se matar tanto de trabalhar? Se for para ficar rica, vou lhe dizendo que pobre não tem esse privilégio.- diz a outra.

- Eu estou bem.

- Sua cara diz o contrário.- diz fulana.

- Mas tá bom, deixa eu voltar ao trabalho, bom descanso para vocês.- diz Ana.

- Se cuida.- responde uma das meninas.

Elas vão para o vestiário trocar de roupa e Ana se levanta para ir a mais uma batalha. Aos poucos a empresa vai se esvaziando, até não sobrar mais ninguém além dela e dos seguranças na portaria lá em baixo. Ela começa a ir de andar em andar limpando, apagando as luzes que estão acesas, arrumando e limpando mesas.

Como em alguns andares, aquele também tem um luz acesa, logo na sala do presidente. Ela vai até lá fazer seu trabalho. Quando abre a porta, acaba vendo o que não era para ver. O presidente da empresa transando com a secretária. Na hora do susto, ela deixa a vassoura cair no chão, fazendo com que eles percebam sua presença.

- Desculpe, eu não vi nada - diz ela pegando a vassoura do chão, sem olhar para a frente e tenta fechar a porta.

- Espere.

Eles se vestem rápido.

- Desculpa, eu achei que não tinha ninguém, vi a luz acesa e vim apagar.- tenta se explicar.

- Ela vai contar para toda a empresa.- diz a secretária.

- Não vou, não tenho porque contar, não tenho nada a ver com isso, não é da minha conta.- Ana já está com medo.

Amor Verdadeiro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora