The Entity - O Fim

333 25 4
                                    

TW: LINGUAGEM SUGESTIVA E GORE

NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 14

A Entidade tem sido particularmente brutal com você nos últimos dias. Depois de cada partida, após a que você morreu nas mãos do Myers, você tem sentido uma queimação no seu pulmão e um aperto na sua garganta, no instante que o símbolo de obsessão marcava seu corpo. 

E "ela" era algum tipo de deus malevolente que poderia manipular sua alma à vontade. E essa vontade, nesse momento, se manifestava através de um dos porões mais escuros e ensanguentados que você já viu. O cheiro de podridão entupia seu nariz, fazendo respirar ainda mais difícil com a garganta presa a uma mistura de censos metálicos e ardentes. 

A única coisa que você lembra dessa sala: a dor fervente que vinha acompanhada das garras da Entidade para consumir sua refeição pessoalmente.

Um colapso - As garras saem, sobem e enrolam seus pés, subindo lentamente pelo seu corpo, cariciando sua pele, mesmo enquanto quebravam seus ossos em todas as direções possíveis. O vermelho tingindo seus olhos arregalados enviava pulsos de euforia aos tentáculos, estes, se acelerando, acompanhando as batidas de seu coração disparado, antes que todo o seu corpo pare de funcionar com a quebrada de seu pescoço.

Nesse ponto, você apenas acorda. Ainda na sala com quatro ganchos indestrutíveis no centro da dela, onde tinha manchas de vermelho escuro e nos cantos do cômodo:  sangue preto e viscoso que parecia penetrar no solo. Você olha em volta, percebendo a peculiaridade do ambiente: sem armários e escadas. Imediatamente pânico descia em seu estômago junto à hiperventilação, combo perfeito para o desconforto. O cheiro de ferrugem te dava ânsia, talvez uma artimanha de te desanimar de qualquer esperança. Então, você faz a única coisa que dá para fazer sem nenhuma alternativa de saída: se sentar e esperar, tentar acalmar suas mãos trêmulas.

Os cantos obscuros das paredes pulsavam, expulsando uma ondulação repugnante que alcançava toda a dimensão do chão, alcançando seus pés para agarrar seus tornozelos. Você se assusta e tenta se debater, mas já era tarde demais. O que queria te pegar, já tinha a faca e o queijo na mão, então só restava ver as intenções do ser.

As garras rastejavam pelas suas pernas, umedecendo sua roupa já rasgada, você sente lágrimas se formando nos seus olhos.

"O que eu fiz para merecer isso?"

Você não se considerava uma pessoa ruim antes de vir aqui para esse mundo de "sobrevive o mais adaptado", então por que você tem que passar por isto? As garras pausam por um momento no seu joelho e você reza para que eles parem com a tortura, apenas te devorem em um milésimo de segundo. Então, inesperadamente, os tentáculos se afiam e atravessam seus joelhos, cavando através de sua carne e se escondendo sob sua pele.

Tudo o que ocorre em sua volta é submergido pelos seus gritos, ampliando-se qualquer que seja o truque cruel que a Entidade esteja planejando com você dessa vez.

Lentamente seus esperneiam atenuam, emergindo choros dolorosos, enquanto as garras permaneciam profundas nos seus nervos. Os sussurros começam. Soavam enunciados quebrados, misturados com a voz de alguns sobreviventes familiares, mas suprimidos por sons roucos dos assassinos. É aterrorizante escutar isso, ressoando no fundo do seu corpo, a medida que a Entidade arrancava migalhas da sua alma.

Gradativamente as vozes ficam ensurdecedoras, frustradas por seus atos e erros, frustradas por sua fraqueza enquanto todos os outros usufruíam pura força e talento. Seu corpo treme, rachado pelo silêncio choroso e aquecido pelas partes da Entidade rastejando sob sua pele, os sons variando de gentil à grotesco. Dizendo-te todas as coisas nojentas que gostariam de fazer com seu corpo, derramando uma mistura de malícia e desejo, ressaltando o quão submisso você estaria à todos.

Mais garras começam a mover e deslizar em você, desleixadamente tirando suas roupas te sujando de uma gosma preta e viscosa, até que você ficasse humilhantemente quase nude,  apenas sua modéstia intacta enquanto a Entidade te engole e consome seu corpo para suprimir a fome que sentia. Os sussurros aleatórios solidificam no seu cérebro, tornando impossível ignorar os anseios que eles relatavam.

"Tão intocável"

"Pertence à mim"

"Tão delicioso"

"Tão puro"

"É meu"

A ardência se amplia, agoniando cada nervo do seu corpo, à medida que  um cheiro de carne queimada invade seu nariz, você demora um tempo para perceber que a carne era sua própria. As garras incendiavam seus caminhos através da sua pele, cauterizando seus neurônios à um nível excruciante de dor que nenhum outra pessoa já sentiu. Os sons doentios sobrepostos eram o que te traziam de volta à realidade que você tentava tanto escapar.

As vozes apenas aumentavam e se aprofundavam, sua visão formando pontos escuros e seu choro seca, a Entidade quer arrancar tudo que você tem a oferecer. Seu corpo enfraquece a medida que esvaia cada gota de energia que ainda possuía, você sente impossível de vocalizar algo, deixando apenas as vozes alternas remexendo seus pensamentos, funcionando como elemento distrator da dor. As vozes cantarolavam uma canção clímax para elas, te afagando como se você fosse um filhote de cachorro.

"Ninguém pode te ter... eu não permitiria..."

Seu sangue viscoso parecia congelar ao ouvir essas palavras, horror puro sendo lançado por toda sua mente. Eles deixariam você à mercê de outro ser? Por vontade e ambição própria? A gargalhada que contra atacava, uma risada semelhante ao Herman Carter porém mais ecoante no seu plano físico.

Anseia que pelo menos por alguns instantes a Entidade se rastejasse para fora de você, deixando você descansar um pouco.

"Não quer que eu te compartilhe? Então só para mim?"

A voz fusionava em algo terrível e complexo, enviando calor que lambia por seu corpo já incendiado.

Preces pelo final dessa dor, dessa exaustão e falsa esperança.

"Nunca irá descansar, seu corpo é meu, e eu? sou tudo"


Artista da Fanart

https://www.deviantart.com/inkary/art/The-Entity-Dead-by-Daylight-fanart-662466962

Unidos Pela Névoa [DBD X Leitor(a)]Onde histórias criam vida. Descubra agora