020 - Ele quem nos juntou.

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Para não deixar dúvidas: Todos eles tem 13 anos, menos Vance que tem 15 e Gwen que tem 11.

*POV ISABELLY*

Acordei por volta do meio dia e os meninos ainda estavam dormindo. Eu ri genuinamente quando vi Bruce e Vance deitados praticamente colados. Queria estar com minha câmera fotográfica do México agora. Acho que nunca contei essa história aqui...

Enfim, eu morei no México com minha tia por uns 5 anos - por isso sou fluente em espanhol - porque estava "dando muito trabalho" em casa. Eu só falava alguns palavrões, brigava com as crianças do parquinho e roubava bicicletas. Super normal, no meu ponto de vista. Na verde, Arellano que havia me ensinado a arrombar o cadeado das bikes, a xingar e a brigar. Meu pai achou melhor me mandar para lá em busca de mim ter uma figura materna depois que minha mãe morreu - que tinha sido 7 meses antes de me mudar -, e ele achou que era por conta disso que eu estava daquele jeito. Sonso, eu diria. Foi incrível ficar em Cancún, aprender espanhol, fazer alguns poucos amigos, passar mais tempo com minha tia e tals, mas sentia falta dos meus irmãos, de Bruce - por mais que ele só falasse com o Finn, ainda conversávamos de vez em quando - e até mesmo de Robin. Lá minha tia me deu uma câmera maravilhosa, já que eu sempre amei guardar momentos importantes. Eu não tinha muita coisa de que me alegrar em casa, mesmo que eu tivesse 8 anos, então eu tirava fotos de momentos bons para que quando eu estivesse triste ou algo do tipo, eu olhasse as fotos e me sentisse bem. Ainda tenho a "Caixa de Lembranças" que minha tia Sam me deu de aniversário.

Levanto de um colchões que haviam na sala e vi que Griffin já tinha acordado. Vou procurá-lo e o encontro na cozinha, fazendo torrada para todos. Quis abraçá-lo ali mesmo.

-Bom dia, Griff. - Falo me aproximando. Ele olha para trás rápido e da um pequeno sorriso quando vê que era minha pessoa.

-Bom dia, Isa. Quer torrada? Ah não, Me desculpe! Eu não perguntei se podia pega-las. Se você não quiser mais ser minha amiga, eu vou entender. Sério. Pode me expul-

-Calma, cara. Está tudo bem. Achei muito legal da sua parte fazer isso. - Sorri fraco, com a mão em um de seus ombros, tentando acalmar o garoto. Griffin era a realmente inseguro. E eu queria que ele visse o quanto acho ele incrível. Todos achamos, na verdade.

-Então... ok. - Começou a pegar pratos e colocar exatamente na quantidade de pessoas que haviam ali. Mas eu acrescentei um, caso Gwen aparecesse.

[...]

Todos já tinham ido embora. Não tinha nada para fazer, já que Finney foi a sorveteria com Donna e Gwen não havia voltado para casa.

Pego meu livro "Os Dois Morrem no Final.", meu fone de ouvido (vamos fingir que existia, ok?), uma mochila e as coisas de sempre. Me visto com uma blusa preta com tipo um raio x nela, um moletom marrom, uma jardineira verde meio musgo e o all star preto de sempre.

 Me visto com uma blusa preta com tipo um raio x nela, um moletom marrom, uma jardineira verde meio musgo e o all star preto de sempre

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As vezes quando eu precisava pensar, eu meio que fugia de casa. Todos da família já estavam acostumados, até porque eu sempre preciso pensar. Na bolsa haviam garrafas de água, bolachas, uma maçã, um cobertor, uma almofada e um isqueiro. Eu não fumo, se é isso que pensou. De vez em quando esfriava demais, então fazia uma fogueira.

A festa de halloween da Donna é daqui 4 dias e não pensei em absolutamente nada, além da opção de ir de princesa assassinada. Eu já tinha um vestido que usei num baile de primavera do ano passado, os saltos da mamãe e o sangue falso, só faltava a faixa mesmo.

Meu refúgio era simplesmente a floresta de Denver. Previsível, mas ninguém sabia que mamãe me herdou um pequeno chalé por ali. Eu nunca entrei e sinto que nem vou fazer tal ato. Embora eu ter perdido minha mãe bem novinha e querer descobrir mais sobre ela, eu não consigo encarar o fato que ela se foi realmente e jamais voltará. Todas as vezes que vim para cá, eu durmo na grama do "quintal" dessa casinha, me sentiu protegida de alguma forma. Me deito, encostando minha cabeça numa pedra e começo a ler sobre a luz da lua.

Uma frase me chamou muita atenção em uma página qualquer do livro.

"O Universo não pode estar
contra nós
se foi ele quem
nos juntou."

Fechei o livro com tremenda força ao ouvir as folhas secas fazerem baralho. Tinha alguém ali. Podia ser um sequestrador, estuprador, assassino, ladrão, torturador e muitas outras coisas. Mas era só um gato. Ele tinha pelos alaranjados e vinha se esquivando perto de mim. Sorri ao perceber aquilo. Já cansada, me esparramo pela grama levemente molhada por conta da chuva da noite anterior e com um cheiro que me acalma e dormi junto a gatinha que apelidei de Darwin.

Sendo franca, por um bom tempo fiquei apenas fitando a lua e pensando em como ela é magnífica. Sinto uma conexão diferente com ela. Não consigo explicar. Minutos após nos cobrir com a coberta, adormeci de vez. Foi um bom dia. Mas não queria ter de ir à escola amanhã. Meu único incentivo era que meu aniversário de 14 anos é dia 31. Sim, eu nasci no dia das bruxas. Eu não faria nada além de comer sorvete, ler, escutar música e jogar jogos com meus irmãos, como nos outros anos, só que dessa vez, com os meninos também. Não vejo necessidade de mudar meus planos só porque agora tenho mais alguns amigos. Os pensamentos se esvoaçaram quando cai em um sono profundo que fez eu me sentir leve. Infelizmente, amanhã começa tudo de novo.

I WANNA BE YOURS || Robin Arellano 💘Onde histórias criam vida. Descubra agora