Capitulo 11

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°•○S/n○•°

Devo dizer que a minha vontade era de ter ido visitar o Mikey no dia seguinte, mas infelizmente não foi possível. Fiquei atolada de deveres escolares, sem contar que tive que fazer compras com a minha mãe. A mulher simplesmente disse que queria ter um momento mãe e filha. Como eu poderia negar? A minha mãe sempre foi tudo para mim.

Na escola, Hina havia me contado que o Takemichi estava machucado e não iria para a escola por alguns dias. Para variar, os amigos do Takemichi decidiram ficar ao meu lado no intervalo. Motivo? Disseram que era bom ter uma garota por perto.

Sinceramente hein...

Mesmo assim, eu ainda estava firme e forte com a minha decisão de visitar o Mikey. Não sei como ele irá reagir, mas quero tentar mesmo assim. Se alguma coisa der errado eu posso mentir que vim visitar a Emma. Na minha opinião era uma boa desculpa. Mas sendo sincera, não sei o por quê da Emma falar para justamente eu visitá-lo.

Os outros não seriam de grande ajuda?

(...)

Encarando a entrada da casa dos Sanos sinto a minha mão gelar. Por que eu quero tanto ver o Mikey? Nós temos essa intimidade toda? É, eu sei que a resposta é não. Dando uma última olhada para o portão, esse que estava aberto, virei os meus calcanhares para sair o mais rápido possível dali. Sinto que toda a minha coragem me abandonou.

Eu só não contava ouvir o meu nome ser chamado.

–...S/n... – me virei, olhando para o dono da voz.

Mikey estava sentado em um banquinho de madeira no jardim. Ele usava um conjunto de roupa verde, com o cabelo preso em um coque meio bagunçado. Mikey estava surpreso com a minha presença, mas ainda sim, sorria gentil.

–...o que você está fazendo aqui? – ele perguntou ao notar o meu silêncio.

Respirei fundo. Ótimo. Agora eu não posso voltar atrás. Dando alguns passos eu finalmente estava dentro da residência dos Sanos.

–...vim... hun... – pensei um pouco. – Visitar a Emma. – menti. Merda. Eu não consegui falar a verdade.

–É? Mas a Emma não está em casa. – avisou. –Ela saiu com o vovô para fazer compras.

–E-er... que droga... – finjo uma falsa expressão de tristeza. –...posso esperá-la aqui? – perguntei.

Isso. Posso usar essa desculpa para poder ter alguns minutos de conversa com ele. Mikey sorriu, dando tapinhas no banquinho que ele estava sentado. O banco não era muito grande e mal cabia duas pessoas ali.

–Vem. Senta aqui. – deu espaço. –Te faço companhia até ela chegar.

Rendida, caminhei até ele, me sentando ao seu lado. Mikey não fez alguma piadinha, ou algo assim, ele simplesmente ficou em silêncio, enquanto encarava o céu. Ele parecia tenso e só estava tentando parecer tranquilo.

Você sabe mentir muito bem, Mikey.

–...Você está preocupado? – perguntei.

–Hun? – Sano tombou a cabeça levemente para o lado, como se não tivesse entendido a minha pergunta. –Por que acha isso, S/n-chin?

–Bem... – juntei minhas mãos, as apertando uma contra a outra. –...você realmente parece tenso.

–Eu estou bem. – sorriu.

Por que você mente tanto?

–Ontem a noite eu me encontrei com o pessoal da Toman. – comentei e vejo o seu sorriso sumir aos poucos. –...eles me contaram o que aconteceu... eu... sinto muito...de verdade.

 S/n  ◇ Caminhos Cruzados ◇Onde histórias criam vida. Descubra agora