019 - As vezes o silêncio é um grito de socorro.

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*POV ISABELLY*

Para começarmos o dia bem, tive prova de física - que por acaso não estudei nada -. Eu tinha 50 minutos para fazer o teste. Metade do tempo havia se passado e a idiota aqui ainda não tinha escrito nada. Quem inventou essa merda? O cara tava chapado, não é possível! Depois de tentar milhares de vezes lembrar o que a professora escreveu no quadro e o que estava no meu caderno, eu desisto. Abaixo a cabeça e cochilo.

[...]

Acordo com alguém me balançando. Era a professora Elyza querendo recolher minha prova.

-Isabelly, sua prova está em branco. - Diz olhando para a folha, com uma feição preocupada.

Eu não sou aquelas nerds que só tiram A, mas também não sou burra. A sala inteira me olhou com cara de que queriam rir. Me senti mais humilhada ainda quando Maya me chamou de "puta burra" bem baixinho para que a professora não escutasse e todos começaram a rir.

-Eu sei. Eu que fiz. - Estava sem saco para tudo aquilo, então só esperei para que Elyza saísse da sala para eu ir matar aula na arquibancada.

Quando levantei da cadeira, alguns começaram a cochichar e essas coisas, mas não dei muita importância.

Chegando na arquibancada, vejo Arellano chorando. Eu sei que ele vacilou, mas as vezes o silêncio é um grito de socorro.

-Robin? - Perguntei e ele vira a cabeça rapidamente, olhando para mim. Não obtenho resposta alguma, então me sento ao seu lado. - O que aconteceu? - Estava falando de uma maneira para que ele não achasse que eu me importava mas também para que ele não perceba que eu "estava nem aí".

-Por que você se importa? Se eu quisesse que você soubesse, eu iria até você e falava. - Ao escutar aquilo me viro para ir embora. Não sou obrigada a ouvir isso, não mesmo. - Pera aí.

Eu paro, mas não o olho. Depois de meros segundos, me viro e volto ao mesmo lugar.

-É que hoje fazem 7 anos que meus pais morreram... - Ok, eu não esperava.

-Ah, Robin. Não fica assim. Você sabe que eles te amavam e tinham muito orgulho de você! - Ninguém nunca me consolou por conta da minha mãe, não sei como fazer isso. Mais uma vez, ele não respondeu, só assentiu com a cabeça.

-Obrigado. - Me abraça. Wow, não sei o que pensar disso. Eu provavelmente deveria sair dali e não esquecer do que eles fez, mas eu queria perdoa-lo e seguir em frente, mas não era o certo a se fazer.

Não demorou muito para que a loira oxigenada invadisse o local, vendo eu e Arellano abraçados.

-Qual seu problema, sua puta? Além de burra, quer roubar o macho dos outros?

-Primeiro, meu problema é conviver junto com você. Segundo, a vagabunda da história aqui é você. Terceiro, não sou burra nem ladra de garotos, estava apenas ajudando meu... ãn... colega de classe! - Me separei de Robin ao terminar a última frase.

-Então, sai daqui. - Fiz o que ela pediu. Eles tinham que ficar sozinhos, afinal são namorados. - Amor, o que aconteceu? Você quer ir lá em casa depois? (Sem malícia.) - Escuto saindo da arquibancada, o menino apenas murmurando um "Nada, estou bem". Eu o entendo, ninguém consegue aguentar Maya por mais de 2 minutos.

[...]

Estava lendo "Harry Potter e a Pedra Filosofal"no parque, quando alguém me chamou.

-Isa? - Eu conhecia essa voz.

-B-Bruce? - Como assim? Ele não está morto? E as ligações? - Como...

-É, parece meio impossível. A polícia achou o resto dos porões ontem, ainda não foi divulgado. Você era a única pessoa que eu queria ver enquanto estava lá, então achei justo vir atrás de você. - O mesmo me abraça forte depois de eu levantar do balanço.

-Me ver? Por que? E as ligações? Bruce, você me ligou, eu não estou louca.

-Todos os porões tinham um telefone. E eu só conseguia me lembrar do seu número.

-Por que nunca me pediu ajuda?

-Eu não sabia que você tinha escapado.

-Ah... é mesmo.

-Enfim, o que está lendo?

-Harry Potter e a Pedra Filosofal! Estou encantada com este livro. Não consigo para de ler.

-A saga é perfeita. Li quando tinha sua idade. - Toda vez Yamada se gabava porque era 2 anos mais velho que eu. Demos risada.

-Nossa, senhor idoso da terceira idade, mil perdões. - Paramos de rir quando o casal do ano passou por nós. Vocês sabem quem é.

-Acho que muita coisa mudou enquanto estive fora, né?

-Pois é. Ele está um babaca.

-Eu avisei que ele não prestava.

-Ok, vamos parar de falar desse idiota. Quer dormir lá em casa? Finn sente sua falta também.

-Claro. Mas assim... podemos convidar os outros meninos também? No caso: Vance, Billy e Griffin.

-Por que você ainda pergunta? Não sou muito próxima deles mas posso me esforçar. Telefonamos para eles em casa.

O caminho foi bem tranquilo. Falamos sobre a escola, os amigos de Bruce e sobre meus irmãos.

Já em casa, assim que eu abri a porta, Finn da um pulo do sofá e abraça o asiático. Eles são bons amigos.

Explicamos que os garotos iriam vir aqui e ele concordou. Gwen por outro lado não estava em casa, foi fazer trabalho para a feira de ciências na casa de Hanna.

[...]

Preparamos pipoca, refri, sorvete, doces e cheeps para comermos.

Meu pai estava trabalhando em hora extra - sim, agora ele trabalha corretamente - então a casa era só nossa.

A noite foi incrível. Os meninos são maravilhosos e ficamos próximos. Vance na primeira impressão é chato e grosso mas depois vira um adolescente muito engraçado e boiolinha pelo Bruce - acho que eles estão de rolo -, Billy é muito gente boa e tem o mesmo gosto para filmes que eu então conversamos bastante e Griff é um amor de pessoa e super gentil também. Vimos filme, brincamos de "Eu Nunca" e UNO - que eu ganhei - e fizemos guerrinha de travesseiro. Em nenhum momento tocamos no assunto do porão ou Grabber apesar de eu estar muito curiosa para saber como eles sobreviveram em outros porões sendo que eu matei o Sequestrador, sabíamos que era doloroso para todos ali - menos Finney - falar sobre aquilo, então apenas ignoramos o acontecido. Quero mais noites como essa!

I WANNA BE YOURS || Robin Arellano 💘Onde histórias criam vida. Descubra agora