Tua Voz, Meu Vício

Estamos juntos

<< POV LUBA >>

Depois que terminamos a live, Daniel surpreendentemente estava cansado demais. Puxei ele um pouco pro meu peito quando ele estava sentado do outro lado da cama.
— Você tá bem?
Ele sorriu pra mim.
— Tô sim.
Ele se aninhou novamente no meu corpo.
— Gostou da live? Quero saber como cê tá com isso. Parecia nervoso demais.
— Acho que foi bom pra mim, participar disso: Minha mente se distraiu dos problemas, foi legal.
Sorri.
— O que você pretende fazer agora?
Ele levantou o rosto em direção ao meu com uma cara confusa.
— Em relação a--
— A assumir, ou sei lá. Colocar um ponto final para os intrometidos.
— Acho que antes eu vou colocar o fogo no barraco.
Ele saiu do meu corpo e pegou o celular debaixo do travesseiro e voltou para mim.

O calor dele é tão aconchegante e me dei o direito de beijar o pescoço dele quando ele ainda estava se aproximando.
— Ai que susto.
Ele falou segurando meu pescoço no beijo.
— O que você vai fazer agora?
Ele sorriu.
— Polêmica.
Vi ele escrever uns tuites um pouco longo, não conseguia ler pela minha dificuldade ocular.
— Lê.
Ele apontou o celular em minha direção e eu pude ler o seguinte:

"Não sei como minha vida se tornou um espetáculo, onde eu virei apenas um animal de circo que não sabe nem como foi parar ali. Eu tenho meu tempo para meus problemas pessoais. Hoje a tarde que eu passei com meu namorado na live dele, no meu tempo, no meu jeito. Foi ótimo. agora eu quero saber o que vão fazer com as fotos que tiraram da gente sem o nosso consentimento."
"Vou ficar bem atenta sobre as minhas fotos pessoais. E quero ver quem é o fdp que tá por trás disso, se era um jeito pra eu poder ser obrigada a me posicionar, mas não vou pegar leve. Espero que se declarem viu, tenho medo de processar não."

Olhei pra ele com uma cara de surpreso.
— Você é destruidora mesmo né?
— Gostou?
—Amei.
— Depois do churrasco de amanhã eu falo com Kika sobre isso. Pra ela falar com meus advogados, mas eu não vou perder a cabeça com isso.
— Eu te amo.
Ele sorriu com as palavras.
— Eu te amo também.
Ele me puxou pra ele e eu me deitei por cima.
— Você quer?
Perguntei.
— Você ainda tem duvida?

<< POV GG >>

Acordei cansada, meus olhos pouco se abriram e eu olhei para meu lado e Lucas dormia, todo babado. Não contive a risada. Como ele se baba tanto? Peguei a fronha e limpei a barba dele, ele ficou um pouco inquieto e então eu parei. Não quero acorda-lo. Me levantei e percebo nossas roupas amassadas sobre a cama, que noite boa. Sorri por me lembrar. Me levantei e fui até a janela para ver o resto da minha querida Zona Leste. Olhei para as outras casas para ver se tinha algo, não vi nada. Respirei fundo e fechei as cortinas. 

Hoje seria o churrasco da família, não quero me irritar com o que eu não preciso. Olho para Lucas, ele dormindo tranquilamente. Ele falou que o mais importante é a família, eu só preciso me preocupar com eles. Sorri e fui para o encontro de minha mãe na parte de baixo.

Ela não tinha nem acordado ainda, ai fui ver o horário: 7:50.
Nesse horário, ela já devia ter acordado. Vou para o quarto dela e bato a porta, ela não responde. Abro a porta lentamente e espreito pela fresta. Ela estava ainda dormindo.
— Mãe?
Ela se virou lentamente para a porta.
—Já são quase oito horas. Levanta.
Eu me aproximei e sentei ao seu lado.
— Bom dia, bença.
Ela beijou minha mão.
— Você está melhor?
— Estou sim.
— Cadê o Lucas?
— Dormindo....
— Vamos preparar logo as coisas?
— Vamos.

Passou alguns minutos, minha mãe se levantou e começamos a preparar a carne e o arroz para a grande visita. Eu estava colocando o arroz na água quando senti o beijo de Lucas no meu pescoço.
— Oi dorminhoco.
— Já estás fazendo a comida sem mim?
— São quase oito e cinquenta Rossi. Você tem que acordar por conta própria.
— E como meu namorado você não faz mais essa gentileza não?
— Não.
Zoei ele.
Ele me beijou novamente.
— O que tem pra fazer?
— Ajeita as carnes.
— Okay meu amor.

Vi ele lavar as mãos e preparar as carnes para salgar. 

Depois de longas horas. Terminamos de arrumar o terraço e a piscina tava limpa.

Pouco a pouco minhas tias e minhas sobrinhas, Lucas ficou um pouco trancado em casa com vergonha.
Chegou a Gi e a Vanessa, Tia Vivi e Miguel e minha tia Soraya.
— Vocês chegaram!!
Abraço minhas primas com forças.
— Meus amores.
Falo as beijando.
— Titia!!
Me abraçaram com muito amor.

Eu amo minhas crianças, será que um dia eu terei as minhas?
— Cadê tio Pedro?
Miguel falou olhando para mim.
Meu sorriso se desfez em meu rosto, eu sei. Ele é só uma criança. Mas me doeu ele ter se apegado a Pedro.
— Titio Pedro não mora mais aqui, meu amor.
Ele olhou pra mim com um sorriso triste.
— Mas você quer conhecer titio Lucas?
Ele demorou um pouco para responder, olhou pra a sua mãe esperando um comando. Ele sorriu e me abraçou de novo.

Me levantei para olhar pra Tia Vivi.
— Oi tia Vi.
Ela sorriu pra mim.
— Como você está meu bem?
— Eu estou bem melhor. Desculpa não ter falado nada nesses últimos meses .
— Eu te entendo, querido.
— Foi tudo tão rápido.
— Tudo bem meu amor.

Falei com todos meus familiares e notei que Lucas não estava lá.
Olhei em volta.
— Vou buscar o Lucas, galera.

Entrei dentro de casa e fui até meu quarto e vi Lucas todo encolhido em cima da cama.
— O que foi? Minha família já chegou!
— Exatamente. Tô com medo.
— Lucas...
Corri até ele.
— E qual é o problema?
— Não...
Ele se embolou nos pensamentos.
— Não é com eles. É comigo. Eu sei que não devia me preocupar com a opinião deles, porque nós não devemos nada, mas eu tô ansioso.
Ele se encolheu. Sorri.
— Eles te amam... e meus sobrinhos querem te conhecer....

Ele olhou pra mim com os olhos brilhante em lágrimas presas, com meus dedos as limpei.
— Você é mais velho que eu... E as vezes parece mais criança que eu. Você sabe que não precisa ser assim.
Apertei a perna nele num beliscão de leve. Ele riu.
— Você é a melhor pessoa pra mim. Eu tenho certeza que eles vão amar.
Ele me puxou para um abraço e eu não tive tempo de reagir. Ele só ficou ali, quieto me abraçando.
— Te amo.