The Trapper- Evan MacMillan

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Aviso: Violência - Não recomendado para menores de 10 anos

Na verdade você anima-se quando seu caminho através da espessa névoa é a famosa propriedade MacMillan, não exatamente um sentimento de excitação, apenas aliviamento. Você sempre de alguma forma consegue sobreviver e escapar das perseguições contra o Caçador, cada partida contra tal assassino aumenta as suas dúvidas em relação à ele...Mas sair de uma partida sem machucados é sensacional, então você dá o seu máximo para conseguir atravessar a partida discretamente.

Faz tempo em que você percebeu a forma de que um certo assassino continuamente congela quando ele te nota, a forma que ele finge estar atordoado para lhe dar tempo o suficiente para correr para uma área segura antes que ele te alcançe é estranha...Porém esses eventos só acontecem quando é o famoso caçador, mestre das armadilhas de urso, sempre acontece exclusivamente com ele.

Porém só porque você tem sorte quando se trata da propriedade MacMillan, não significa que seus amigos de equipe também tenham.

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Tinha apenas dois geradores que foram terminados e metade da sua equipe já estava sacrificada, dois mortos no primeiro gancho, ninguém se incomodou em ir salvá-los, depois de alguns segundos você escuta um grito agudo e agoniante da Laurie, tudo indica que ela teria pisado em umas das armadilhas espalhadas estrategicamente na densa grama, mesmo assim você não para de trabalhar no gerador, ignorando o fato de que sua aliada esteja necessitando de apoio.

'O gerador tem sua importância, ela pode esperar um pouco.'

Um familiar barulho alto e uma iluminação repentina condiz que você acaba de terminar o gerador. Todavia não há perigo, o assassino deve estar ocupado carregando a azarada sobrevivente para um gancho, então você decide fazer seu caminho discretamente ao local em que o grito ecoou, a última coisa que você quer é cair naquelas armadilhas dolorosas e enferrujadas. Olhos sempre ao redor do chão durante a caminhada e você finalmente chega, o som da Laurie em prantos no gancho alcançam seus ouvidos, é inesquecivelmente terrível.

Mas se distrair com ela lhe faz cometer um erro, correr na direção de sua aliada para salvá-la depressa foi o necessário para a mandíbula de um objeto rígido fechar ferozmente no seu tornozelo com um barulho estridente e isso dói muito mais que você lembrava, talvez tenha atingido direto no osso.

'merda.'

O choro abafado de Laurie não ajuda o fato de que vocês estão literalmente sofrendo lado a lado, enquanto o aceleramento do seu coração aumenta gradativamente, você percebe uma veloz descida da entidade com suas garras de aparências sombrias, afiadas o suficiente para cortar o plano da realidade. Em pouco tempo, você está tremendo aos choros depreciativos de Laurie tentando lutar contra as garras pontiagudas no gancho, com os dedos doendo você cuidadosamente decide abrir a mandíbula do objeto, por uns breves segundos parece que deu certo, mas ela fecha novamente, rasgando ainda mais sua carne e fazendo a perda de sangue agravar.

'.......'

Sinceramente...Você não se importa mais em tentar fugir, o seu choro de dor sintoniza com o da Laurie sendo perfurada e sacrificada para a entidade, o metal mordendo sua perna parece estar ficando mais apertado que antes, piorando o seu machucado.

Passos constantes e baixos aproximam de sua pequena forma agachada, piorando as intensas batidas de seu coração. Fechando seus olhos, esperando pela dor que parece não ter fim... Mas ao invés de sentir alguém te agarrando ou atacando, tudo o que você sente é uma respiração lenta e quente na sua face, então juntando a pouca coragem que lhe restava você se atreve a abrir seus olhos.

Ele está ali, aquela macabra máscara de um assassino que mata seus amigos todos os dias, à centímetros do seu rosto, agindo por reflexo, seu corpo se afasta e encolhe de medo, mas tudo que você faz é contribuir para a agravação da dor.

Ele percebeu isso.

"Não...se mexa"

Sua voz é ríspida e profunda, ela manda um frio na sua espinha, obviamente de medo. Afinal você não acha que já sequer ouviu ele falar antes.

O choque que o medo lhe proporciona é o suficiente para manter você em repouso, o mais estável possível, além dos tremeliques causados pelo medo. Ele é o predador faminto e você a presa covarde, especialmente considerando o fato da mão dele poder caber quase inteiramente no seu tornozelo.

Era o que você menos esperava quando ele abriu a armadilha e liberou sua perna, começando a examinar o estrago feito nela. Seus dedos ríspidos corriam por todo o machucado que não parava de sangrar, logo você recua, mas mantém seus olhos abertos e arregalados o tempo todo, agonizando com o pensamento doque está por vir, ele está se preparando para usar memento mori talvez?

".................."

Mas se esse for o caso...Por que a dor nunca vem?

Repentinamente seu corpo é levantado do chão sujo e rochoso. Talvez ele vai só te enganchar afinal.

Mas não, ele ignora completamente o gancho do seu lado e segue um caminho reto, continua andando sem parar.

"Espera, o quê?"

Você tenta virar-se para encarar o gancho que foi deixado pra trás, com medo, começa a se debater das garras do assassino.

"Calma, descanse."

Já é tarde para lutar quando você percebe que ele está te levando para dentro de uma casa simples e pequena, você com certeza não quer ir lá, porém de qualquer forma se você conseguisse fugir ele te caçaria em segundos, além disso não tem a menor chance de escapar com a dor aguda em seu tornozelo.

Contudo você já perdeu tudo há muito tempo mesmo, desde que você entrou no reino da entidade, sua vida já estava fardada ao fim.

Sua figura é cuidadosamente posta numa cama larga e confortável, quase instantâneamente você se vira para encarar o assassino, que se sentou numa cadeira de madeira na direção da cama, você não faz ideia do que na verdade o assassino está pensando em você e sonhando passar cada dia com você.

"P-por que?"

Uma pergunta simples, direta, que o caçador não sabia lhe dar uma resposta concreta ainda. A cada segundo que o homem pensava, mais perdido em seu mundo ele ficava, apenas encarava seus olhos e seu rosto ainda pálido.

"Não... me questione..."

Ele diz olhando para você, claramente sua voz estava trêmula e mesmo mascarado, era perceptível que o mesmo estava frustrado.

Inconscientemente ele queria você perto dele para sempre, ele não queria te machucar e te assustar nas partidas novamente, ele queria algo diferente, algo novo, algo que ele nunca vai se arrepender.

Talvez isso seja o início de alguma coisa boa?

Artista da fanart: https://www.artstation.com/artwork/d8GP0w

Unidos Pela Névoa [DBD X Leitor(a)]Onde histórias criam vida. Descubra agora