SOU MAIS O QUE SEUS OLHOS PODEM VER (B.E.)

1- pensamentos ainda me cansam

Eu estava em um carro dando uma volta, sei lá onde. Só sei que era na Europa. Eu sinceramente não sabia no que pensar. Eu sei que eu ainda estava confusa.

Quatro dias atrás...

-Eu já me decidi!- Falei para meu irmão mais velho.- Eu vou para onde eu desejar, caramba! Eu tenho 27 anos e, não 18.-

Eu estava em casa. Finneas estava tentando me convencer ao contrário de "sair de férias". Eu preciso de descanso.

- Você não pode sair assim!- Ele gritou.

No momento que ele terminou de gritar, eu me virei.

- Como você tem a coragem de gritar comigo?- Ele estava ofegante e vermelho. - COMO VOCE TEM CORAGEM DE FALAR ASSIM COMIGO?!!- Ele deu dois passos para traz. - VOCÊ! ENTORTE SUA BOCA PRA FALAR NESSE TOM COMIGO!!!- Eu gritei de volta. - Eu criei tudo isso!- Falei em um tom mais baixo. Peguei uma estátua de porcelana de cima de uma das cômodas da minha casa.- EU CRIEI TUDO ISSO!!!- Gritei arremessando o objeto no chão com toda a força. A pequena estátua se espatifou no chão em mil pedaços.- EU CRIEI TODA ESSA FAMA!!- Minha voz saia tão alto que parecia que minhas cordas vocais iam se romper a qualquer momento.- EU FUI A RESPONSÁVEL POR TODO O SEU DINHEIRO!!! RESPONSÁVEL PELA PORRA DO SEU DINHEIRO!!!- Como as minha prateleira de prêmios estava perto, eu peguei cada um a atirava contra o chão a cada frase. - FOI EEEUU!!! FOI EU QUE BOTEI A CARA!! FOI EU QUE FUI AMEAÇADA DE MORTE!!! FOI EU QUE FUI SEXUALIZADA AO EXTREMO!!! FOI EEEUU!!!!!- Acabei quebrando apenas alguns, os mais importantes.

 Finneas estava chorando desesperado.

Sai da sala andando direto para a saída. Fechei a porta, mas percebi que tinha saído sem minhas malas. Entrei novamente na casa. Finneas estava encolhido ainda chorando, em posição fetal.

 Que tolo!

Peguei minhas malas. Como uma ainda estava aberta, eu só enfiei tudo o que eu podia para dentro dela. 

Os berros do meu irmão me desconcentrava. Me virei pra ele: ele estava vermelho, com o rosto molhado por causa das lágrimas.

- ENGOLE A PORRA DO CHORO!- Gritei. Senti algumas lágrimas descendo. - Engole a porra do choro!!- Eu odiava ver ele chorando.

Cada vez que eu gritava, seus gemidos do choro se intensificavam. Meu peito doía de raiva de mim mesma.
Peguei tudo, peguei as malas e olhei para meu melhor amigo pela última vez. Cheguei perto dele.

- Sai daqui! SAI DAQUI!!- Eu fiquei em choque: ele realmente disse isso? - Sai daqui sua doente!- Eu não acredito que até ele...

- CALA A BOCAAAAA!!!- Ele continuou chorando. - Você...! Nunca mais me chame assim, entendeu? NUNCA MAIS ME CHAME ASSIM!!!!!- Como eu estava com o ódio em domínio maior do meu corpo, eu acabei chutando com muita força a barriga do Finneas.
Acho que foi muito forte, ele cuspiu sangue. Ele cobriu a sua cabeça com as mãos, ele estava com medo de mim...?

Peguei minhas coisas, fui até a porta, olhei para trás, pra olhar pela última vez a minha casa, minha casa própria.

- Eu não vou mudar meu número, eu só vou bloquear alguns. Me liga!- Disse em um tom calmo. Sai e fui embora.

Abri o porta-malas, joguei minhas bagagens lá, fechei e entrei no carro. Ainda dentro do carro, eu soquei o volante várias vezes. Bati, gritei como desesperada. Comecei a chorar e me acalmei. Eu não queria continuar assim. Eu não queria me arrepender das minhas ações, então, fiquei pensando nas pessoas que iriam me perder de alguma forma. Dei partido carro e fui pro aeroporto.
Fiquei cabisbaixa durante toda a viagem da América à Europa.

...

Depois de muita viagem, eu cheguei no lugar em que eu queria.
Era uma casa moderna no meio do nada.
Era uma região montanhosa, úmida, fria e bonita. Tinha uma campo bem bonito na frente.