Questionamento

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– Tanjirou, tá tudo bem? – Perguntou Genya.

– Sim. Tá tudo bem. – Sorriu.

Tanjirou não gostava de preocupar os outros com coisas que não eram importantes, como o que ele está pensando agora.

– Você gosta dele? Do loirinho? – Perguntou Muichirou.

Todos olharam para o menor. Tokito não esboçava nenhuma expressão, apenas olhava para Tanjirou com seus belos olhos solitários esperando uma resposta.
O Kamado não sabia o que responder. No mesmo instante Zenitsu chegou com a pizza.

– Quem tá com fome? – Perguntou entrando no quarto – O que eu perdi? Por que estão com cara de velório? – O louro colocou a pizza no centro da rodinha e se sentou.

– Nada Zenitsu. – Falou Tanjirou – Eu vou pegar uma faca e copos na cozinha. – Se levantou.

Antes que Agatsuma dissesse qualquer coisa, Genya se levantou e falou que iria ajudar Tanjirou. Zenitsu ficou um pouco cabisbaixo.

– Ei, Monitsu. – Chamou o Hashibira – Você gosta do Tontarou?

– Por que a pergunta? – Zenitsu desviou o olhar – E se caso eu gostasse eu nunca diria para ele.

– Por que? – Perguntou Muichirou.

– Porque as coisas iriam ficar estranhas entre a gente. Por que esse assunto do nada? – Riu sem jeito – Não íamos nos divertir?

Inosuke e Tokito se entrolharam. Na cozinha, Genya ajudava Tanjirou a pegar as coisas.

– Eu fiquei nervoso quando saí com Zenitsu esses dias atrás. – Falou o Kamado pegando a faca – Quando fomos comer ele sentou bem perto de mim, meu coração parecia que iria explodir. – Sorriu – Eu fiquei nervoso e... Não sei.

Genya não disse nada, apenas ouviu seu amigo falar.

– Ele nunca me falou que tinha um irmão ou que tinha um amigo de infância. Insegurança? Eu não sabia, claro todo mundo tem mas – Suspirou – E é difícil imaginar ele chorando. Ele é legal, mas ele também nunca me mostrou estar seguro de algo ou uma ação que ele faz. Eu fico chateado quando ele corre até a Nezuko e a chama... As vezes eu queria que ele fizesse isso comigo... – Tanjirou olhou para Genya – Acho que eu gosto dele. – Sorriu.

– ... Eu não vou falar nada pra ele. Vai no seu tempo Tanjirou. – Sorriu para o outro.

– Obrigado por me ouvir Genya.

[...]

– Já tá todo mundo dormindo, e você aqui acordado... – Falou o garoto um tanto sonolento.

– Desculpa, eu te acordei? – O louro virou-se.

– Não... Eu acordei para tomar água. – Riu.

– Ah sim. – Zenitsu saiu da frente do filtro.

– Zenitsu, você não dormiu ainda, dormiu? – Perguntou o garoto sério.

– Por que?...

– Não vi você indo deitar.

– É só que eu não tô com sono. Tudo bem Tanjirou? – Falou bebendo um gole de água.

Tanjirou ficou quieto por uns minutos.

– Você tem um irmão... – Murmurou consigo mesmo.

– Hm? O que disse?

Kamado não queria falar sobre aquilo, mas se não falasse iria ficar com isso na cabeça. Pensou um pouco antes de repetir mais alto para que o outro ouvisse.

– Você tem um irmão.

O loiro paralisou.

– O Uzui é seu amigo de infância. – Continuou Tanjirou – Você é um bebê chorão, se compara com os outros–

– Para! Por favor, para. Por que sabe dessas coisas? Eu não te falei nada disso! – Agatsuma entrava em pânico.

– Por que não me falou nada? Zenitsu, somos amigos não somos? – Virou-se para o louro e andou em sua direção.

– Sim, somos amigos!

– Então por que não me falou nada? Até o Inosuke sabe disso! Então, por que não me contou?

– Porque eu... Eu... – Zenitsu se sentia pressionado.

As lágrimas formavam em seus olhos. Por que Agatsuma não o tinha contato? Nem mesmo ele sabia o porquê.

– Eu-eu não sei! – Afastou o outro e foi para o quarto.

Zenitsu se deitou no colchão e, debaixo da coberta, começou a chorar.
Tanjirou, na cozinha, ficou sem reação. O loiro simplesmente fugiu. Kamado não estava frustrado por não saber nada, estava bravo.

Meu Amarelo - ZentanOnde histórias criam vida. Descubra agora