Capítulo 7

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°•○●S/n°•○●

Após aquele episódio no beco eu acabei não me encontrando mais com a Emma. Eu deveria ter pego o número dela, mas com tanta coisa rolando eu acabei me esquecendo. Aliás, mesmo sabendo onde fica a casa dela eu não tinha coragem de visitá-la. O que eu diria? Será que a minha presença iria lembrá-la daqueles idiotas? Bom, talvez seja melhor eu colocar isso nas mãos do tempo, vou encontrá-la quando ele achar melhor.

 
       [...]

Mesmo tendo passado alguns dias eu continuei com as minhas mãos enfaixadas, principalmente a direita. Não estavam tão doloridas quantos antes, mas não queria deixar a mostra as feridas, eu as achava meio feias. Muitas pessoas me perguntavam o que tinha acontecido e eu sempre respondia a mesma coisa: "Eu acabei me queimando na cozinha." Sim, era uma desculpa esfarrapada, mas até que deu certo, ou quase. Minha mãe surtou quando me viu naquele estado, eu tentei ao máximo esconder o que aconteceu, mas não teve jeito, tive que contar.

Devo dizer que sobrou até mesmo sermões para o Kisaki. Coitado, eu que sou a irmã mais velha e é ele quem cuida de mim. Mas isso não irá mais se repetir, eu que serei a responsável a partir de agora. Vou cuidar do meu irmão como eu havia prometido quando éramos crianças.

  (...)

–S/n-chan, muito obrigada por ter me esperado no cursinho. – Hina me abraçou de lado, sorrindo.

Hoje na escola eu acabei ficando meio enrolado em algumas matérias e resolvi estudar um pouco na Biblioteca. Eu sabia que a Hina teria aula no cursinho então resolvi ficar até tarde na biblioteca apenas para poder voltar para a casa com ela.

–Nhan! – dei de ombros. –Foi bom, pelos menos podemos voltar juntas. – sorrio.

–Você podia dormir na minha casa hoje. – a vejo sorrir e dar pequenos pulinhos de entusiasmo. –Meus pais não vão se importar! Sério!

Pensei por alguns segundos. Eu teria que ligar para os meus pais, mas isso seria o de menos. É, talvez seja uma boa ideia poder dormir na casa de uma amiga. Podíamos ficar a noite inteira acordadas assistindo algum filme e falando besteira.

–Mas eu não trouxe roupas. – a realidade voltou como um tapa na cara.

–Eu posso te emprestar. – sugeriu.

–Sério? – ela acena em concordância. –Então, oky... o que você acha de...Takemichi!?? – minha voz saiu mais alta do que o esperado.

Mesmo com várias pessoas na rua eu definitivamente reconheço aquele cabelo deslorido. Pra piorar a situação ele corria desesperado e gritava, pra variar.

–O que eu acho do Takemichi-kun? – Hina perguntou confusa, com o dedo indicador batendo de leve no queixo. Seu rosto estava levemente corado.

–Não! Não é isso! – digo rapidamente, apontando para a direção do garoto. –Ali ó, o seu namorado.

Hina olhou para a direção do garoto e começou a andar em passos lentos até ele, despreocupadamente. Caramba, a paz de espírito dela é ótima.

–Eu preciso garantir que a Hina nunca descubra sobre isso... – Takemichi falou de costas.

Que merda que ele aprontou dessa vez?

–Que eu não descubra o quê? – Hina perguntou calmamente, sorrindo.

–Esse Takemichi pirou. – zombei o vendo olhar para a nossa direção e começar a gritar assustado. –... Ficou louco é?

–Hina! S/n! P-Por que estão aqui?

 S/n  ◇ Caminhos Cruzados ◇Onde histórias criam vida. Descubra agora