SOU MAIS O QUE SEUS OLHOS PODEM VER (B.E.)

11- E a boa impressão?

Eu e ela estávamos no carro, quando finalmente, em um raio de um quilômetro, apareceu um fast food. Entrei com o carro para perto da janela pro cara que estava atendendo.

— Boa noite! — Disse para o homem negro que estava atendendo.

— Boa noite, senhorita! O que vai querer? — Ele só olhou para a gente assim que terminou de anotar algo em um bloquinho de notas. — Ah, Lea? — O homem cumprimenta a garota.

Ela parecia não esta entendendo nada.

— Sou eu...— Ela diz sem graça.

— Não tá me reconhecendo? Eu sou o Nick. Nós somos vizinhos há um ano. Cara, você sumiu. Aprontou alguma? — Ela pergunta animado.

Quando ela ia falar, eu a interrompi.

— Eh, querido? Vou querer um especial, um vegano, batatas e dois refrigerantes! — Exclamei.

— Pode deixar, moça! — Ele diz um pouco chateado.

Lea estava olhar para ele melhor, mas eu estava empatando.

— Eu não sei se conheço esse cara. — Ela diz confusa.

— Não, você não conhece! — Disse um pouco nervosa.

Lea fica assustada. Até Nick deixa cair algo no chão.
Aí, meu Deus! Eu tô saindo do controle! Respira....

— Eu... Não sei... — Ela diz pensativa.

— Desculpa, amor... — Disse pegando na mão dela. — Deve ser ciúmes... — Digo rindo.

O homem chega logo com os pedidos me entregando.
Lea toca em meus ombros e olha pra ele.

— Mais alguma coisa, senhorita? — Ele ainda pergunta gentilmente.

— Desculpa, Nick! Eu sinto muito. Hoje não foi um bom dia pra mim. Sinto muito lhe tratar dessa maneira. — Digo seria.

— Tudo bem, senhorita, tudo bem. Obrigada pela preferência! Bom lanche! Boa noite e voltei sempre. — Ela sorri.

Saio dali com o carro, de volta pra estrada.
O silêncio no carro era ensurdecedor. Lea parecia estar com medo ainda e eu estava com medo de ter passado a pior das impressões pra ela, eu estava tomando todos os cuidados possíveis.

Chegando em casa, nós comemos ainda em silêncio. Era muito ruim, sinceramente....Eu queria conserva uma imagem gentil e agradável, mas eu não serei pura novamente, não depois de hoje.
Olhei para seu rosto confuso e tentei pensar em algo.

— Acho que nosso jantar não está sendo uns dos melhores... — Disse um pouco animada. Ela olhou pra mim, tristemente, mas logo voltou seus olhos ao seu hambúrguer já frio. — Que tal nós assistimos algo, como um filme bem relaxante com direito a pipocas e chocolate quente? — Disse tentando manter o otimismo.

A garota ainda continua a olhar para a comida.
Fico sem esperanças e volto a comer um pouco frustrada.

— Olha... — Escuto o som da voz dela e volto meu olhar. — ... Não parece má ideia. Mas eu queria fazer isso depois da cirurgia, que tal? — Ela pergunta.

— Claro, amor... Mas o que está afim de fazer hoje? — Pergunto gentilmente.

— Queria apenas dormir ao seu lado. — Eu estava feliz por dentro, isso significava que ela realmente me ama e isso é tudo para mim.

— Claro! — Digo com um sorriso no rosto.

Arrumamos as coisas e fomos dormir.
Ela estava ainda no closet, se vendo no espelho. Graças ao seu reflexo, eu pude ver seu corpo esbelto mais uma vez. Era ela linda, uma verdadeira modelo de uma mulher troféu ou algo do gênero. Eu está deitada na cama olhando para ela, quando a mesmo notou. Eu tentei disfarçar olhando para o outro lado e girando o meu corpo, mas ela já havia percebido.
Um pouco envergonhada, eu senti ela me girar e subir em cima de mim. Como em uma montaria, ela estava sentada em cima de mim. Ela olhava pra mim sem dizer uma única palavra, mas parecia querer fazer algo comigo.
Logo eu lembrei de algo...

Flashback...

Eu estava em um motel com ele. Ele estava de costas pra mim enquanto preparava uma bebida para nós dois. Eu estava na cama, ansiosa para que ele viesse me tocar. Até ele vim...

Ele se vira com dois copos na mão, com sabe sei lá o que, alguma coisa que nós íamos beber. Eu realmente não me importo quando fico fora de mim, só quero ser a pessoa favorita dele...

Ele deveria ser meu...

— Oi docinho! Aqui está sua bebida. — Ele me entrega o copo da direita.

Eu abro um sorriso sedutor e pego o objeto.
Ele deita de frente para mim.

— Eu queria mais momentos assim. Eu... Você... Só nós... — Eu bebo um pouco.

— Eu sei querida. — Ele diz um pouco triste. E acaricia meu braço que estava segurando o copo. — Nós vamos ficar só nós dois, eu prometo. — Ele dá um beijo na minha testa.

Mesmo com o ato, eu fico pensativa.

— O que aconteceu, meu amor? — Ele pergunta preocupado.

— Você diz a mesma coisa a três anos. Tenho medo de não ficarmos juntos... — Digo apreensiva. Ele pega no meu rosto.

— Meu amor! Eu quero ficar com você, eu já disse. Eu te amo demais! — Ele diz confiante.

— Então larga ela... Deixa eles! — Um silêncio toma conta do quarto.

Fim do flashback

Só pensar nisso, eu fico em um transe.

— Amor? Você tá bem? — Ela pergunta dando sacudidas em meus ombros.

Eu desperto.

— Oi... Oi! — Eu olho para Lea.

— Amor... Você tá dormindo acordada? — Ela pergunta e logo abre um sorriso malicioso. — Com o que você estava sonhando? Posso saber? — Ela pergunta mordendo os lábios.

— Desculpa... Eu não quero fazer nada agora. Mas eu prometo que depois da cirurgia, nós vamos fazer o que você quiser. Eu prometo... —

Ela sai de cima e se deita ao meu lado.

— Você tá bem? Parece seria. — Diz a mulher.

— Eu... Só tô cansada... Só isso. — Digo secamente.