Capítulo 7

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Potter não tinha gosto de maçã. Ele tinha um gosto ainda melhor. O que era um pensamento bobo porque Draco adorava maçãs.

Ele arrastou os lábios sobre a pele de Potter, tocando-a timidamente com a língua. No entanto, Potter se afastou, levando sua deliciosa pele com ele. Foi só depois que Draco viu Potter olhar para ele que ele percebeu que tinha feito algo maluco de novo.

— O que você está fazendo? — Potter perguntou, o tom de sua voz cheio de choque.

— EU... — A voz de Draco falhou e ele teve que limpar a garganta antes que pudesse falar novamente. — Eu cochilei. E minha cabeça caiu no seu ombro. Foi um acidente. — As bochechas de Draco esquentaram de vergonha. Essa tinha sido a desculpa mais esfarrapada que ele já tinha dado a alguém. Ele esperava que Potter risse dele, mas Potter não parecia divertido. Ele parecia zangado.

— Um acidente? — Ele repetiu. — Oh, você é engraçado, Malfoy. — Encarando, ele acrescentou, — Pare de tentar ser esperto. Eu disse que não te beijei de propósito. Isso foi um acidente. O que você está tentando provar? O que você quer de mim?

Draco encarou o rosto zangado de Potter e não disse nada. Potter havia tirado algumas conclusões malucas sobre os motivos de Draco e Draco não planejava dissuadi-lo; eles soavam mais dignos do que a verdade. A verdade é que Draco não tinha ideia do que ele queria de Potter e por que ele teve a súbita vontade de mordê-lo e beijá-lo e lambê-lo.

— Você quer que eu confesse que sou gay? — Potter perguntou e Draco franziu a testa, considerou, e então assentiu. Mas Potter obviamente pretendia que fosse uma pergunta retórica, porque ele continuou falando sem confirmar nada. — Você percebe que mesmo se eu lhe disser agora que sou gay, ninguém acreditaria em você? Você não poderia nem usar isso para zombar de mim em público porque no momento em que você fizer isso, eu vou azarar você e nós vamos acabar brigando de novo. E então seremos expulsos. Você não entende? Você não pode me provocar de novo. Eu não acho que McGonagall estava blefando. Ela quis dizer o que disse; ela acha que nós não deveria estar aqui em primeiro lugar. Não temos escolha a não ser ficar longe um do outro.

Draco franziu a testa; ele não tinha pensado muito na ameaça de McGonagall, mas agora que pensou, ele percebeu que Potter estava certo. Não lhe ocorreu que o aviso de McGonagall significava que ele não teria mais permissão para infernizar Potter. Se Potter perdesse a paciência - e esse era o objetivo da provocação de Draco - e ele batesse ou azarasse Draco novamente, estava acabado. Draco não podia nem contar em convencer McGonagall de que era tudo culpa de Potter, porque ela disse que não se importava. Era um pensamento angustiante – Potter irritado era o passatempo favorito de Draco.

— Sabe, — Draco meditou, olhando para o lado bom das coisas, — você está certo. O que significa que não há nada que o impeça de me dizer a verdade.

Potter olhou para o céu. — Por que eu confessaria algo assim para você? E por que você se importaria, se você não pode usar esse conhecimento contra mim?

Sim, eu posso, Draco pensou, mas conseguiu não dizer em voz alta. Honestamente, Potter era ridiculamente ingênuo. O conhecimento sempre pode ser usado contra uma pessoa.

— Estou apenas curioso, — Draco alegou. — Eu acho que seria engraçado se você fosse gay. Pense em todas aquelas garotas que são loucas por você- elas ficariam inconsoláveis. — Potter abriu a boca, sem dúvida para negar a existência de garotas adoradoras, mas Draco rapidamente acrescentou: — Ah, por favor, Potter, eu vi a quantidade de cartas de fãs que você recebe. Sem mencionar que você ganhou o prêmio do Sorriso Mais Encantador da Semana das Bruxas este ano. E para dizer a verdade, é difícil andar pelos corredores depois de passar por elas. A quantidade de baba produzida pelas Potterinas é positivamente alarmante. — Draco fez uma careta ao se lembrar dos olhares sonhadores que algumas garotas adotaram no momento em que Potter apareceu.

The Ties That Bind Us | Drarry Onde histórias criam vida. Descubra agora