Capitulo 10

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–Baji?

Repito exatamente as palavras que veem em minha mente com uma entonação surpresa e alta, paralisada, assim como ele, eu estava em choque com tal reencontro.

Poderia ser ele? Ele está mais alto, muito mais, olhos afiados como de um gato, seus cabelos estão mais longos e parecia ainda mais negros do que antes. Tudo à ele me remete ao antigo Baji, mas... será?

Afinal, como ele poderia me reconhecer depois de tanto tempo, ainda assim tendo a cara de pau de ficar com essa cara de surpreso, sendo que ele nunca me procurou?

–Sim, sou eu! – Ele sorri com a boca aberta. – Quanto tempo!

É o típico sorriso dele quando está empolgado com algo. Suas presas à mostra só me dão certeza de que é ele. Porra... quero ficar feliz, mas...

–... Claro. Como eu poderia me esquecer?

Não convencida, ainda encarava o chão e com as mãos apertadas dentro do bolso do casaco, procurava palavras.

–Qual o problema? Você parece... não estar feliz em me ver.

–Como eu poderia? – Aumento a voz, olhando os olhos assustados no moreno.

De longe, vejo todo o pessoal da toman nos olhando pelos cantos dos olhos. Todos estavam prestando atenção em nós dois. Então limpo a garganta e volto a falar baixo:

–Você nem mesmo me procurou... – Me encosto na parede, com a cabeça voltada para cima. – Você não tem vergonha na cara, Keisuke?

- O QUE? – Ele esbraveja. – Quando eu voltei naquele maldito lugar, você já tinha ido embora, aquela diretora dos infernos disse que você nem deixou rastros, que provavelmente tinha saído do País.

Ele ficou irritado e se juntou a mim, encostando derrotado na parede. Não acredito que aquela vagabunda não disse para ele o meu endereço.

DROGA.

Olhando para todos os cantos ele parecia perdido e extremamente irritado. Bufando sem parar.

-... desculpa, tá? – Digo baixinho, envergonhada. – Ela jurou à mim que entregaria o endereço...

Minha voz começou a ficar embargada, minha visão embaçada, minhas mãos tremiam e eu começei a gesticular para achar as palavras certas. Nada. Eu não conseguia achar palavras certas para descrever o que eu sentava sentindo.

–Porra... você não estava mais indo até lá, foi tão difícil e rápid-

O garoto rapidamente ficou em minha frente, tornando nossa distância algo curto até demais, ele segurou a minha cintura forte, enquanto repousava a sua testa no meu ombro. Ele sussurrava desculpas sem parar, como se fosse chorar a qualquer momento. Em choque, sentindo a sua respiração pesada em meu pescoço eu estava sem reação.

Acabei por puxá-lo para ainda mais perto, abraçando seu corpo alto e magro com uma mão em sua cabeça e outra em suas costas. Ele retribuiu amassando minha cintura com possessividade.

–... Achei que tivesse me esquecido... – Digo em meio ao abraço.

–Eu jamais esqueceria você, S/n. Eu senti sua falta. – sussurrou.

–Eu também, gatin- fui interrompida.

–Baji, eu- Uma terceira voz próxima à nós, nos assustou de repente.

Nos separamos rapidamente encarando o garoto em nossa frente. Loiro dos olhos verdes, meio envergonhado pela cena que acabou de presenciar, ele estava com uma lata de refrigerante na mão. Ele parecia sem palavras. Desde quando ele estava aqui?

 S/n  ◇ Caminhos Cruzados ◇Onde histórias criam vida. Descubra agora